Notícia
Potencial redução de estímulos deixa Europa em pausa e dá maior queda desde fevereiro ao ouro
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Europa põe recordes em pausa
As bolsas europeias terminaram a sessão desta quinta-feira a apagar as perdas registadas ao longo do dia, terminando a sessão com poucas mudanças nas ações, após uma quarta-feira de recordes.
Depois da revelação de dados sobre a criação de emprego no setor privado dos EUA, que bateram as expectativas dos analistas, e os dados sobre os novos pedidos de subsídio de desemprego no país, que semana após semana continuam a diminuir, os investidores estão atentos a uma possível redução dos estímulos económicos, tendo em conta estes sinais de recuperação da economia.
O Stoxx 600 recuou 0,1% nesta sessão. O índice chegou a perder 0,8%, mas conseguiu recuperar.
O setor do minério teve o maior tombo (1,9%), seguido pelas empresas do turismo e lazer, que perderam 1,6%. O Reino Unido revelou esta quinta-feira que não acrescentou mais países à lista verde de destinos seguros, contrariando as expectativas que aguardavam pela entrada de Espanha ou Grécia, destinos populares entre os britânicos, nesta lista que dispensa quarentena. Já Portugal passou da lista verde para a lista âmbar, sendo necessária uma quarentena de 10 dias na chegada ao país.
A liderar os ganhos esteve o setor das fabricantes automóveis, impulsionado pela Daimler e pela BMW. Também o setor de vendas de cuidado pessoal e supermercados avançou 0,7%. As ações do setor da saúde valorizaram 0,5% nesta sessão.
Nas principais praças europeias, o inglês FTSE 100 caiu 0,6%, o alemão DAX recuou 0,2% e o francês CAC 40 depreciou 0,2%. O espanhol IBEX 35 perdeu 0,4% e o italiano FTSEMIB recuou 0,3%.
Ouro com maior quebra desde fevereiro perante potencial redução de estímulos
O metal precioso dourado perde 1,94% para 1.871,33 dólares por onça, estando a transacionar nos mercados internacionais em mínimos de 20 de maio num dia em que já chegou a registar a maior desvalorização desde fevereiro.
Também a prata afunda 3,32% para 27.2405 dólares e negoceia em mínimos de 14 de maio, enquanto o cobre cai 0,95%.
A justificar esta depreciação generalizada dos metais preciosos está a apreensão dos investidores quanto ao risco colocado pela subida da inflação e uma potencial retirada gradual dos estímulos económicos que os bancos centrais aprovaram como resposta aos efeitos da pandemia.
O aumento da procura possibilitado pela recuperação económica está a ser superado pela possibilidade de recuo nas políticas monetárias.
Juros sobem no bloco da moeda única
Os juros das dívidas públicas dos países que integram o espaço da moeda única transacionam em alta na sessão desta quinta-feira, refletindo o cada vez maior receio dos investidores de que os sinais de recuperação económica na Europa e nos Estados Unidos levem o Banco Central Europeu a fazer marcha-atrás em relação à política expansionista posta no terreno para reagir à crise da covid-19.
A "yield" associada à dívida portuguesa a 10 anos agrava-se 2 pontos base para 0,465%, um movimento acompanhado pelas taxas de juro referentes aos títulos soberanos da Espanha e da Alemanha que na mesma maturidade seguem respetivamente a subir 2,1 e 2,2 pontos base para 0,472% e para -0,179%.
No mesmo sentido, mas interrompendo uma série de quatro dias consecutivos a aliviar, a "yield" relativa à dívida italiana a 10 anos avança 1,7 pontos base para 0,893%.
Euro cai para mínimos de 17 de maio contra o dólar
A divisa da Zona Euro está a depreciar 0,64% para 1,2133 dólares nos mercados cambiais, estando a registar a terceira desvalorização consecutiva contra a moeda norte-americana para negociar em mínimos de 17 de maio face ao dólar.
Esta queda da moeda única europeia acontece depois de novos dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos hoje revelados terem reiterado a ideia de que a maior economia mundial continua a ganhar robustez na retoma económica.
Ante cada vez mais indicadores económicos favoráveis, o banco central americano fica ainda mais pressionado a reduzir o nível de estímulos económicos em vigor, em especial num contexto de crescente pressão inflacionista. Assim e perante a expetativa de menor liquidez de dólares no mercado, a divisa norte-americana segue a valorizar face a um cabaz composto pelas moedas de 10 economias desenvolvidas e emergentes.
Petróleo à procura de direção em dia de sobe e desce
O "ouro negro" segue em terreno positivo, a subir ligeiramente, numa sessão em que tem oscilado entre ganhos e perdas.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em julho segue a ganhar 0,17% para 68,95 dólares por barril.
Já o contrato de julho do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, soma 0,07% para 71,40 dólares.
Os preços já estiveram hoje a negociar em máximos de 15 meses e agora parecem ter estabilizado no verde depois de terem chegado a entrar em terreno negativo.
A impulsionar o movimento de subida estão as expectativas de um maior consumo de combustível durante o verão nos EUA, bem como um aumento da procura em geral em todo o mundo com o fim dos confinamentos decorrentes da pandemia.
Além disso, os stocks norte-americanos de crude caíram em 5,08 milhões de barris na semana passada, o que está a ajudar a sustentar de novo as cotações.
Na terça-feira, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) decidiu manter o plano delineado em abril sobre o volume da oferta adicional em junho e julho, o que agradou ao mercado, já que mostrou disciplina – até porque a perspetiva de aumento da procura deixa antever um défice na oferta, mesmo com esta abertura de torneiras da OPEP+.
Wall Street no vermelho com mercado laboral a pressionar Fed
As principais praças norte-americanas abriram em terreno negativo, em linha com as perdas também verificadas nas bolsas europeias. O índice Dow Jones arrancou a sessão a perder 0,63% para 34.377,91, o Nasdaq Composite a cair 1,08% para 13.608,06 e o Standard & Poor’s 500 a recuar 0,64% para 34.442,63 pontos.
A pressionar Wall Street está sobretudo a divulgação dos mais recentes dados relativos ao mercado de trabalho dos Estados Unidos. Em maio, o setor privado americano criou 978 mil empregos, bem acima dos 650 mil novos postos de trabalho estimados pelos analistas consultados pela Bloomberg. Trata-se da maior subida mensal desde junho do ano passado.
A denotar a melhoria do mercado laboral da maior economia mundial está também a queda no número de novos pedidos de subsídio de desemprego, que recuaram para 385 mil na semana passada, o que representa a primeira vez desde a crise pandémica que se regista um valor inferior a 400 mil pedidos.
Estes números confirmam o bom andamento da recuperação económica dos Estados Unidos e reforçam a pressão para a Reserva Federal iniciar a retirada progressiva dos estímulos à economia que foram adotados em virtude da pandemia. A perspetiva de que o banco central dos EUA seja obrigado a levantar os estímulos mais cedo do que o previsto está assim a pressionar Wall Street.
Por outro lado, também o agravar de tensões geopolíticas está a colocar as bolsas americanas sob pressão. A Rússia revelou que pretende reduzir a exposição a ativos americanos eliminando o dólar do respetivo fundo nacional de segurança social e surgem notícias que dão conta da intenção de Washington aplicar sanções financeiras a empresas com ligações ao setor militar chinês.
PSI-20 inverte e acompanha quedas da Europa com grupo EDP a pressionar
Após ter iniciado a sessão com uma subida ligeira, o PSI-20 segue agora com uma queda de 0,65%, para os 5.126,51 pontos, acompanhando a tendência negativa que se vive na Europa.
A pesar nos mercados estão as tensões geo-políticas entre os EUA e a China e entre Washington e Moscovo.
A Ibersol é a cotada da Bolsa portuguesa que mais ganha, avançando 0,99%, animada pelo anúncio de ontem do Governo de que a restauração poderá alargar os horários na próxima fase de desconfinamento, agendada para 14 de junho.
Em alta seguem apenas mais três empresas: Sonae (+0,83%), Novabase (+0,24%) e Pharol (+0,19%).
As ações mais penalizadas são as do grupo EDP, com a EDP a recuar 1,68% e a EDPR a cair 1,60%.
Bolsas recuam com retoma mais forte a dar força à retirada de estímulos
Depois de uma abertura de sessão marcada por alguma volatilidade, com as principais praças europeias a alternarem entre ganhos e perdas, as bolsas do velho continente estabilizaram entretanto em terreno negativo.
Depois de duas subidas consecutivas, o índice de referência europeu transaciona em queda ao recuar 0,16% para 450,63 pontos, mantendo-se, ainda assim, próximo do máximo histórico obtido na passada terça-feira. Com quase todos os setores europeus em queda, os setores das telecomunicações e petrolífero são exceções ao registarem ligeiras subidas.
Também o índice luso PSI-20 negoceia no vermelho com uma queda contida de 0,04% para 5.158,06 pontos. Com esta segunda desvalorização seguida, a praça lisboeta transaciona em mínimos de 14 de maio. Com uma queda próxima de 0,5% para 4,507 euros por ação, a EDP é a cotada que mais pressiona a bolsa nacional.
Esta tendência de descidas observada na Europa justifica-se em especial pelo avolumar de indicadores económicos que mostram que a recuperação económica, em particular dos países mais desenvolvidos, continua a ganhar ritmo, desde logo na Zona Euro, mas também nos Estados Unidos e na China.
Tal realidade acaba por reforçar a convicção presente nos mercados de que os bancos centrais terão de ajustar o passo face à retoma e à crescente pressão inflacionista, perspetivando-se um levantamento progressivo das políticas monetárias de "quantitative easing", em particular dos programas de compras de dívida adotados por instituições como o Banco Central Europeu ou a Reserva Federal dos EUA.
Juros agravam-se na Zona Euro
O custo de financiamento das economias da moeda única está a aumentar no mercado de dívida secundário ante a perspetiva crescente de que os sinais de retoma global irão levar os bancos centrais a iniciar a retirada das políticas de apoio às economias aplicadas em resposta à crise da covid-19.
A taxa de juro associada às obrigações soberanas de Portugal com maturidade a 10 anos sobe 1,1 pontos base para 0,457%, uma subida acompanhada pelas "yields" referentes aos títulos da Espanha e da Alemanha com o mesmo prazo, que sobem respetivamente 1,3 e 1,4 pontos base para 0,464% e para -0,187%.
Também a "yield" relativa à dívida italiana a 10 anos avança 0,6 pontos base para 0,882%, a primeira subida em cinco sessões.
Ouro desvaloriza e prata cai mais de 1%
Os metais preciosos estão a desvalorizar na sessão desta quinta-feira, com o ouro a depreciar 0,78% para 1.893,48 dólares por onça e a prata a descer 1,24% para 27,8220 dólares.
O metal dourado afasta-se do máximo de quase cinco meses numa altura em que os investidores avaliam os mais recentes comentários de responsáveis da Fed para tentarem aferir quando poderá o banco central iniciar a retirada progressiva dos estímulos económicos.
Esta quarta-feira foi divulgado o Livro Bege da Fed com estimativas atualizadas para a economia norte-americana que confirmam a retoma da maior economia mundial e a subida dos preços no consumidor, fatores que contribuem para adensar a perspetiva de levantamento das políticas expansionistas adotadas pela Reserva Federal.
Brent valoriza para máximos de mais de dois anos
O preço do crude transaciona em alta nos mercados internacionais já depois de um relatório relativo à indústria petrolífera dos Estados Unidos ter apontado para a redução das reservas norte-americanas. Os dados do Instituto Americano do Petróleo indicam que as reservas do país caíram 5,36 milhões de barris na semana passada, segundo fontes citadas pela Bloomnberg.
Por outro lado, cresce o otimismo quanto à recuperação dos níveis de consumo e procura pela matéria-prima numa fase em que aumenta também o otimismo quanto ao relançamento económicos dos EUA e da China.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte valoriza 0,32% para 71,58 dólares por barril. Com esta terceira subida seguida, o Brent já tocou nos 71,99 dólares, um máximo de maio de 2019.
Também o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, sobe pela terceira sessão ao apreciar 0,35% para 69,07 dólares, tendo já tocado na cotação mais elevada desde outubro de 2018.
Euro cai pelo terceiro dia face ao dólar
A moeda única europeia deprecia 0,20% para 1,2186 euros na terceira sessão consecutiva a perder valor contra a divisa norte-americana que, por seu turno, segue em alta pela segunda sessão seguida.
O dólar está a valorizar numa altura em que ganha força a perspetiva de retirada, ainda que gradual, da política de estímulos económicos adotada pela Reserva Federal dos Estados Unidos em resposta à pandemia.
Numa altura em que os mercados aguardam com expectativa a divulgação, na sexta-feira, de novos dados sobre o mercado laboral americano, o líder da Fed de Filadélfia defendeu ser chegado a altura de iniciar a discussão sobre o momento em que o banco central irá iniciar a redução do respetivo programa de compra de dívida.
O dólar valoriza assim ante a perspetiva de menor liquidez de dólares na economia.
Futuros com subida ligeira após valorização das praças asiáticas
Os futuros acionistas transacionaram em alta ligeira nesta quinta-feira. Os futuros do europeu Stoxx 50 avançaram 0,1%, a mesma subida registada pelos futuros do S&P 500, negociado em Londres.
Já o índice nipónico Topix somou 0,8%, enquanto a bolsa australiana apreciou 0,6%. Por sua vez, o índice Hang Seng de Hong Kong recuou 0,6%.
Esta subida dos futuros bolsistas e da generalidade das praças asiáticas é sobretudo alimentada pelo otimismo em torno dos processos de vacinação, que ganham tração nas economias mais desenvolvidas.
Os investidores estão também na expectativa por novas pistas quanto ao caminho da política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos, que poderá levantar parte dos estímulos colocados no terreno em resposta aos efeitos económicos e sociais da crise pandémica. O líder da Fed de Filadélfia, Patrick Harker, defendeu que o banco central americano deve iniciar a discussão acerca do momento em que irá reduzir o programa de compra de dívida, sendo certo que o relatório sobre o mercado laboral que será conhecido na sexta-feira deverá dar novas indicações sobre quando poderá ser tomada tal decisão.
A causar alguma apreensão junto dos mercados está a mais recente evolução na relação bilateral entre os EUA e a China. A agência Bloomberg escreve que o presidente americano Joe Biden planeia assinar uma ordem presidencial para que o Tesouro possa criar uma lista de empresas com ligações ao setor defesa chinês que poderão vir a enfrentar sanções financeiras.