Notícia
Europa fecha pintada de vermelho após avisos do BCE sobre impacto das tarifas
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quinta-feira.
Europa fecha pintada de vermelho após avisos do BCE sobre impacto das tarifas
Os principais índices europeus fecharam em tereno negativo, depois de quatro sessões consecutivas de ganhos. Preocupações de que as tarifas impostas pelos Estados Unidos (EUA) ao bloco poderão vir a afetar o crescimento na Zona Euro foram a principal razão para o recuo dos índices durante o dia de hoje.
O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – perdeu 0,43%, para os 552,98 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 caiu 0,95%, o espanhol IBEX 35 desvalorizou 0,76%, o italiano FTSEMIB perdeu 1,32%, o holandês AEX cedeu 0,38%, o alemão DAX recuou 1,24% e o britânico FTSE 100 deslizou 0,05%.
Esta quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) alertou que as tarifas impostas pela Administração norte-americana podem reduzir o crescimento europeu em 0,3 pontos percentuais.
A estimativa foi apresentada pela presidente do BCE perante a Comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu. Christine Lagarde realçou que a mudança nas políticas de Washington conduziu a níveis "excecionalmente elevados" de incerteza sobre a direção da política comercial, sendo que a zona euro está "particularmente exposta" a alterações nestas políticas.
Depois de a Reserva Federal (Fed) norte-americana ter decidido manter as taxas diretoras inalteradas no país, hoje foi a vez do banco de Inglaterra (BoE) se pronunciar sobre o rumo da política monetária no país. Esta quinta-feira, o BoE decidiu manter as taxas inalteradas, citando preocupações quanto às políticas comerciais dos EUA e um desenho geopolítico complexo. Apesar de ter fechado no vermelho, a bolsa de Londres acabou por ter um melhor desempenho face às suas congéneres.
Apesar das perdas do dia de hoje, o índice de referência europeu - Stoxx 600 - ainda está a superar os seus pares norte-americanos, com um ganho de 8,6% desde o início do ano, estando a caminho do seu melhor primeiro trimestre desde 2019.
"Após a recente recuperação, os mercados europeus poderão fazer uma pausa para respirar. Mas penso que ainda estamos no início de uma rotação para a Europa", disse à Bloomberg Vidya Anant, gestora sénior de carteiras da DWS Asset Management.
Entre os setores, o automóvel liderou as perdas ao ceder mais de 2%, seguido da banca, que recuou 1,73%. No sentido contrário, o imobiliário e as "utilities" (água, luz, gás) foram aqueles que registaram os maiores ganhos, ambos ligeiramente abaixo de 1%.
Quanto aos movimentos de mercado, o HSBC perdeu mais de 2%, acompanhando a desvalorização do setor da banca registada durante o dia. A acompanhar as perdas do setor automóvel estiveram, entre outras produtoras de carros, a Porsche, que caiu mais de 3%, a Mercedes-benz, que perdeu mais de 2% e a Stellantis, que tombou quase 3%.
Por outro lado, a Eurocell disparou quase 7% naquela que é a maior valorização da empresa desde setembro do ano passado. A subida vem depois de a empresa de construção de janelas e não só, ter anunciado, esta quinta-feira, o lançamento de um programa de recompra de ações, comprometendo-se a adquirir até 5 milhões de libras esterlinas em ações próprias.
Juros das dívidas soberanas da Zona Euro fecham com tendência mista
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro fecharam entre alívios e agravamentos esta quinta-feira, num dia em que as bolsas do continente cederam, depois de avisos do Banco Central Europeu (BCE) sobre o impacto das tarifas dos EUA no crescimento da zona euro.
Esta quinta-feira, os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, aliviaram 0,3 pontos base, para 3,287%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento seguiu o caminho inverso e subiu 0,1 pontos, para 3,423%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa cresceu 0,4 pontos base para 3,478%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, aliviaram 2,3 pontos, para 2,778% .
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguiram a mesma tendência e subiram 1 ponto bas para 4,644%, no mesmo dia em que o banco de Inglaterra decidiu manter as taxas diretoras no país inalteradas.
Petróleo avança com pressão dos EUA sobre exportações iranianas
Os preços do petróleo seguem a negociar em alta esta quinta-feira, depois de os Estados Unidos (EUA) terem reforçado medidas destinadas a servir de bloqueio às exportações de crude do Irão.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os Estados Unidos (EUA) – ganha 1,55% para os 68,20 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 1,51% para os 71,85 dólares por barril.
O Departamento do Tesouro dos EUA sancionou uma refinaria de petróleo sediada na China e 19 entidades e navios ligados ao transporte de crude iraniano. De acordo com o Atlantic Council – um "think tank" norte-americano – a maioria dos cerca de 1,6 milhões de barris por dia de petróleo exportados por Teerão destinam-se a um único comprador, a China.
Os "traders" avaliaram ainda as perrspetivas económicas dadas pela Reserva Federal (Fed) norte-americana, depois de o presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, ter dito esta quarta-feira que a Fed não tem pressa em cortar as taxas diretoras.
Já a escalada da guerra comercial em curso ameaça atingir a procura por energia. Ainda assim, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP +) deverão aumentar a produção de "ouro negro" a partir de abril, conforme planeado, contribuindo para um potencial excedente global de crude.
"As notícias sobre as tarifas dos EUA deverão manter os preços do petróleo voláteis", disse à Bloomberg Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do UBS. "Dito isto, mantemos a nossa perspetiva moderadamente construtiva para os preços do petróleo", acrescentou o especialista.
No mercado norte-americano, os inventários de gasolina do país caíram na semana passada para o valor mais baixo desde o início do ano, aliviando preocupações de que o consumo poderá estar a abrandar do lado de lá do Atlântico. Já os inventários de petróleo bruto subiram 1,7 milhões de barris, superando as expectativas de um aumento de 512 mil barris, segundo a Reuters.
Ouro cede após atingir novos máximos
O ouro segue a ceder esta quinta-feira, depois de o metal amarelo ter atingido um novo recorde no início da sessão, nos 3.057,21 dólares por onça, o que levou à retirada de mais-valias por parte dos "traders".
Apesar da ligeira descida registada a esta hora, a perspetiva continua a ser positiva para os preços do ouro, impulsionados pela possibilidade de futuros cortes nas taxas diretoras dos EUA pela Reserva Federal (Fed), que ontem decidiu manter a taxa inalterada até, pelo menos, à próxima reunião de governadores do banco central, em maio.
Para além disso, incertezas geopolíticas e económicas continuam a fazer aumentar a procura por ouro enquanto ativo refúgio.
O ouro desvaloriza a esta hora 0,24%, para os 3.040,540 dólares por onça.
"Os especuladores estão a tentar tirar partido do mercado e retirar algum lucro da mesa... Penso que sempre que o ouro atinge um ponto alto, vemos um pouco de resistência", disse à Reuters Alex Ebkarian, diretor de operações da Allegiance Gold.
O presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, disse esta quarta-feira que as políticas iniciais de Trump, incluindo tarifas às importações, podem ter impacto no crescimento económico dos EUA e possivelmente aumentar a inflação. Ainda assim, o banco central manteve as taxas inalteradas na reunião desta semana. O ouro, que não rende juros, beneficia com taxas diretoras mais baixas.
O mercado está agora a prever 69 pontos base de flexibilização este ano por parte da Fed, com pelo menos duas reduções de 25 pontos base cada, com um corte em julho dado como quase certo, segundo dados da LSEG.
"No nosso cenário de alta, prevemos que os preços do ouro atinjam os 3.500 dólares por onça no final do ano, sustentados por uma procura muito mais elevada de cobertura/investimento, devido aos receios de uma estagflação nos EUA", afirmaram à Reuters analistas do Citi.
Dólar valoriza e divisas europeias perdem em sessão marcada por bancos centrais
O dólar valoriza a esta hora, um dia depois de a Reserva Federal (Fed) norte-americana ter indicado que não tem pressa em reduzir as taxas diretoras, devido às incertezas em torno do potencial impacto das tarifas dos Estados Unidos (EUA) aos seus parceiros comerciais na maior economia mundial.
Face à divisa nipónica, a "nota verde" valoriza 0,15% para os 148,910 ienes.
O índice do dólar – que mede a força do dólar face às principais rivais – ganha 0,43% para os 103,863 pontos.
"Não vamos ter pressa em agir", disse o presidente da Fed, Jerome Powell, esta quarta-feira, após a reunião dos decisores de política monetária.
Dados do mercado de trabalho nos EUA mostraram que os pedidos de subsídio de desemprego no país, referentes à segunda semana de março, aumentaram abaixo do previsto, o que sugere que o mercado laboral norte-americano permanece estável.
Os novos pedidos de subsídio de desemprego aumentaram em 2 mil para um total de 223 mil na segunda semana de março, ligeiramente abaixo das expectativas do mercado, que apontavam para um total de 224 mil novos pedidos de subsídio de desemprego, de acordo com a Trading Economics.
No Velho Continente, o banco de Inglaterra (BoE) decidiu manter as taxas de juro inalteradas na reunião de março, terminada esta quinta-feira.
A moeda única segue a ceder 0,40% para os 1,085 dólares. No mesmo sentido, a libra desvaloriza 0,25% para os 1,297 dólares.
Também o franco suíço regista perdas a esta hora, depois de o banco nacional suíço ter reduzido a sua principal taxa de juro para um valor ligeiramente acima de zero. O franco suiço perde a esta hora 0,59% para os 1,133 dólares.
Otimismo desvanece. Wall Street volta ao vermelho com receios do impacto das tarifas
Os principais índices norte-americanos voltaram às perdas no arranque da sessão, num momento em que as dúvidas dos investidores quanto aos dois cortes de juros deste ano, como anunciou ontem a Reserva Federal (Fed) após ter mantido os juros inalterados, voltam a ganhar espaço. Apesar de as declarações de Jerome Powell terem animado Wall Street na sessão de ontem, o otimismo parece dissipar-se novamente esta quinta-feira.
O S&P 500 perde 0,41% para 5.652,25 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite desvaloriza 0,45% para 17.670,10 pontos. Os dois índices perdem, desde o arranque do ano, 3,5% e 8%, respetivamente. Já o industrial Dow Jones cede 0,43% para 41.785,32 pontos.
A onda de tarifas comerciais anunciada pelos EUA, assim como as taxas retaliatórias por parte de outros países ameaça fazer escalar a inflação na maior economia do mundo e pôr um travão no crescimento. Apesar de não ter mexido nos juros, a Fed deixou o aviso de que "a incerteza em torno do panorama económico aumentou" e os especialistas antecipam uma posição mais cautelosa por parte do banco central no futuro, o que voltou a agitar as águas do mercado.
"O facto de Jerome Powell, presidente da Fed, não ter jogado com o medo da recessão ajudou o sentimento, mas o mercado parece estar um pouco incomodado com a sua caraterização do impacto das tarifas sobre a inflação" explicou Wei Li, da BlackRock, à Bloomberg Television. E acrescentou: "os mercados ainda esperam que a Fed seja capaz de impulsionar a economia se a economia abrandar, mas o compromisso entre o crescimento e a inflação está a tornar-se muito difícil".
Os investidores digerem ainda os novos dados relativos ao mercado de trabalho norte-americano. Na semana passada, os pedidos por subsídio de desemprego aumentaram de forma modesta, o que indica alguma estabilidade. Os dados vão ao encontro das declarações do número um da Fed, que anunciou que "as condições no mercado de trabalho estão equilibradas".
Entre os principais movimentos de mercado, a Tesla de Elon Musk cede mais de 1% após ter mandado chamar à fabrica milhares de elétricos do modelo "Cybertrucks" devido a problemas de segurança. Já a Amazon e a Microsoft recuam menos de 1%.
Euribor a três meses cai pela 4.ª sessão consecutiva para novo mínimo desde janeiro de 2023
A Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses em relação a quarta-feira e no prazo mais curto, pela quarta sessão consecutiva, para um novo mínimo desde janeiro de 2023.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 2,327%, ficou abaixo da taxa a seis meses (2,411%) e da taxa a 12 meses (2,379%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou hoje, ao ser fixada em 2,411%, menos 0,010 pontos.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a janeiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,52% e 25,57%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor recuou para 2,379%, menos 0,027 pontos.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou hoje, ao ser fixada em 2,387%, menos 0,024 pontos e um novo mínimo desde 18 de janeiro de 2023.
A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%.
A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada de novo em 2,500% em março de 2025.
Em termos mensais, a média da Euribor em fevereiro voltou a descer a três e a seis meses.
A Euribor a 12 meses, que tinha subido em janeiro pela primeira vez depois de nove meses a cair, também desceu em fevereiro.
Assim, a média da Euribor a três, seis e a 12 meses em fevereiro desceu 0,177 pontos para 2,525% a três meses, 0,154 pontos para 2,460% a seis meses e 0,118 pontos para 2,407% a 12 meses.
Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Pessimismo de Lagarde atira Europa para o vermelho
As bolsas europeias estão a negociar, maioritariamente, no vermelho esta quinta-feira, numa altura em que um possível impacto negativo das tarifas dos EUA na economia europeia volta a ocupar o palco principal das preocupações dos investidores. Numa intervenção no Parlamento Europeu, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), afirmou que a autoridade monetária não se pode comprometer com novos cortes nas taxas de juro, num contexto de grande incerteza a nível comercial.
O "benchmark" para a negociação da região, o Stoxx 600, recua 0,35% para 553,45 pontos, com o setor da banca e automóvel a registarem o pior desempenho. As bolsas europeias arrancaram o ano com grande otimismo, numa altura em que o "excecionalismo americano" tem sido posto em causa por parte dos investidores, que procuram novos mercados para investir. No entanto, o impacto das tarifas de Trump na economia do bloco de 27 países está a deixar os investidores de pé atrás.
"Depois do mais recente ‘rally’, os mercados europeus estão a fazer uma pausa para respirar", começa por explicar Vidya Anant, analista da DWS Asset Management, à Bloomberg. No entanto, a analista considera "que ainda estamos nos primeiros passos de uma mudança de direção no sentido da Europa". O principal índice europeu continua a registar um melhor desempenho que o homólogo norte-americano e prepara-se para fechar o melhor primeiro trimestre do ano desde 2019.
Entre as principais movimentações de mercado, a Sodexo afunda quase 18% esta manhã, depois de a empresa francesa do ramo dos serviços alimentares ter cortado as suas previsões de lucro para o resto do ano. Por sua vez, a alemã RWE cai mais de 3%, depois de ter anunciado que vai cortar em 10 mil milhões de euros os seus planos para investir em tecnologia verde.
Nas principais praças europeias, o alemão DAX recua 0,98%, o espanhol IBEX cai 0,49%, enquanto o francês CAC-40 desvaloriza 0,69% e o italiano FTSEMIB perde 0,92%. Já o britânico FTSE100 avança 0,08% em dia de reunião do Banco de Inglaterra, enquanto o holandês AEX negoceia inalterado.
Dólar sobe após Fed mais cautelosa. Libra em máximos de quatro meses antes de BoE
O dólar está a subir face ao euro, em reação às declarações do presidente da Reserva Federal desta quarta-feira, após o banco central ter optado por manter as taxas de juro inalteradas.
No entanto, o mercado focou-se nas projeções económicas da Fed para o resto do ano. O banco central, liderado por Jerome Powell, prevê apenas duas descidas em 2025, mas deixou o aviso de que "a incerteza em torno do panorama económico aumentou".
E a culpa é das políticas comerciais dos Estados Unidos. A onda de tarifas alfandegárias anunciadas por Donald Trump contra antigos parceiros levará a um aumento das pressões inflacionistas no curto prazo, ao mesmo tempo que o crescimento da maior economia do mundo foi revisto em baixa de 0,4 pontos para 1,7%.
O euro cede 0,57% para 1,0841 dólares. Já o índice da Bloomberg do dólar, que mede a força da nota verde face às principais concorrentes, sobe 0,41% para 103,847 pontos.
Destaque ainda para a libra, que atingiu máximos de quatro meses face ao dólar, nos 1,3015 dólares, em dia de decisão do Banco de Inglaterra. À semelhança da Fed, o mercado espera que o BoE mantenha também os juros inalterados. O euro cai 0,14% para 0,8373 libras.
Juros aliviam na Zona Euro à espera de Lagarde
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a aliviar esta manhã, num dia marcado por uma série de discursos de responsáveis do Banco Central Europeu (BCE). O claro destaque será a intervenção de Christine Lagarde, presidente da autoridade monetária, numa audição na comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu.
Os juros das "Bunds" alemãs, com maturidade a dez anos e que servem de referência para a região, recuam 3,7 pontos base para 3,446%, enquanto as "yields" francesas cedem 2,7 pontos para 3,446%.
Já nos países do sul da Europa, as obrigações portuguesas, também a dez anos, aliviam 2,8 pontos para 3,263%, enquanto os juros da dívida espanhola caem 2,7 pontos para 3,395% e as "yields" italianas cedem 2,8 pontos para 3,874%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica são os que mais caem entre os pares europeus, aliviando 5,7 pontos para 4,577%. O Banco de Inglaterra (BoE) reúne esta manhã e deve manter as taxas de juro inalteradas, em consonância com a decisão da Reserva Federal (Fed) norte-americana desta quarta-feira, apesar de a inflação no país já estar no objetivo de 2%.
Ouro renova máximos e ultrapassa os 3.050 dólares
Com a Reserva Federal (Fed) norte-americana a continuar a indicar dois cortes nas taxas de juro em 2025, apesar da incerteza económica introduzida com as tarifas de Donald Trump, o ouro voltou a renovar máximos históricos esta quinta-feira e a ultrapassar os 3.050 dólares por onça.
A esta hora, o metal precioso inverteu a tendência de negociação e está a recuar para 3.040,26 dólares, com os investidores a aproveitaram os novos recordes para procederem à tomada de mais-valias. No entanto, esta madrugada, o ouro chegou a acelerar até aos 3.057,21 dólares.
"A incerteza nos mercados, as tensões geopolíticas, a fragilidade do dólar e as expectativas de cortes nas taxas de juro em 2025" estão a ser o "cocktail" perfeito para acelerar os preços do ouro, explica à Reuters Dick Poon, analista da Heraeus Metals Hong Kong. É já o 16.º recorde do metal precioso este ano.
No Médio Oriente, Israel continua a atacar a Faixa de Gaza e a violar o acordo de cessar-fogo, depois do Hamas ter recusado libertar, de uma vez, todos os reféns israelitas que tem em sua posse. Na quinta-feira, mais 37 palestinianos foram mortos, com as tensões na regiões a recrudescerem e a reforçarem o prémio de risco sobre o ouro.
No entanto, os analistas não retiram de cima da mesa uma possível correção nos preços. "Devido à boa performance do ouro neste primeiro trimestre, eu acho que uma correção é possível", começa por explicar Nicholas Frapell, analista da ABC Refinery, à agência de notícias, antes de acrescentar que é provável que o metal precioso encontre alguma resistência entre os 3.090 e os 3.100 dólares.
Petróleo em alta com "stocks" a crescerem menos do que antecipado
O barril de petróleo está a negociar em território positivo esta quinta-feira, apesar da revisão em baixa das expectativas de crescimento da economia norte-americana por parte da Reserva Federal (Fed) dos EUA. As reservas de crude no país cresceram a um ritmo mais reduzido do que tinha sido antecipado pelo American Petroleum Institute, o que está a dar alguma força aos preços esta manhã.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para o mercado norte-americano – avança 0,63% para 67,58 dólares por barril, enquanto o Brent, usado na Europa, cresce 0,45% para 71,10 dólares.
Os preços estão ainda a ser impulsionados por uma quebra nos "stocks" de gasolina nos EUA, que alcançaram na semana passada o número mais baixo desde o início do ano. Estes dados estão a dar algum alívio aos investidores, depois de terem arrancado a semana com grandes preocupações em torno do consumo global de petróleo.
Além disso, e apesar da revisão em baixa do crescimento, Jerome Powell, presidente da Fed, deu uma mensagem mais otimista do que antecipado aos mercados. O responsável do banco central acredita que as tarifas vão ter impacto na inflação, mas este será apenas temporário, com o banco central a continuar a apontar para dois cortes de 25 pontos base nas taxas de juro.
"A Fed adotou uma narrativa de paciência em vez de pânico, o que está aqui a travar uma escalada de preocupações com a procura de petróleo e a dar uma certa força aos ativos de risco", afirma Charu Chanana, analista do Saxo Markets, à Bloomberg. A completar este cenário, "o esvanecimento das esperanças de um cessar-fogo no Médio Oriente e a falta de progressos nas conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia estão a manter os riscos geopolíticos elevados, aumentando as preocupações com a oferta".
"Rally" das tecnológicas chinesas trava e deixa Ásia sem rumo. Europa no vermelho
As bolsas asiáticas encerraram a penúltima sessão da semana divididas entre ganhos e perdas, apesar de uma Reserva Federal (Fed) mais otimista do que era antecipado até ter dado força às ações norte-americanas na quarta-feira. Já pela Europa, a negociação de futuros aponta para uma abertura no vermelho, com o Euro Stoxx 50 a perder 0,1%.
Apesar de até ter revisto em baixa as previsões de crescimento económico e estar mais pessimista em relação à inflação, Jerome Powell – presidente da Fed – acredita que o impacto da política protecionista da Administração Trump será temporário, com os responsáveis do banco central a continuarem a apontar para dois cortes de 25 pontos base nas taxas de juro em 2025.
Na China, a sessão foi de correção com o "rally" das ações tecnológicas do país a travar a fundo. O Hang Seng, de Hong Kong, foi o mais afetado, ao cair 2,3%, numa altura em que os preços baixos dos títulos tecnológicos norte-americanos chamam mais a atenção dos investidores. Já o Shanghai Composite foi menos castigado, mas ainda assim encerrou a sessão a perder 0,5%.
"O risco-benefício parece muito melhor para a tecnologia dos EUA, após a mais recente correção. Isto não significa que não existam vantagens na compara de ações chinesas", explica Sundeep Gantori, analista da UBS Global Wealth Management, à Bloomberg. A empresa de serviços financeiros vê o setor da tecnologia chinês a avançar até mais 10% este ano.
Na Coreia do Sul, o Kospi conseguiu avançar 0,32%, impulsionado pelos ganhos da Samsung. A tecnológica cresceu quase 3% esta quinta-feira, depois de a empresa se ter comprometido em reforçar a sua posição no mercados dos "chips", em resposta às críticas dos acionistas.
Pelo Japão, as bolsas estiveram encerradas devido a feriado.