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Juros de Itália em forte queda baixam os 2% pela primeira vez em mais de um ano

As obrigações transalpinas estão a beneficiar da crescente expectativa de que o país conseguirá evitar sanções de Bruxelas, depois de o ministro das Finanças ter garantido que a proposta orçamental de Itália será revista e reenviada à Comissão Europeia.

Reuters
Rita Faria afaria@negocios.pt 01 de Julho de 2019 às 12:17

Os juros da dívida soberana de Itália estão a registar uma forte descida na sessão desta segunda-feira, 1 de julho, a beneficiar da crescente confiança dos investidores de que o país conseguirá evitar sanções da Comissão Europeia devido ao elevado nível da dívida pública.  

A somar a isto, o país também tem beneficiado da expectativa de que o BCE vai avançar com mais estímulos à economia – e possivelmente com uma descida dos juros – uma respetiva que tem levado os juros de vários países da Zona Euro para mínimos históricos.

A yield associada às obrigações italianas a dez anos está a descer 9,3 pontos base para 2,002%, mas já tocou esta manhã nos 1,9976%, o valor mais baixo desde maio de 2018. Isto numa sessão em que as obrigações da generalidade dos países do euro negoceiam se uma tendência definida: na Alemanha, os juros a dez anos sobem 0,2 pontos para -0,329%, em Espanha descem 0,3 pontos para 0,386% e em Portugal caem 0,7 pontos para 0,462%.

O otimismo em torno de Itália adensou-se este fim de semana, depois de o ministro das Finanças Giovanni Tria ter garantido aos jornalistas, na cimeira do G-20, no Japão, que o orçamento transalpino será ajustado esta segunda-feira e reenviado à Comissão Europeia, e ter admitido que espera um resultado favorável.

Já na semana passada, Tria havia-se mostrado confiante, afirmando não ver "obstáculos para um acordo" com Bruxelas que permita evitar a formalização de um PDE contra Itália, que a Comissão considera justificado dada a perspetiva de novo aumento da dívida pública transalpina em vez da descida pretendida.

Recorde-se que a 5 de junho, a Comissão Europeia propôs a abertura de um procedimento por défice excessivo (PDE) contra Itália devido ao peso da dívida pública, no âmbito das recomendações específicas por país.

 

Segundo as recomendações específicas para Itália, o critério da dívida tal como está definido não está a ser cumprido, sendo esta a justificação que sustenta a recomendação de um PDE.

 

Na análise do executivo comunitário, a dívida pública italiana poderá mesmo aumentar, em vez de baixar, dos 132,2% do Produto Interno Brito (PIB) em 2018, para os 133,7% este ano e os 135,7% em 2020, mais do dobro do limite de 60% fixado pelas regras europeias.

 

A decisão final deverá ser tomada na reunião do Ecofin marcada para o próximo dia 9 de julho.

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