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Fundos de investimento garantem metade da emissão de Portugal

O Tesouro conseguiu reunir a procura dos investidores por 12 mil milhões de euros de dívida portuguesa. Colocou quatro mil milhões, sendo que metade ficou nas mãos de fundos de investimento. Os portugueses ficaram com um décimo dos títulos.

Miguel Baltazar
14 de Janeiro de 2016 às 18:33
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A emissão de obrigações a 10 anos, realizada pelo Tesouro esta quinta-feira, 14 de Janeiro, ascendeu a quatro mil milhões de euros. E quase metade deste montante foi garantido por fundos de investimentos, apontam os resultados divulgados pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP). Já o Reino Unido foi a região mais representativa.

O instituto liderado por Cristina Casalinho definiu como prémio final da operação uma taxa de 205 pontos base. Juntamente com a taxa "mid-swap" então registada no mercado, este traduziu uma taxa de juro final de 2,973%. "O preço da transacção foi definido no valor mais baixo do intervalo indicativo, tirando partido de uma procura muito forte dos investidores", revela o comunicado.

De facto, o IGCP avança que, aquando do fecho da operação, a procura dos investidores superava os 12 mil milhões de euros. Um montante elevado, sendo que apenas foram colocados quatro mil milhões. E 47% deste valor veio de fundos de investimento, revelam os resultados. Os bancos garantiram 31,7% da operação, ao passo que as seguradoras e fundos de pensões ficaram com 13,9% do montante.

Já no que toca à região dos investidores, o Reino Unido é o líder destacado com 24,3%. Os investidores de Espanha, Itália e França garantiram, no conjunto, 22,9% dos quatro mil milhões de euros colocados. Os investidores portugueses foram, por outro lado, o quinto grupo mais representado na operação, totalizando 11%.

Centeno destaca "sinal muito positivo" dos investidores

Portugal foi ao mercado fazer a primeira emissão de dívida do ano e, em Bruxelas, o ministro das Finanças aplaudiu os resultados. "O que é preciso agora é concentrarmo-nos naquilo que foi, por exemplo hoje, o leilão de divida pública, que teve o sucesso que todos sabem", disse Mário Centeno, à saída do Eurogrupo.

O responsável pela pasta das Finanças destaca que o objectivo era três mil milhões de euros. Contudo, "Portugal conseguiu colocar quatro mil milhões, a uma taxa que acompanha aquelas que são as taxas de financiamento do país nos últimos tempos", frisa Mário Centeno.

"É um sinal muito positivo de confiança dos mercados no país", considera, assim, o ex-economista do Banco de Portugal. "Temos de nos continuar a focar nesta necessidade de garantir o financiamento da economia portuguesa. Essa é uma preocupação do Governo que se vai reflectir no orçamento", garantiu.

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