Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Fecho dos mercados: Sector automóvel trava bolsas. Juros da dívida descem. Euro continua a subir

No mercado cambial os investidores não "compraram" a mensagem de Draghi, o que está a provocar subidas da moeda única. Já na dívida a reacção é diferente, com as palavras do presidente do BCE a causarem um alívio nas taxas de juro. Nas bolsas o dia foi de quedas, em especial no sector automóvel.

21 de Julho de 2017 às 17:34
  • ...

Os mercados em números

PSI-20 perdeu 0,34% para 5.296,15 pontos

Stoxx 600 caiu 1,02% para 380,16 pontos

S&P 500 cede 0,13% para 2.470,23 pontos

Juros da dívida a dez anos recuam 9,8 pontos base para 2,908%

Euro sobe 0,22% para 1,1657 dólares

Brent cai 1,72% para 48,45 dólares


Bolsas europeias derrapam

O Stoxx 600 desceu 1,02%, com as cotadas da indústria automóvel a terem as maiores quedas. O índice do sector perdeu 2,71%, penalizado por resultados abaixo do esperado da fabricante de componentes Valeo. Além desse factor, a notícia da Der Spiegel de que a Volkswagen, a Daimler e a BMW tinham em curso práticas potencialmente anti-concorrenciais fez derrapar ainda mais as cotadas do sector.

Mas as quedas não foram motivadas apenas pela indústria automóvel. Dos 19 sectores do Stoxx 600, todos encerraram a sessão no vermelho. O índice das empresas de utilidade pública ("utilites") foi o que mais limitou as quedas. Ainda assim, desceu 0,51%.

As quedas ocorrem numa altura em que se está a arrancar com a época de apresentação de resultados do primeiro semestre. Wolf von Rotberg, estratego de acções do Deutsche Bank disse, citado pela Reuters, que "enquanto no último anos as épocas de apresentação de resultados começaram fortes, a actual época está a ter um arranque fraco".

Já o PSI-20 teve uma descida mais moderada. O índice da bolsa nacional perdeu 0,34%. As subidas de 1,52% da REN, de 0,35% da Nos e de 0,17% da EDP foram contrariadas pelas quedas de 1,64% da Sonae e de 1,24% da Galp.

Juros abaixo de 3%

As taxas das obrigações soberanas europeias registaram quedas generalizadas, ainda na reacção às decisões do BCE. Mario Draghi deixou o programa de compras inalterado e o BCE manteve a disponibilidade para, caso fosse necessário aumentar o ritmo das compras. O presidente do banco central considerou que ainda não há sinais convincentes de recuperação da inflação, aliviando alguma da ansiedade nos mercados de dívida que se registou após o seu discurso em Sintra.

A taxa das obrigações portuguesas a dez anos baixou 9,8 pontos base para 2,908%. A descida foi de maior dimensão do que a da "yield" germânica, o que levou o prémio de risco para 240 pontos base, o mais baixo desde Janeiro de 2016. As taxas espanhola e italiana caíram 3,4 e 4,2 pontos base, respectivamente, para 1,451% e 2,072%.

Euribor sobem a três e a seis meses

Dia de subidas nas Euribor a três e a seis meses. No prazo mais curto, a taxa saiu de mínimos ao aumentar 0,1 pontos base para -0,331%, segundo dados da Lusa. Também o indexante a seis meses se distanciou do recorde negativo. Baixou 0,2 pontos base para -0,272%. Já a taxa a 12 meses desceu. Caiu 0,1 pontos base para -0,152%.

Euro perto de máximos de dois anos

A moeda única continua a reagir em alta à reunião do BCE de quinta-feira. O euro sobe 0,22% para 1,1657 dólares e chegou a negociar em 1,1677 dólares, o valor mais alto desde Agosto de 2015. Apesar de Mario Draghi ter tentado passar a mensagem de menor restritividade monetária, no mercado cambial as palavras do presidente do BCE aparentam não ter deixado os investidores convencidos.

"Draghi tentou levar o euro para baixo, indo ao ponto de sugerir que o programa de compras poderia aumentar ou ser prolongado. Mas o mercado cambial não está a comprar essa tese", disse Yann Quellen, estratego de mercado do banco Swissquote, citado pela Bloomberg.

Além do mercado estar a duvidar das palavras de Draghi, o euro está ainda a beneficiar da tendência de queda do dólar face às principais divisas mundiais. O índice que mede a força da nota verde desce 0,19% e está em mínimos de quase um ano.

A pressão é justificada pelos sinais cada vez maiores de que Trump não conseguirá implementar a sua agenda económicas após a derrota na legislação para o fim do Obamacare e na investigação cada vez mais alargada de que está a ser alvo devido a alegadas ligações à Rússia.

Petróleo em quebra com aumento de produção da OPEP

Os preços do crude desceram, após ter sido divulgado um relatório a estimar um aumento da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Segundo as previsões da Petro-Logistics, citadas pela Bloomberg, a produção média diária dos membros da organização terá superado os 33 milhões de barris, um valor de 600 mil barris acima da média diária do primeiro semestre. Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Nigéria terão contribuído para esse aumento.

Estas previsões reforçam os receios de que a OPEP não esteja a conseguir implementar o acordo de corte de produção com eficácia e que passa por dificuldades para atingir o objectivo de equilibrar o mercado. O Brent perde 1,72% para 48,45 dólares. Já o West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, desce 1,56% para 46,06 dólares.

Quebra do dólar dá brilho ao ouro

O ouro ganha 0,62% para 1.252,22 dólares, a segunda sessão de ganhos. O metal amarelo tem beneficiado da fraqueza do dólar e prepara-se para terminar a semana com uma subida de 1,91%, a maior desde meados de Maio.

Ver comentários
Saber mais BMW Stoxx EDP REN Valeo Der Spiegel Reuters Daimler Volkswagen Deutsche Bank Obamacare PSI-20 Nos Sonae Galp Euribor BCE Mario Draghi Brent OPEP economia negócios e finanças mercado e câmbios
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio