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Portugal financia-se em 1.500 milhões em BT com novo recorde negativo a 6 meses

O Tesouro português realizou esta manhã um duplo leilão de dívida de curto prazo, colocando o montante máximo pretendido de 1.500 milhões de euros.

O IGCP, liderado por Cristina Casalinho, pretende financiar-se este ano em 17,7 mil milhões de euros junto de investidores internacionais.
Bruno Simão
19 de Janeiro de 2022 às 11:02
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Portugal regressou esta quarta-feira aos leilões de dívida de curto prazo, tendo colocado um total de 1.500 milhões de euros em dívida a seis e 12 meses. Apesar do movimento de subida de juros nos mercados obrigacionistas, o Tesouro conseguiu colocar os títulos com a maturidade mais curta, a 6 meses, com um novo recorde de juros negativos.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP emitiu 495 milhões de euros em títulos com maturidade em julho de 2022, com um juro negativo de -0,596%, um valor inédito na emissão de títulos a seis meses. Segundo os dados da Bloomberg, a procura foi de 2,76 vezes a oferta.

Nos títulos com maturidade a 12 meses, o Tesouro financiou-se em 1.005 milhões de euros, com uma taxa de -0,574%, ligeiramente acima dos -0,594% aplicados na última emissão a um ano, realizada em julho de 2021. A oferta superou em 1,67 vezes a procura.

Portugal conseguiu assim colocar o valor máximo pretendido - montante indicativo da operação era entre 1.250 e 1.500 milhões de euros - com juros negativos, apesar do movimento de subida nos juros das obrigações que tem marcado este arranque de ano.

"A variação das taxas na dívida de curto prazo não tem sido grande, o último leilão comparável foi realizado em julho de 2021 para o prazo de 12 meses e face ao mesmo vemos a taxa subir dos -0,594% para os -0,574%, já nos 6 meses a taxa fixou-se nos -0,596%", realça Filipe Silva, num primeiro comentário ao duplo leilão de bilhetes do tesouro (BT).

Para o diretor de investimentos do Banco Carregosa, "os bancos centrais têm estado sob alguma pressão, devido aos fatores como inflação, interrupção nas cadeias de abastecimento e elevados preços de energia, fatores que os levaram a iniciar os primeiros ajustes às suas políticas monetárias, no entanto e como ainda estamos numa fase de recuperação das economias, não se esperam que estes ajustes sejam muito agressivos".

"Os planos de compra de estímulos começaram a ser retirados e a expetativa dos mercados é que comecemos a assistir a subidas nas taxas de referência, movimento que já é visível nas taxas de médio e longo prazo mas que ainda não afeta muito as de curto prazo. É muito importante, e em particular para Portugal, poder continuar a beneficiar do cenário atual de taxas de juro baixas, para poder fazer faze ao elevado nível de endividamento", acrescenta Filipe Silva.

Portugal mantém taxas de juro negativas até aos 5 anos. A taxa de referência a 10 anos segue a negociar acima de 0,6%.

(Notícia atualizada com mais informação)
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