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Crédit Agricole prevê descida adicional no spread da dívida portuguesa

O banco de investimento francês estima que o diferencial entre a "yield" das obrigações do Tesouro e as bunds a 10 anos vai estreitar-se para 150 pontos base.

Miguel Baltazar
08 de Novembro de 2017 às 07:52
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Os analistas permanecem optimistas com a evolução da dívida portuguesa, vendo espaço para descidas adicionais apesar da "yield" a 10 anos estar já abaixo dos 2% e em mínimos de Abril de 2015.

 

Mohit Kumar, economista do Crédit Agricole, estima que o "spread" da dívida portuguesa (medido pelo diferencial face às obrigações alemãs) vai baixar até aos 150 pontos base, refere numa nota a cliente citada pela Bloomberg. Um valor que compara com os 160 pontos base registados no final da sessão de terça-feira.

 

Se atingir este patamar, o spread de Portugal terá descido cerca de 100 pontos base face aos níveis registados em Agosto e alcançará o nível mais baixo desde Abril de 2015.

 

O economista do Crédit Agricole sustenta a sua perspectiva na possível subida do "rating" de Portugal a 15 de Dezembro, por parte da Fitch. Caso tal aconteça, as obrigações portuguesas serão incluídas numa série de índices que são seguidos por gestores de activos passivos, ou seja, que replicam nas suas carteiras os pesos dos títulos nos índices.

 

Outros analistas têm citado o mesmo efeito para recomendar a aposta na dívida portuguesa.

 

"As hipóteses de inclusão nos principais índices [de obrigações] permanecem elevadas em Janeiro, se a Fitch elevar [o "rating"] em Dezembro", diz Christoph Rieger. Mas esta possibilidade não é o único factor que explica este bom desempenho. "Apesar de as obrigações portuguesas estarem a beneficiar com o maior apetite pelo risco e com a política monetária do BCE, a história de Portugal permanece intacta", diz o economista do Commerzbank.

 

Diogo Teixeira acredita que "ainda há alguma margem para redução do ‘spread’ face à Alemanha", pois "o caminho para ‘investment grade’ ainda está a fazer-se". Para o administrador da Optimize, a taxa das OT deverá manter-se, mas o "processo gradual de compressão do ‘spread’ irá continuar ao longo de 2018".

 

O leilão de obrigações do Tesouro que o IGCP vai realizar esta quarta-feira servirá também para testar o apetite dos investidores pela dívida portuguesa. Tendo em conta as taxas praticadas no mercado secundário, Portugal deverá pagar a taxa mais baixa de sempre numa emissão de dívida a 10 anos (o anterior mínimo foi atingido a 25 de Fevereiro de 2015, nos 2,04%).

 

"Os investidores vêem o leilão como uma hipótese para reforçar a posição [na dívida portuguesa] antes da revisão do ‘rating’ por parte da Fitch em Dezembro", refere Jorge Garayo, economista do Société Générale.

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