Notícia
Moscovo corta gás a polacos a partir de quarta-feira. Polónia pondera suspender contribuição para UE
Acompanhe aqui minuto a minuto o conflito na Ucrânia e o impacto nos mercados.
- China anima futuros da Europa após mínimos de seis semanas
- Guterres em Moscovo para tentar avanços para a paz
- Ouro a negociar de forma estável. Dólar em alta e euro em mínimo de dois anos
- Juros das dívidas soberanas a subir. Yield portuguesa em máximos de novembro de 2018
- Petróleo cede. WTI já abaixo dos 100 dólares
- Bolsas europeias recuperam animadas por decisão do banco central da China. PSI em contraciclo
- Rússia alerta para "risco real" de conflito na Ucrânia originar nova Guerra Mundial
- Kiev: "Moscovo fala sobre Terceira Guerra Mundial porque sente que está a perder na Ucrânia"
- Moldávia: região separatista da Transnístria diz ter sido alvo de três "ataques terroristas"
- Guterres apela em Moscovo ao fim da guerra "assim que possível"
- Wall Street arranca no vermelho. Twitter cai mais de 1%
- Ouro recupera após três sessões no "vermelho". Euro e libra perdem com dólar fortalecido
- Rússia suspende fornecimento de gás à Polónia
- Juros aliviam na zona euro
- Petróleo sobe com aumento da procura nos EUA
- Mar Vermelho invade Europa. Stoxx 600 renova mínimos de 6 semanas
- Polónia pondera suspender contribuição para a UE devido a custo de acolher refugiados
- Impacto da guerra nos preços dos alimentos e energia pode durar anos, antecipa Banco Mundial
- AR vai aprovar voto que pede "investigação independente" de crimes de guerra. PCP contra
- Binance vai dar 70 euros em cartão todos os meses a refugiados ucranianos
- Reino Unido não quer que o conflito ultrapasse fronteiras da Ucrânia
- Zelensky acusa Rússia de deixar mundo "à beira de catástrofe" ao ocupar Chernobyl
- Liga ucraniana decide terminar campeonato de futebol sem atribuir título de campeão
A promessa do Banco da China impulsionou o apetite pelo risco dos investidores e os futuros do Euro Stoxx 50 avançam 1,7%,
A pesar está também o acelerar da "earnings season" europeia esta semana.
Após a visita a Moscovo, Guterres irá ser recebido a 28 de abril em Kiev pelo chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky.
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O ouro tem estado confortavelmente acima da fasquia dos 1.900 dólares desde que a invasão da Ucrânia teve início, a 24 de fevereiro.
A desvalorização do ouro acontece num momento em que os investidores demonstram um maior apetite por risco, afastando-se de ativos refúgio, como é o caso do ouro. Além disso, também a valorização do dólar torna este ativo menos atrativo.
Os restantes metais, como a prata e a platina, estão também a desvalorizar. A prata cedia 0,19% para 23,58 dólares, enquanto a platina caía 0,55% para 919,04 dólares.
No que diz respeito ao câmbio, o dólar dá continuidade à série de ganhos, naquela que é a quarta sessão consecutiva em alta. O dólar soma 0,12% perante um cabaz de divisas rivais, estando num máximo de março de 2020.
Por sua vez, o euro está a perder terreno face à nota verde, a depreciar pela quarta sessão. Nesta altura recua 0,27% para 1,0684 dólares, um mínimo de dois anos. Também a libra esterlina está no vermelho, a recuar 0,16% face ao dólar para 1,2720 dólares. Trata-se de um mínimo de setembro de 2020 para a divisa britânica.
Os juros das bunds alemãs a dez anos estão a agravar 2,6 pontos base, atingindo os 0,858%, um máximo de sete anos.
Também os juros italianos com a mesma maturidade estão a subir, neste caso 4 pontos base, para uma taxa de 2,614%. É preciso recuar até maio de 2019 para um valor semelhante.
A Península Ibérica não escapa a esta tendência, com os juros portugueses e espanhóis a dez anos a registar a mesma subida: 3,1 pontos base. A yield portuguesa atinge os 1,899%, um valor de novembro de 2018, enquanto a espanhola toca nos 1,85%, um máximo de março de 2017.
O petróleo está a ceder na sessão desta terça-feira, com os investidores ainda a pesar o impacto do aumento de casos de covid-19 na China - o maior importador de petróleo.
Em Pequim, a capital da China, as capacidades de testagem foram reforçadas, gerando dúvidas sobre a necessidade ou não de um confinamento. Caso Pequim avance para uma situação de "lockdown", geram-se dúvidas sobre que as consequências que poderá ter na procura de petróleo.
Com este cenário, o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, estava a ceder 0,8% para 97,74 dólares por barril.
Já o Brent do Mar do Norte, que serve de referência para o mercado português, cedia 0,77% para 101,53 dólares por barril.
As principais bolsas europeias estão a negociar em terreno positivo esta terça-feira, com o português PSI a fugir a esta tendência. Os investidores europeus estão a demonstrar um maior apetite pelo risco, depois de o banco central chinês indicar que pretende apoiar a economia do país, numa altura em que a covid-19 se expande no gigante asiático.
Além disso, também a época de resultados do primeiro trimestre, que está a ganhar força entre as cotadas europeias, está a animar os investidores.
O Stoxx 600 está a valorizar 0,73% para 448,35 pontos, depois de ter atingido mínimos de seis semanas.
Todos os setores estão a negociar com ganhos, à exceção do setor das viagens, que cede 0,11%. As maiores subidas pertencem ao setor dos recursos básicos(1,8%) e ao setor alimentar (1,27%).
O PSI está a recuar 0,18%, enquanto o espanhol IBEX aprecia 0,93%, a mesma valorização do alemão DAX. O francês CAC40 está a valorizar 0,63%, enquanto o inglês FTSE avança 0,66%. Amesterdão está a apreciar 0,93%, enquanto Milão recua 0,39%.
"Os riscos [de uma Terceira Guerra Mundial] são agora mais consideráveis e a Rússia não querer elevar esses riscos artificialmente. Muitos gostariam que assim fosse, mas o perigo é sério, real e não devemos subestimá-lo", referiu Sergei Lavrov, em entrevista ao canal de televisão, segundo declarações citadas pela agência de notícias Interfax.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, respondia assim à entrevista do homólogo russo, Sergei Lavrov, ao canal 1 da televisão russa, onde afirmou que o "perigo" de o conflito na Ucrânia escalar para uma Terceira Guerra Mundial é "sério, real e não deve ser subestimado".
No Twitter, Dmytro Kuleba afirmou que "Moscovo está a sentir a derrota na Ucrânia" e que isso explica que "fale de um perigo real da Terceiro Guerra Mundial". "Por isso, o mundo deve redobrar o seu apoio à Ucrânia para que prevaleçamos e protejamos a segurança europeia e global", escreve.
Russia loses last hope to scare the world off supporting Ukraine. Thus the talk of a ‘real’ danger of WWIII. This only means Moscow senses defeat in Ukraine. Therefore, the world must double down on supporting Ukraine so that we prevail and safeguard European and global security.
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) April 25, 2022
As declarações surgem no mesmo dia em que o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, vai a Moscovo para falar com o presidente russo, Vladimir Putin, e com Sergei Lavrov. Na quinta-feira, irá para Kiev, reunir-se com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Segundo o Conselho de Segurança da região, foram registados três "ataques terroristas" contra uma unidade militar perto da cidade de Tiraspol e contra duas antenas de rádio da era soviética, que transmitiam uma rádio russa para uma vila na região.
Face à situação, a presidente da Moldávia, Maia Sandu, convocou uma reunião de urgência do Conselho Supremo de Segurança do país, que teve início às 13h00 locais (11h00 em Portugal).
O Governo da Moldávia teme que os alegados ataques serviam para "criar pretextos para agravar a situação de segurança na região", onde, desde a dissolução da União Soviética (atual Rússia) e a implantação da independência da Moldávia enquanto país, se concentraram várias tropas russas.
A região tem cerca de meio milhão de habitantes e assume-se como um estado independente, apesar de esse estatuto não ser reconhecido internacionalmente.
Os alegados ataques ocorrem depois de o general russo Rustam Minnekaiev ter referido que Moscovo pretende controlar o sul da Ucrânia para fazer ligação à região separatista da Transnístria.
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Wall Street arrancou no vermelho à medida que a "earnings season" acelera nos EUA e os investidores avaliam o impacto da inflação na política monetária da Reserva Federal norte-americana (Fed).
O industrial Dow Jones segue a desvalorizar 0,58% para 33.850,51 pontos, enquanto o "benchmark" mundial por excelência S&P 500 perde 0,72% para 4.265,51 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite cai 1,24% para 12.841,63 pontos.
Entre os principais movimentos do mercado, são de destacar as ações da Pepsico, que sobem 0,54%. Antes da sessão, a companhia revelou que no primeiro trimestre, a receita subiu 9,3%, para 16,2 mil milhões de dólares, o que levou a empresa a ampliar as estimativas de crescimento da receita para o ano de 6% para 8%.
Destaque ainda para o Twitter que mergulha 1,59%, um dia depois de ter sido anunciado que Elon Musk será o novo dono da rede social.
A possibilidade de um cenário de crescimento económico mais moderado, acompanhada uma inflação persistente está a criar um clima febril no mercado.
"Existe a questão, até agora desconhecida, de como será a política monetária [no futuro]", defendeu Nancy Davis, diretora de investimentos na Quadratic Capital Management, em declarações à Bloomberg TV.
No que toca à época de resultados referentes ao primeiro trimestre, até agora o mercado tem sido recheado de boas notícias, com 80% das empresas a superarem as expectativas.
"Esta será a semana mais movimentada da earings season, o que deve possibilitar que os investidores mudem o foco da inflação, da Fed e da guerra na Ucrânia", sublinha Arte Hogan responsável pelo departamento de estratégia da National Securities, numa nota de "research", citada pela Bloomberg.
Esta terça-feira é ainda dia de a Microsoft, Bank of America, Alphabet e Visa apresentarem contas depois da sessão.
O metal amarelo, visto como "ativo de refúgio", está a subir 0,21% para 1.901,86 dólares por onça. A subida acontece mesmo numa altura em que o dólar, moeda em que é transacionado, está em alta: sobe 0,39% para 102,135 face a um cabaz de divisas rivais, tornando o ouro menos apetecível.
Em contraciclo, outros metais preciosos, como a prata e a platina, estão a negociar no "vermelho". A prata está a perder 0,32%, com a onça a valer 23,66, enquanto a platina recua 0,38%, com a onça nos 915,59 dólares.
Com o dólar forte, o euro está a perder força. A moeda única europeia está a cair 0,55% para 1,0654 dólares, para o valor mais baixo desde 2020. Também a libra esterlina está a cair 0,89%, para 1,2628 dólares.
Segundo o portal, que citava fontes do governo polaco, as primeiras informações davam conta de uma significativa redução no gás fornecido e, mais tarde, da suspensão por completo.
Entretanto, a Polónia veio confirmar que o fornecimento será cortado a partir de amanhã, 27 de abril. A informação foi dada pela russa Gazprom ao principal distribuidor polaco de gás, PGNiG.
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Os juros estão a aliviar na zona euro, à medida que a incerteza sobre a guerra na Ucrânia e a expectativa sobre o aperto da política monetária dos bancos centrais encaminham os investidores para as dívidas soberanas, como ativos refúgio.
A yield sobre a dívida alemã – "benchmark" para o mercado europeu – está a aliviar 3,9 pontos base para 0,793%. Desde o dia 31 de janeiro, que os juros das obrigações com esta maturidade estão em terreno positivo.
Por sua vez, a yield da dívida soberana italiana a dez anos desce 3,5 pontos base para 2,538%, enquanto os juros sobre as obrigações francesas com a mesma maturidade aliviam 1,5 pontos base para 1,293%.
Na Península Ibérica, Espanha regista o alívio mais expressivo da yield da dívida a dez anos na zona euro, descendo 4,0 pontos base para 1,779%.
Já os juros das obrigações portuguesas com a mesma maturidade aliviam 3,6 pontos base para 1,832%. Desde o dia 7 de fevereiro que os juros sobre as obrigações nacionais a dez anos estão acima de 1%.
Os preços do "ouro negro" têm estado a negociar entre ganhos e perdas ao longo da sessão. Depois de terem estado a ceder terreno, devido aos receios em torno do impacto sobre a procura de crude que poderá ter a rápida propagação da covid na China, estão agora em alta – sustentados pelo aumento do consumo de diesel nos EUA.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a somar 1,59% para 103,95 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, ganha 1,70% para 100,22 dólares por barril, depois de já ter estado a cair 1,5%.
Um mar vermelho invadiu as bolsas da Europa, à medida que a incerteza sobre a guerra na Ucrânia e o risco de um abrandamento económico pesam no sentimento dos investidores.
O "benchmark" europeu Stoxx 600 terminou o dia a renovar mínimos de seis semanas, a cair 0,90% para 441,10 pontos. Dos 20 setores que compõe o índice de referência europeu, apenas quatro fecharam a sessão no verde.
Os setores da tecnologia, banca e retalho comandaram as perdas, enquanto o setor energético contrariou a tendência e liderou os ganhos, à boleia da cotação do petróleo no mercado internacional.
Nas restantes praças europeias, o espanhol IBEX terminou o dia com a queda mais expressiva (1,58%), acompanhado do português PSI que desvalorizou 1,32%, pressionado sobretudo pela perda de mais de 5% do BCP, e pelo alemão DAX que caiu 1,20%.
Paris deslizou 0,54%, Amesterdão derrapou 0,51% e Londres terminou na linha de água (0,08%).
A Rússia suspendeu o envio de gás para a Polónia, "o que somou mais um risco para o crescimento económico da Europa", alertou Laura Cooper, estratega da BlackRock, citada pela Bloomberg.
Para Julien Lafargue, responsável pelo departamento de estratégia do Barclays, contactada pela agência norte-americana, estes são tempos em que "continuamos à espera de uma volatilidade elevada", motivada pelo "aumento da retórica de uma política monetária mais agressiva".
Paralelamente os investidores assistem expectantes à "earnings season" europeia e norte-americana, referente ao primeiro trimestre e, ao que tudo indica, o sentimento até agora é positivo.
"A temporada de resultados deve ser positiva no geral, com a maioria das empresa a ainda conseguir ultrapassar o aumento dos custos [gerado pela guerra na Ucrânia]", defende Lafargue.
Numa conferência de imprensa realizada em Varsóvia, o vice-primeiro-ministro polaco, Zbigniew Ziobro, anunciou ter apresentado, numa reunião do Governo, um pedido para "a suspensão total ou parcial da contribuição polaca para o orçamento da União Europeia".
Segundo Ziobro, que também ocupa o cargo de ministro da Justiça, tal "tem que ver com os gastos suportados [pela Polónia] devido à guerra na Ucrânia e à crise de refugiados".
Os últimos dados disponíveis da UE, correspondentes a 2020, indicam que a Polónia contribuiu nesse ano com 4.881 milhões de euros para os cofres comunitários.
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No mais recente relatório 'Commodity Markets Outlook', a organização sediada em Washington dá dois exemplos de uma conjuntura que vem de trás e que o conflito armado veio e vai continuar a agudizar: nos últimos dois anos (entre abril de 2020 e março de 2022), os preços da energia sofreram o maior aumento desde a crise petrolífera de 1973, enquanto as subidas dos alimentos e fertilizantes - que têm a Ucrânia e a Rússia como grandes produtores mundiais - foram as maiores desde 2008.
E as perspetivas em termos da evolução dos preços para o conjunto do ano estão longe de ser animadoras. Falando sempre em termos nominais, o Banco Mundial assinala que os preços da energia, por exemplo, devem crescer 50,5% este ano, antes de aliviarem a partir do próximo, enquanto os de outras categorias como os dos produtos agrícolas e dos metais, devem sofrer um incremento na ordem dos 20% antes de também moderarem nos anos seguintes. No entanto, aponta, em termos globais, os preços das matérias devem manter-se bastante acima da média dos últimos cinco anos.
A instituição ressalva, porém, que os preços podem ser ainda mais elevados e voláteis do que o projetado agora, no caso a guerra se prolongar ainda mais no tempo e perante a imposição de sanções adicionais contra a Rússia.
Entre as categorias destaca-se a energia.
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O texto comum hoje apresentado pelo deputado socialista Francisco César na comissão partiu de uma tentativa de conciliação de oito projetos de voto (IL, BE, PSD, Chega, PAN, PCP, Livre e PS), mas a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, disse não se rever no texto final e pediu a votação separada do voto inicial dos comunistas, que foi rejeitado pelas restantes bancadas.
Na sua parte deliberativa, o texto comum hoje aprovado em comissão com o voto contra do PCP "condena e repudia veementemente a agressão da Federação Russa e a invasão da Ucrânia e os massacres de civis ocorridos em Bucha, Irpin e outras localidades nos arredores de Kiev, bem como outros já ocorridos e que venham a ser descobertos, manifestando total solidariedade com o povo ucraniano e pesar pelas vítimas da guerra".
"Neste contexto, a Assembleia da República expressa o seu apoio à iniciativa do secretário-geral das Nações Unidas para abrir uma investigação independente, exortando a que sejam apuradas todas as responsabilidades pelas instâncias internacionais, particularmente pelo Tribunal Penal Internacional, para que os responsáveis pelos crimes possam ser julgados, apelando ainda à adoção de iniciativas que contribuam para o cessar-fogo e para uma solução negociada do conflito", refere o texto, que deverá ser aprovado no plenário de sexta-feira.
"Fracassou o esforço de conciliação entre todas as bancadas parlamentares", lamentou o presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros, o socialista Sérgio Sousa Pinto, numa referência ao voto contra do PCP, que na semana passada tinha pedido para o seu texto ser incluído nesta tentativa de consenso.
A reunião da Comissão ficou, aliás, marcada por algumas trocas de palavras entre Sérgio Sousa Pinto e Paula Santos, depois de o PCP ter pedido o adiamento da votação de um projeto de resolução do Livre, que pretendia (numa formulação inicial e que irá ser alterada pelo autor) declarar o presidente russo Vladimir Putin "responsável por crimes de guerra" e instar as autoridades nacionais a "participarem do esforço internacional de investigação, acusação, condenação e punição de todos os crimes de guerra na Ucrânia".
Uma vez que se tratava já do segundo adiamento da votação desta recomendação, o presidente da Comissão alertou que se corre o risco de "perda de eficácia" dos trabalhos, recebendo na resposta o argumento por parte de Paula Santos de que se tratava de um direito potestativo dos grupos parlamentares, que o PCP estava a usar pela primeira vez.
Sérgio Sousa Pinto contrapôs com uma proposta de alteração ao regulamento da Comissão, eliminando a palavra "potestativamente" (obrigatoriamente) desse direito de pedido de adiamento.
"Acabar com este poder absoluto, sob pena de ser possível sabotar e inviabilizar o funcionamento desta comissão", criticou, considerando que se todos os grupos parlamentares usassem esse instrumento à vez o projeto do deputado Rui Tavares poderia apenas ser discutido "no Natal do próximo ano"
A alteração ao regulamento interno proposta pelo presidente da Comissão acabou por ser aprovada com o voto contra do PCP, mas a votação do projeto de resolução do Livre manteve-se adiada para a próxima reunião.
Lusa
A Binance lançou um cartão cripto para todos os refugiados ucranianos obrigados a deslocarem-se para o Espaço Económico Europeu (EEE), devido à invasão russa, informou a plataforma liderada por Changpeng Zhao ao Negócios.
O cartão, criado em parceria com a Contis, vai permitir que os refugiados ucranianos efetuem ou recebam pagamentos e façam compras em lojas que aceitem pagamentos em cartão, já que no exato momento da compra, as criptomoedas são convertidas em moeda fiduciária.
Além disso, a maior plataforma cripto do mundo está a trabalhar com várias organizações sem fins lucrativos, como a Rotary e a Palianytsia, para contribuírem com ajuda financeira.
Os refugiados, verificados por organizações locais sem fins lucrativos, que se candidatarem aos cartões vão ainda receber 75 unidades do criptoativo oficial da Binance, o Binance USD (cerca de 70 euros à taxa de câmbio atual) todos os meses durante três meses, no cartão.
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Citado pela agência de notícias AP, Boris Johnson vincou que não deseja que a guerra se espalhe para além das fronteiras da Ucrânia, mas explicou que como os ucranianos "estão a ser atacadas desde o interior da Rússia, têm o direito de se protegerem e de se defenderem", atacando também o território russo.
A entrevista à estação de televisão britânica Talk TV serviu também para o líder do governo britânico responder às alegações do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, que acusou a Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN, ou NATO na sigla inglesa) de estar a "deitar achas para a fogueira", ao apoiar a Ucrânia e que o risco de uma terceira guerra mundial não deve ser subestimado.
A Rússia, aliás, criticou especificamente o Reino Unido depois de um ministro britânico ter dito que é legítimo a Ucrânia atingir depósitos de combustível com armas britânicas.
"É muito, muito importante que não aceitemos a maneira como os russos estão a tentar enquadrar o que se está a passar na Ucrânia", salientou Boris Johnson na entrevista, especificando que "eles estão a tentar enquadrar isto como um conflito entre a Rússia e o Ocidente, ou entre a Rússia e a NATO, e não é isso que se passa".
"O mundo esteve mais uma vez à beira de uma catástrofe, porque para o Exército russo a zona de Chernobyl e a antiga central nuclear eram como um território normal para a condução de operações militares", realçou o chefe de Estado ucraniano, durante uma conferência de imprensa conjunta com o responsável da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Rossi.
Segundo Volodymyr Zelensky, os militares russos não se "preocuparam com a segurança nuclear" e mantiveram no território da central "um contingente de veículos blindados que estavam a destruir o solo e a levantar uma quantidade extraordinária de poeiras, especialmente partículas radiativas".
"Nenhum Estado no mundo, desde 1986, criou ameaças de grande escala à segurança nuclear na Europa e no mundo como a Rússia criou desde 24 de fevereiro", vincou o Presidente ucraniano.
Um reator de Chernobyl explodiu em 1986 contaminando grande parte da Europa, mas especialmente a Ucrânia, a Rússia e a Bielorrússia, que integravam a URSS. Denominada zona de exclusão, o território num raio de 30 quilómetros em redor da central ainda está fortemente contaminado e é proibido viver lá permanentemente.
O diretor-geral da AIEA também referiu hoje, durante uma visita ao local, que a ocupação da central nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, pelo exército russo, entre 24 de fevereiro e final de março, foi "muito, muito perigosa".
"A situação era absolutamente anormal e muito, muito perigosa", afirmou Rafael Grossi em declarações aos jornalistas durante uma visita a Chernobyl, no dia em que se assinalam 36 anos do pior desastre nuclear da história, ocorrido em 1986.
O diretor-geral da AIEA foi acompanhado na visita ao local por uma equipa de especialistas "para entregar equipamentos vitais", incluindo dosímetros e fatos de proteção, e realizar "controlos radiológicos e outros", informou a agência da ONU na passada sexta-feira.
Rafael Grossi já tinha visitado a Ucrânia no final de março para lançar as bases para um acordo de assistência técnica, tendo na altura visitado a central elétrica do sul de Yuzhno-Ukrainsk, antes de se encontrar com altos funcionários russos em Kaliningrado, nas margens do Báltico.
A Ucrânia tem 15 reatores nucleares em quatro centrais elétricas em funcionamento, além de depósitos de resíduos, como é o caso da central de Chernobyl, que foi desativada depois do desastre de 1986.
As forças russas retiraram-se da central de Chernobyl no final de março, mas ainda continuam a ocupar a de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia.
Por isso, Zelensky apelou hoje novamente aos líderes estrangeiros para uma "uma resposta efetiva" que assegure o controlo ucraniano sobre a central nuclear de Zaporizhzhia, inclusive através da introdução de forças de paz.
"Eles [forças russas] lançaram hoje, mais uma vez, três mísseis contra a Ucrânia que voaram diretamente sobre os reatores das nossas centrais nucleares", alertou ainda.
"A classificação que se registava em 24 de fevereiro de 2022 será a classificação final da época 2021/2022 e nenhum título será concedido", escreveu a 'Premier League' ucraniana (UPL), num comunicado publicado no seu 'site', no qual refere, ainda, que "esta decisão foi submetida à aprovação do comité executivo da federação ucraniana de futebol".
O Shakhtar Donetsk, líder do campeonato no momento da paralisação, não conquista assim o título de campeão, mas deve herdar o primeiro lugar no acesso à fase de qualificação da Liga dos Campeões, tal como o Dínamo Kiev, segundo classificado.
A invasão da Ucrânia, lançada no dia 24 de fevereiro pelas tropas russas, impediu o regresso à atividade do campeonato ucraniano no final das férias de inverno e levou, por exemplo, os jogadores do Shakhtar Donetsk a saírem do país.