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Governo destaca "confiança dos mercados" após emissão de dívida com procura recorde
Depois da emissão de dívida a 15 anos com uma taxa de juro inferior a 1%, a qual gerou uma procura recorde, o Ministério das Finanças salienta a "melhoria significativa das condições de financiamento do Estado" decorrente da "confiança dos mercados na retoma da economia portuguesa".
O Ministério das Finanças não deixou passar a oportunidade de se regozijar pelo sucesso da emissão de dívida a 15 anos realizada na manhã desta quarta-feira, a qual confirma "uma melhoria significativa das condições de financiamento do Estado" conseguida no decurso dos dois últimos anos, sendo que nesta última fase também apesar da pandemia.
O Tesouro colocou 4 mil milhões de euros em obrigações soberanas com maturidade a 15 anos com uma taxa de juro de 0,928%, tendo esta emissão gerado uma procura recorde e acima de 41 mil milhões de euros.
Em nota enviada às redações, o Ministério tutelado por João Leão realça que estes mais de 41 mil milhões de euros representam uma "procura mais de 10 vezes superior ao montante colocado".
O Governo recua até abril de 2018 para referir que nessa altura decorreu a última emissão de títulos com prazo a 15 anos, tendo sido colocados nessa ocasião 3 mil milhões de euros com um juro de 2,325% e gerando uma procura de 16 mil milhões de euros (cinco vezes superior).
No entender do Executivo, as melhores condições de financiamento de que a República beneficia nesta fase refletem "a confiança dos mercados na retoma da economia portuguesa e no desempenho das contas públicas. No início deste ano, o Tesouro realizou a primeira emissão sindicada de dívida de 2020 pagando um juro de 0,475% para colocar 4 mil milhões em títulos a 10 anos.
Já no mercado de dívida secundário, esta quarta-feira a taxa de juro exigida pelos investidores para adquirirem obrigações soberanas no prazo de referência a 10 anos recuou após duas sessões seguidas de agravamento dos juros.
A "yield" associada aos títulos a 10 anos recuou 0,4 pontos base para 0,463%, o que mantém os juros da dívida portuguesa nesta maturidade abaixo dos da Espanha (0,496%).