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Europa encerra com tendência de queda. Stoxx 600 em mínimos de três meses
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quarta-feira.
Europa encerra com tendência de queda. Stoxx 600 em mínimos de três meses
As bolsas europeias encerraram a sessão desta quarta-feira maioritariamente em baixa, com o "benchmark" para a região a cair para mínimos de três meses. Os investidores estiveram particularmente atentos aos dados da inflação no outro lado do Atlântico, que acelerou para os 2,6% em outubro – em linha com as expectativas dos analistas.
O Stoxx 600 terminou a sessão a desvalorizar 0,13% para 501,59 pontos, o nível mais baixo desde 13 de agosto. Os ganhos do setor energético não foram suficientes para compensar as perdas dos setores tecnológico e imobiliário, que encerraram ambos a perder mais de 1%.
A Siemens Energy foi a principal responsável pelo otimismo vivido nas ações energéticas, depois de a empresa ter revisto em alta as suas previsões para a margem de lucro no médio prazo para um intervalo entre 10 e 12% em 2028. Os títulos da energética dispararam 18,95% para 46,33 euros - a maior subida intradiária desde que se estreou em bolsa, em 2020.
Também a RWE deu ímpeto ao setor, ao avançar 6,14% para 31,97 euros, em reação ao anúncio da recompra de ações pela empresa no valor de 1,5 mil milhões de euros, após os riscos políticos nos Estados Unidos terem complicado os planos de investimento da companhia.
As bolsas europeias têm sido pressionadas pela eleição de Donald Trump como o 47.º presidente dos EUA, uma vez que os planos do republicano passam por aumentar as tarifas sobre produtos importados. Esta quarta-feira, o governador do banco central francês e membro do Banco Central Europeu, Villeroy de Galhau, afirmou que os planos económicos de Trump podem levar o país a uma trajetória de aumento da inflação e ter repercussões negativas sobre a economia mundial.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax recuou 0,16%, o francês CAC-40 desvalorizou 0,14%, o espanhol IBEX 35 cedeu 0,05% e, em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,26%. Em contraciclo, o italiano FTSEMIB ganhou 0,30% e britânico FTSE 100 subiu 0,06%.
Juros da Zona Euro sem tendência definida
Os juros das dívidas soberanas do bloco europeu encerraram a sessão sem uma tendência definida, com a Alemanha a registar a maior subida e Portugal e Espanha a manterem-se praticamente inalterados. Esta quarta-feira ficou marcada por emissão de divida de vários países - incluindo a Alemanha e Portugal -, pela presença de Olaf Scholz no parlamento alemão e pela revisão em baixa das expectativas de crescimento económico pelo Comité de Sábios alemão.
A "yield" da dívida alemã, com maturidade a dez anos e de referência para a região, avançou 2,6 pontos base para 2,383%, enquanto a rendibilidade da dívida portuguesa recuou 0,1 pontos base para 3,837%.
Por sua vez, a "yield" da dívida espanhola a dez anos manteve-se inalterada nos 3,111%. Já a rendibilidade da dívida francesa com a mesma maturidade perdeu 1 pontos base, para 3,627%, enquanto a da francesa subiu 1,9 pontos para 3,134%.
Fora do bloco europeu, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, agravaram-se 2 pontos base para 4,518%.
Dólar continua a ganhar terreno e alcança máximos de quase sete meses
O dólar está a negociar perto de máximos de sete meses, apesar de os dados da inflação de outubro manterem em cima da mesa um novo corte nas taxas de juro em dezembro, por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana.
A "nota verde" atingiu máximos de 16 de abril esta quarta-feira, ainda a ser impulsionada pela vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas da semana passada. O republicano pretende implementar uma série de medidas no país que podem levar a um aumento da inflação, como as tarifas sobre produtos importados da China.
O índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da divisa contra um conjunto das suas principais concorrentes - cresce, a esta hora, 0,30% para 1.283,86 pontos. O euro recua 0,45% para 1,0575 dólares, enquanto a libra perde 0,26% para 1,2715 dólares.
Face ao iene, a divisa norte-americana avança 0,38% para 155,20 dólares, mesmo depois da inflação no Japão ter registado a maior subida em outubro em mais de um ano e ter dado mais argumentos ao banco central para subir as taxas de juro.
Já no mundo das criptomoedas, a bitcoin ultrapassou, pela primeira vez na história, o patamar dos 90 mil dólares, ainda ao sabor da eleição de Donald Trump – apoiante de criptoativos – e a par da eficácia do lóbi do setor no último ato eleitoral norte-americano. Entretanto, a bitcoin reduziu os ganhos para 86.923,61 dólares.
Ouro abranda perdas com investidores mais otimistas em relação a novo corte nos juros
O ouro cai moderadamente depois de ter atingido mínimos de sete semanas, tendo sido pressionado nas últimas sessões por um dólar mais forte. Este movimento acontece num dia em que a evolução da taxa de inflação em outubro foi conhecida, com o índice de preços no consumidor a acelerar para 2,6% no mês em exercício – em linha com as expectativas. Já a inflação "core", que exclui os preços com maior volatilidade, avançou 3,3%.
Estes novos dados continuam a alimentar a expecativa de um corte nas taxas de juro na próxima reunião da Reserva Federal (Fed) norte-americana em dezembro. O banco central deve avançar com um alívio de 25 pontos base, o que está a dar ímpeto aos preços do ouro.
A esta hora, o metal precioso perde 0,50% para 2.584,15 dólares por onça, depois de uma breve recuperação impulsionado por um dólar a reduzir os ganhos registados esta manhã. "Parece que esta correlação inversa [entre o dólar e o ouro] voltou a afirmar-se após as eleições", afirma Peter Grant, vice-presidente da Zaner Metals, à Reuters.
Após serem conhecidos os novos dados da inflação, os investidores veem agora uma probabilidade de 79% de um corte de 25 pontos base em dezembro, contra os 59% do início do dia.
Petróleo em mínimos de duas semanas com OPEP mais pessimista
Os preços do petróleo inverteram os ganhos desta manhã e encontram-se, agora, a negociar em mínimos de duas semanas, um dia depois de a OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) ter revisto em baixa as suas projeções para a procura de crude em 2024 e 2025. É a quarta vez este ano que o cartel diminui as suas expectativas para 2024, citando preocupações com o mercado chinês e indiano, entre outros.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – perde 0,84% para os 67,55 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – recua 0,78 % para os 71,33 dólares por barril.
O petróleo está ainda a ser pressionado por um dólar mais forte, impulsionado pela eleição de Donald Trump como 47.º presidente dos EUA e um pacto de estímulos económicos, apresentado na sexta-feira pelas autoridades chinesas, considerado pelos mercados como desapontante.
"Todos estes desenvolvimentos mantêm os preços do petróleo inclinados para o lado negativo, com o WTI a poder em breve visitar os seus mínimos de setembro nos 65,70 dólares", afirmou Charalampos Pissouros, analista da XM, à Reuters.
Neste cenário, o crude pode encontrar um novo catalisador com a nomeação do senador Marco Rubio para secretário de Estado. A escolha ainda não foi anunciada, mas o nome tem sido apontado pelos principais jornais norte-americanos. Os investidores esperam que, caso Rubio chegue a esta posição, as sanções dos EUA sobre o petróleo iraniano sejam reforçadas, removendo cerca de 1,3 milhões de barris por dia do mercado.
Inflação acelera em linha com as expectativas e deixa Wall Street no verde
Wall Street arrancou a sessão desta quarta-feira em alta, num dia em que foi conhecida a evolução da taxa de inflação nos EUA em outubro. O Índice de Preços no Consumidor (IPC) acelerou 2,6% no mês passado, depois de ter crescido 2,4% em setembro – em linha com as expectativas dos analistas.
A nível de evolução mensal, a taxa de inflação aumentou 0,2% e, excluindo os produtos com mais variações de preço, a inflação "core" cresceu 0,3%. Os dois indicadores também evoluíram conforme o esperado e continuam a dar argumentos à Reserva Federal (Fed) norte-americana para voltar a cortar as taxas de juro em dezembro – o terceiro corte do ano, que se deve ficar pelos 25 pontos base.
O S&P 500 cresce 0,10% para 5.989,15 pontos, enquanto o Dow Jones Industrial Average avança 0,22% para 44.007,63 pontos. Já o índice tecnológico Nasdaq Composite arrancou a sessão praticamente inalterado, mas a pender para terreno positivo, ao ganhar 0,02% para 19.286,72 pontos.
"O mercado já está um pouco nervoso devido à possibilidade da inflação voltar a acelerar em 2025 sob uma nova administração", afirmou Ross Mayfield, estratega de investimento da Baird. "O facto de o IPC ter ficado em linha com as expectativas dá aos mercados uma chance de respirar e de se concentrar nas outras coisas que o têm movido ultimamente", concluiu.
As ações da Tesla continuam a beneficiar da vitória de Trump nas eleições norte-americanas e da relação próxima entre o republicano e Elon Musk. Esta terça-feira, Trump nomeou o magnata para co-liderar o departamento de "eficiência governamental", o que está a fazer com que a Tesla cresça 3,17% para 338,67 dólares.
Por sua vez, a Spirit Airlines afunda 60,87% para 1,26 dólares, depois de ter sido reportado que a companhia aérea estaria a preparar-se para apresentar um pedido de proteção contra credores ao abrigo do capítulo onze da lei de falências dos EUA.
Apesar das perdas registadas na terça-feira, o S&P 500 regista um saldo positivo de cerca de 3,5%, desde o dia em que se realizou as eleições norte-americanas – e encaminha-se para encerrar o ano a avançar mais de 25%.
Euribor cai para novos mínimos e a 12 meses fica abaixo de 2,5%
A Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses para novos mínimos desde março e janeiro de 2023 e outubro de 2022 e no prazo mais longo ficou abaixo de 2,5%.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que recuou para 3,023%, continuou acima da taxa a seis meses (2,779%) e da taxa a 12 meses (2,495%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, baixou hoje para 2,779%, menos 0,018 pontos e um novo mínimo desde 05 de janeiro de 2023.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a setembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,26% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representavam 33,37% e 25,46%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, baixou hoje para 2,495%, menos 0,007 pontos do que na terça-feira e um novo mínimo desde 06 de outubro de 2022.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses caiu hoje, ao ser fixada em 3,023%, menos 0,011 pontos do que na sessão anterior e um novo mínimo desde 29 de março de 2023.
A média da Euribor em outubro desceu a três, a seis e a 12 meses, mais acentuadamente do que em setembro e com mais intensidade nos prazos mais curtos.
Em 17 de outubro, o BCE cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar "no bom caminho" e a uma atividade económica pior do que o previsto.
Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.
Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Escalada da Siemens Energy dá alento às bolsas europeias
Os principais índices europeus estão a negociar em alta, com um "rally" da Siemens Energy a gerar maior apetite pelo risco, depois de as últimas sessões terem sido dominadas por uma avaliação do impacto do mandato de Donald Trump.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, soma 0,18%, após ter tido ontem o pior dia desde 5 de agosto. A dar o maior contributo para o desempenho do índice está o setor de petróleo e gás que sobe mais de 1%.
A Siemens Energy reviu em alta as suas previsões para a margem de lucro no médio prazo para um intervalo entre 10 e 12%, contra os anteriores 8%, em 2028. As ações do braço para a energia da multinacional alemã dispararam 21%, até aos 47,13 euros, a maior subida intradiária desde que se estreou em bolsa, em 2020.
Também a RWE sobe quase 8% depois de ter revelado que vai recomprar 1,5 mil milhões de euros em ações, após os riscos políticos nos Estados Unidos terem complicado os planos de investimento da companhia.
Entre outros movimentos de mercado, a Just Eat Takeaway pulou mais de 20% depois de ter vendido a sua companhia norte-americana Grubhub à Wonder Group.
A diferença em dólares entre o Stoxx 600 e S&P 500 é a maior dos últimos 24 anos e alguns analistas esperam que a diferença de mantenha alargada. "Esperamos que os prémios de risco mais elevados persistam nos setores expostos às tarifas até que surja uma maior clareza", explicou à Bloomberg Mathieu Racheter, estratega do Julius Baer.
"Mantemos a nossa posição cautelosa em relação às ações europeias, optando por permanecer à margem, por enquanto", acrescentou.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax soma 0,39%, o francês CAC-40 valoriza 0,34%, o italiano FTSEMIB ganha 49%, o britânico FTSE 100 sobe 0,37% e o espanhol IBEX 35 pula 0,41%.
Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,24%.
Juros da Zona Euro sem tendência definida
Os juros das dívidas soberanas do bloco europeu estão sem tendência definida esta quarta-feira, num dia de várias emissões de de dívida, com a Alemanha a planear angariar quatro mil milhões de euros em dívida a dez anos. Também Portugal vai procurar emitir entre 1.000 e 1.250 milhões de euros em obrigações de longo prazo, com maturidade a 10 e 20 anos.
A "yield" da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, avança 0,1 pontos base para 2,839%, enquanto a rendibilidade da dívida espanhola recua 1,1 pontos base para 3,099%.
Por sua vez, a "yield" da dívida alemã a dez anos, de referência para a região, aumenta em 0,2 pontos base, para 2,360%. Já a rendibilidade da dívida francesa com a mesma maturidade soma 1,1 pontos base, para 3,127%, enquanto a da italiana alivia 1,1 pontos até 3,627%.
Fora do bloco europeu, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, recuam 0,1 pontos base para 4,497%.
Dólar segue em alta, mas reduz ganhos com atenções viradas para a inlfação nos EUA
O dólar segue a negociar em alta, mas mais contido do que o que tem sido a norma nas últimas sessões, numa altura em que os investidores viram atenções das "Trump trades" para os dados da inflação de outubro nos Estados Unidos que serão conhecidos hoje.
O euro perde 0,11% para 1,0611 dólares, enquanto o yuan, outra das moedas que tem sido pressionada pelo cenário de tarifas mais elevadas nas importações para os EUA, recupera e soma 0,22% para 0,135 dólares. Por sua vez, o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana face a 10 divisas rivais - avança 0,06% para 106,084 dólares, mantendo-se perto de máximos de julho.
Os investidores seguem também a avaliar a contagem de votos para a composição da Câmara dos Representantes, com os republicanos mais próximos de alcançarem a maioria, o que levaria a que o presidente-eleito levasse a sua agenda avante, sem entraves.
"É provável que as atenções se voltem a centrar na inflação e na política da Fed na última parte da semana, mas ainda não se sabe se isso trará um desfazer das 'Trump trades'", disse Charu Chanana, estratega-chefe de investimentos do Saxo Bank, em declarações à Reuters.
Petróleo em alta ligeira com sinais de aperto no mercado no curto prazo
Os preços do petróleo estão a negociar ligeiramente em alta, sustentados por sinais de aperto da oferta no curto prazo, um dia depois da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) terem reduzido as perspetivas de crescimento do consumo global em 2024 e 2025. Ainda assim, os dois principais contratos de futuros seguem a negociar em mínimos de duas semanas.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – avança 0,12% para os 68,2 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – soma 0,17% para os 72,01 dólares por barril.
Apesar do atual sentimento positivo, a descida das projeções da procura e a fraqueza do principal consumidor mundial, a China, continuam a pesar sobre o sentimento do mercado.
"A ausência de um estímulo orçamental mais direto por parte da China tem vindo a piorar as perspetivas da procura de petróleo, juntamente com as estimativas de aumento da produção nos EUA com uma presidência Trump e os planos da OPEP+ para um aumento da produção", disse à Reuters Yeap Jun Rong, analista da IG.
Ouro recupera mas mantém-se perto de mínimos de sete semanas
O preço do ouro recupera ligeiramente esta quarta-feira, mas o metal precioso mantém-se próximo de mínimos de sete semanas.
Após ter alcançado máximos históricos em outubro, o metal amarelo foi penalizado na sequência da reeleição de Donald Trump como presidente dos EUA. O regresso do republicano à Casa Branca é visto como positivo para as empresas, o que desviou o foco dos investidores para ativos de maior risco, nomeadamente as ações.
Adicionalmente, antecipa-se que com Trump no poder a Reserva Federal (Fed) irá abrandar no ritmo de alívio das taxas diretoras, até porque as promessas de tarifas às importações irão colocar pressão sobre os preços, reduzindo a desaceleração da inflação.
O ouro avança 0,47%, para os 2.610,55 dólares por onça. Também a prata, platina e paládio registam subidas nos preços.
Futuros da Europa em queda após pior dia em 3 meses. Ásia no vermelho pela quarta sessão
Os principais índices europeus devem continuar esta quarta-feira a negociar em sentido negativo, depois de o índice de referência para o Velho Continente, o Stoxx 600, ter registado ontem a maior queda em três meses.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 recuam 0,34%.
Numa altura em que a nova administração Trump começa a ganhar forma, incluindo a escolha de Elon Musk, para chefiar um novo departamento de "eficiência governamental", os investidores centram-se na possibilidade de as políticas de Donald Trump levem a uma subida de preços e que as suas promessas de aumentar as tarifas possam impactar a economia do bloco europeu.
Esta quarta-feira são conhecidos os números da inflação nos Estados Unidos, que poderão reforçar ou inverter a tendência das expectativas de redução das taxas da Reserva Federal. Esta leitura dá início a um conjunto de dias com vários eventos relevantes, que incluem os preços na produção nos EUA, um discurso do presidente da Fed e na sexta-feira as vendas a retalho.
Na Ásia, a sessão foi de quedas pela quarta sessão consecutiva, com a cautela a comandar a negociação, com os investidores a anteciparem o impacto das novas tarifas às importações para os EUA para os países asiáticos.
O japonês Kospi registou as maiores quedas, pressionado pela Samsung que caiu para minímos de quatro anos, estando a desvalorizar mais de 10% na semana. A queda acontece pouco mais de um mês depois de um pedido de desculpas público por parte da empresa e um reconhecimento de que a companhia não tem conseguido o "boom" por "chips". Nessa comunicação a Samsung considerou estar em "crise", após ter revelado "guidance" relativamente aos lucros abaixo do esperado.
"O menor apetite pelo risco nos mercados asiáticos parece ter acelerado hoje, à medida que o otimismo pós-eleitoral perde força e o aumento das 'yields' antes dos dados da inflação levanta novas 'red flags'", disse à Bloomberg Hebe Chen, analista da IG Markets.
No Japão, o Nikkei cai 1,66% e o Topix desvaloriza 1,21%. Na Coreia do Sul, o Kospi perde 2,64%. Na China, o Hang Seng, em Hong Kong, desce 0,14% e o Shanghai Composite valoriza 0,51%.