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Danske: Moody’s pode elevar "rating" de Portugal na sexta-feira. Juros abaixo de 0,2%

Os analistas do banco dinamarquês acreditam que na sexta-feira a agência de notação financeira melhore a classificação atribuída à dívida portuguesa. Os juros da dívida de Portugal a 10 anos recuaram para um novo mínimo histórico.

07 de Agosto de 2019 às 10:30
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A classificação atribuída pela Moody’s à dívida soberana portuguesa pode ser melhorada e deixar de estar no primeiro nível acima do patamar considerado "lixo".

Os analistas do banco dinamarquês Danske antecipam que, já esta sexta-feira, a agência norte-americana de notação financeira melhore a perspetiva da dívida nacional, antecipando que o outlook passe de "estável" para "positivo". 

O banco de investimento admite também que o "rating" atribuído à dívida de longo prazo de Portugal, atualmente fixado em "Baa3", seja melhorado para "Baa2".

Recorde-se que na última vez que se pronunciou sobre a dívida soberana da República portuguesa, em fevereiro último, a Moody’s optou por manter inalterado o "rating" em "Baa3" e a perspetiva em "estável".

A Moody’s foi a última das três grandes agências de notação americanas a retirar a dívida portuguesa do nível considerado "lixo", decisão tomada na avaliação feita em outubro do ano passado. Enquanto a Standard & Poor’s e a Fitch retiraram a dívida portuguesa do nível especulativo no final de 2017, a canadiana DBRS manteve sempre Portugal acima desse patamar. A Moody’s é ainda a agência a atribuir a pior classificação à dívida lusa.

Esta possibilidade surge num contexto de acentuada descida dos juros exigidos pelos investidores para adquirirem, no mercado de dívida secundário, obrigações soberanas emitidas pelo Tesouro português.

Juros quebram barreira dos 0,2%
A "yield" associadas aos títulos soberanos de Portugal com maturidade a 10 anos segue a aliviar 6 pontos base para 0,191%, tendo já voltado a estabelecer um novo mínimo histórico (0,1852%) numa sessão em que, pela primeira vez, recuou para valores abaixo da marca dos 0,2%.

No prazo de referência a 10 anos, a taxa de juro correspondente aos títulos portugueses recua há oito sessões consecutivas, o mais longo ciclo de quedas desde dezembro do ano passado, altura em que o alívio foi provocado pelo acordo entre Bruxelas e Roma sobre o orçamento transalpino.

A descida dos juros expande-se ao conjunto da Zona Euro, área onde se registam mínimos nos prazos a 10 e 30 anos, numa altura em que os investidores apostam na maior segurança conferida pelas obrigações soberanas num contexto de escalada na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

Também as "yields" associadas às obrigações alemãs (buns) têm vindo a renovar mínimos de sempre, sendo que na maturidade a 30 anos tanto a Alemanha como a Holanda registam, pela primeira vez, taxas negativas.

Arrefecimento económico pode prejudicar

O surgimento de cada vez mais sinais a apontarem para o abrandamento da economia global, para o que contribui também a tensão comercial crescente entre Washington e Pequim, que levou mesmo à abertura de uma nova frente de conflito para o plano cambial, é outro fator que reforça o apetite dos investidores pelo mercado de dívida.

No entanto, a perspetiva de uma conjuntura económica mais adversa poderá levar a Moody's a privilegiar uma via mais cautelosa e a não seguir o exemplo das congéneres S&P e Fitch que atribuíram "ratings" à dívida portuguesa dois patamares acima de "lixo".

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