Notícia
Custo da nova dívida emitida por Portugal em 2021 sobe para 0,6%
A antecipar uma mudança na política monetária da zona euro, o país aproveitou o ambiente de baixos custos no último ano para emitir dívida mais longa, colocando o prazo médio em mais de 14 anos.
A dívida pública emitida por Portugal em 2021 teve um custo mais elevado do que no ano anterior, a refletir já a perspetiva de aperto na política monetária e a aceleração da inflação que têm determinado um agravamento dos custos de financiamento por toda a Europa.
A taxa média a que Portugal se financiou fixou-se em 0,6% na totalidade do ano, segundo dados divulgados esta quinta-feira pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP. O valor fica acima dos 0,5% registados em 2020, ano em que se estabeleceu um mínimo de sempre.
O agravamento mesmo que ligeiro representa uma inversão face à tendência de quebra nos juros da nova dívida desde 2013. O máximo histórico foi tocado em 2011, ano em que Portugal pediu apoio financeiro à troika para evitar o "default" das contas públicas. No que diz respeito ao stock da dívida direta do Estado, o último valor disponível diz respeito a 2020, quando se fixou em 2,2%.
No final do ano passado, o montante da dívida direta do Estado totalizou 278,5 mil milhões de euros, mais 9,8 mil milhões do que no final do ano anterior. Portugal entrou assim em 2022 com 6.432 milhões de euros em bilhetes do Tesouro (BT) para reembolsar ao mercado (que deverão ser refinanciados através da emissão de novos títulos iguais), bem como 8.832 milhões em obrigações do Tesouro (OT) que atingem o prazo em outubro.
A presidente do IGCP tinha admitido, logo em fevereiro, que o cenário seria de subida nos custos. "O chão das taxas de juro baixas poderá já estar para trás de nós e, portanto, é tentar emitir enquanto esta janela não fecha", dizia Cristina Casalinho, em entrevista ao Público.
A "janela" a que se referia era a compra de dívida por parte do Banco Central Europeu (BCE). Desde então, a autoridade monetária liderada por Christine Lagarde confirmou um aperto na política monetária, com o fim do programa criado para a pandemia.
Em antecipação dessa mudança, a agência que gere o Tesouro aproveitou o ambiente de baixos custos não só para emitir mais dívida como mais longa, enquanto recorreu a trocas de obrigações mais cara por títulos mais baratos também para reduzir o fardo para o Estado. A maturidade média da dívida emitida disparou para 14,2 anos, acima dos últimos anos.
A taxa média a que Portugal se financiou fixou-se em 0,6% na totalidade do ano, segundo dados divulgados esta quinta-feira pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP. O valor fica acima dos 0,5% registados em 2020, ano em que se estabeleceu um mínimo de sempre.
No final do ano passado, o montante da dívida direta do Estado totalizou 278,5 mil milhões de euros, mais 9,8 mil milhões do que no final do ano anterior. Portugal entrou assim em 2022 com 6.432 milhões de euros em bilhetes do Tesouro (BT) para reembolsar ao mercado (que deverão ser refinanciados através da emissão de novos títulos iguais), bem como 8.832 milhões em obrigações do Tesouro (OT) que atingem o prazo em outubro.
A presidente do IGCP tinha admitido, logo em fevereiro, que o cenário seria de subida nos custos. "O chão das taxas de juro baixas poderá já estar para trás de nós e, portanto, é tentar emitir enquanto esta janela não fecha", dizia Cristina Casalinho, em entrevista ao Público.
A "janela" a que se referia era a compra de dívida por parte do Banco Central Europeu (BCE). Desde então, a autoridade monetária liderada por Christine Lagarde confirmou um aperto na política monetária, com o fim do programa criado para a pandemia.
Em antecipação dessa mudança, a agência que gere o Tesouro aproveitou o ambiente de baixos custos não só para emitir mais dívida como mais longa, enquanto recorreu a trocas de obrigações mais cara por títulos mais baratos também para reduzir o fardo para o Estado. A maturidade média da dívida emitida disparou para 14,2 anos, acima dos últimos anos.