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Avanço do coronavírus na Europa estimula procura por ativos seguros

Como o aumento de casos de coronavírus reforça as expectativas de mais paralisações na Europa, os investidores voltam a ficar mais seletivos quanto ao que consideram serem ativos seguros.

Galp e PT levam bolsa a inverter perdas da abertura
15 de Outubro de 2020 às 18:12
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Os títulos de dívida alemães estão em alta, mas os italianos, que subiram devido ao apoio do Banco Central Europeu, estão em baixa. O euro está novamente em desvantagem, dando ao dólar espaço para se fortalecer em relação a quase todas as principais moedas do mundo. E os títulos do Tesouro dos EUA, em geral considerados como o paraíso preferido do mundo, estão em alta em todos os prazos.

"O movimento atual segue em direção à segurança acompanhado dos temores da segunda onda de covid-19, que são refletidos em tudo", afirma Martin van Vliet, estrategista da Robeco.

 

Este movimento acompanha o salto recorde de casos de coronavírus na Alemanha, o recolher obrigatório em Paris, restrições mais rígidas em Londres e o ressurgimento de infeções em Itália, o epicentro original da covid-19 na Europa. Anteriormente, os investidores escolhiam perfis de risco em toda a Europa, confortáveis ao saber que os programas de compra de títulos do Banco Central Europeu (BCE) impulsionariam os preços.

 

Os rendimentos dos títulos a 10 anos da Alemanha caíram cinco pontos base, para -0,63%, o menor nível desde março, e deixaram uma margem estreita de negociação que predominava há meses. Os rendimentos da dívida de Itália subiram até cinco pontos base, com o maior aumento da diferença entre os dois títulos - muitas vezes vistos como um indicador de risco - desde junho.

 

A aversão ao risco na quinta-feira encerrou um rally dos títulos italianos, que levou os rendimentos a um mínimo histórico de 0,63% no dia anterior e estimulou a concretização de lucros, à medida que operadores migravam para portos seguros. O país, com o rating um nível acima da categoria "lixo" na avaliação da Moody’s Investors Service, enfrenta a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial e o endividamento agora corresponde a quase 160% do PIB.

 

A fuga para ativos seguros também impulsionou o índice Bloomberg Dollar Spot em 0,5% e provocou uma quebra superior a 1% em moedas como a coroa norueguesa e o dólar australiano - este último já pressionado pela perspetiva de cortes dos juros.

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