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Portugal emite 750 milhões de euros em bilhetes do Tesouro com juro abaixo dos 3%
A República Portuguesa arrecadou 723 milhões de euros esta quarta-feira num leilão de bilhetes do Tesouro, com maturidade a 11 meses. A "yield" cifrou-se nos 2,666%, abaixo dos 3,42% pedidos pelos investidores no último leilão comparável em junho.
Portugal colocou 750 milhões de euros em dívida a curto prazo, com maturidade a 11 meses, e com a taxa de juro abaixo de 3%. Quando anunciou a operação, na semana passada, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP informou que o montante indicativo estava entre os 750 milhões e os mil milhões de euros.
A taxa de juro de 2,66% fica abaixo da pedida pelos investidores no leilão comparável realizado em junho, em que a "yield" se cifrou nos 3,42%, para a colocação de 650 milhões de euros. Por outro lado, a procura nesta operação foi de 2,77 vezes a oferta, tendo por isso ficado ligeiramente acima do rácio "bid to cover" contabilizado em junho de 2,5 vezes a oferta.
Esta descida pode ser explicada pelo mais recente ajustamento da política monetária. "As economias têm vindo a abrandar com as previsões para o crescimento a serem revistas em baixo, a inflação aparenta estar controlada o que leva os bancos centrais a ajustarem a política monetária", começa por explicar Filipe Silva.
Assim, "as taxas de curto prazo que estavam bastante elevadas foram as que mais desceram e isso reflete-se nos leilões de dívida de curto prazo, permitindo a Portugal ter um prémio de risco bem mais baixo do que no passado", acrescenta o diretor de investimentos do Banco Carregosa.
Esta operação acontece na véspera da reunião de política monetária do BCE, em que poderão ser cortadas novamente as taxas de juro, o que tende a aliviar os custos de financiamento. O BCE já reduziu as taxas de juro por duas vezes neste ciclo de flexibilização monetária. No total, foram 50 pontos base de cortes, que levaram a taxa sobre os depósitos para 3,5% e aliviaram os custos da dívida de países e empresas na região.
Este foi o nono leilão de dívida de curto prazo deste ano, tendo sido o mais recente realizado no passado dia a 18 setembro, quando foram colocados 750 milhões de euros num leilão duplo de dívida a seis e 12 meses. O IGCP pretendia captar até mil milhões de euros.
A agência comandada por Miguel Martín espera que financiamento líquido através de Bilhetes de Tesouro (BT) este ano aumente dos 3,4 mil milhões estimados no terceiro trimestre para a previsão atual de 4,8 mil milhões de euros, de acordo com o mais recente plano de financiamento.
Além da reabertura desta linha que vence no próximo ano, entre outubro e dezembro, o IGCP pretende - segundo o mesmo documento- realizar mais uma emissão dívida de curto prazo, com o lançamento de outra linha com maturidade em novembro de 2025, e em que o montante indicativo deverá também situar-se entre os 750 milhões e os mil milhões de euros.
(Notícia atualizada às 12:06 horas).