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IGCP emite 1.750 milhões em dívida a 6 e 12 meses com juros menos negativos

O Tesouro português conseguiu colocar o valor máximo pretendido, de 1.750 milhões de euros, no duplo leilão de dívida de curto prazo realizado esta quarta-feira.

Cristina Casalinho
Miguel Baltazar
16 de Março de 2022 às 10:49
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Portugal financiou-se esta quarta-feira em 1.750 milhões de euros, com um duplo leilão de bilhetes do tesouro (BT), a seis e 12 meses. Os juros mantiveram-se negativos nas duas emissões, mas  ficaram ligeiramente acima das taxas fixadas em janeiro.

 

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP emitiu 500 milhões de euros em títulos com maturidade em setembro de 2022, com um juro negativo de -0,571%, ligeiramente acima da taxa mínima paga em janeiro: -0,596. Segundo os dados da Bloomberg, a procura foi de 2,6 vezes a oferta.

Na emissão a 12 meses, o Tesouro colocou 1.250 milhões de euros, com uma taxa negativa de -0.467%, um juro menos negativo que os -0,574% no leilão com a mesma maturidade realizado em janeiro. Já a procura foi de 1,53 vezes a oferta, um "bid-to-cover" inferior ao registado há dois meses (1,67 vezes).

"Portugal no leilão de hoje de bilhetes de tesouro colocou 1.750 milhões de euros de dívida de curto prazo, dos quais 500 milhões de euros em dívida a 6 meses e 1.250 milhões de euros a 12 meses. As taxas obtidas foram ligeiramente superiores ao último leilão comparável", refere Filipe Silva, num comentário ao leilão desta manhã.

 

O diretor de investimentos do Banco Carregosa lembra que "no discurso da semana passada Christne Lagarde surpreendeu o mercado ao deixar a porta aberta para uma possível subida das taxas de juro, bem como anunciou uma retirada antecipada dos estímulos monetários".

 

"O mercado de dívida ajustou-se, sendo que o movimento acabou por ser mais sentido na dívida de longo prazo, no entanto as taxas de curto prazo também acabam por ter um movimento semelhante, mas com dimensões diferentes. Ainda é positivo para o ‘rollover’ da dívida nacional conseguirmos emitir com taxas negativas, no entanto este período de bonança parece começar a ter os seus dias contados", remata Filipe Silva.

2022 tem sido marcado por um agravamento das taxas de juro, devido à espectativa em torno de um início da normalização das taxas de juro na Europa, face a uma inflação crescente.

Notícia atualizada

 

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