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Fecho dos mercados: França penaliza euro e China anima dólar em dia de optimismo nas bolsas europeias
As bolsas europeias encerraram em alta, sobretudo devido ao sector automóvel e às matérias-primas. Lisboa não acompanhou a tendência, com o anúncio da greve nos supermercados na véspera de Natal a penalizar. O petróleo segue em alta e o dólar também.
Os mercados em números
PSI-20 perdeu 0,28% para 4.778,06 pontos
Stoxx 600 somou 1,80% para 345,10 pontos
S&P 500 avança 0,63% para 2.654,26 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos caíram 3,4 pontos base para 1,751%
Euro cede 0,34% para 1,1318 dólares
Petróleo valoriza 1,37% para 60,79 dólares por barril em Londres
Bolsas europeias recuperam de mínimos de dois anos
As bolsas europeias encerraram em alta esta terça-feira, 11 de Dezembro, recuperando parte das perdas das últimas sessões, que atiraram o Stoxx600 para o valor mais baixo em dois anos, na segunda-feira.
Hoje, as principais praças europeias subiram mais de 1,5%, animadas pela expectativa de que os Estados Unidos e a China poderão fazer progressos na resolução da guerra comercial.
Isto porque a China deverá mesmo avançar com a redução das tarifas aplicadas sobre os automóveis produzidos nos Estados Unidos, tal como Donald Trump adiantou após a cimeira do G20, numa publicação do Twitter. A isso juntam-se as notícias de que o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, debateu um calendário para as negociações comerciais com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, o que também favoreceu o sentimento dos mercados.
O índice de referência para a Europa ganhou 1,53% para344,18 pontos, impulsionado sobretudo pelas cotadas do sector automóvel e pelas empresas ligadas às matérias-primas, numa sessão que também está a ser de ganhos para o petróleo.
O português PSI-20 contrariou, porém, esta tendência, com uma desvalorização de 0,28% para 4.778,06 pontos, penalizado pela Jerónimo Martins e pela Sonae.
Juros mistos na Europa
Numa altura de grande desafio à liderança do presidente francês, Emmanuel Macron, os juros a 10 anos da dívida francesa seguem a subir 1,5 pontos base para 0,709%, depois de já terem estado em máximos de 22 de Novembro nos 0,742%. Esta evolução verificou-se depois de Macron ter procurado acalmar os ânimos dos franceses com medidas como o aumento do salário mínimo e isenções de impostos sobre as horas extra e sobre pensões inferiores a 2.000 euros, o que vai custar ao Estado até 10 mil milhões de euros. Em Itália, onde se mantém a incerteza em torno do seu Orçamento e das medidas que Bruxelas poderá tomar, as "yields" das obrigações a 10 anos somam 1,1 pontos base para 3,117%.
Em contrapartida, por cá, a taxa remuneratória para as obrigações com a mesma maturidade desce 3,4 pontos base para os 1,751%, a par dos juros da dívida alemã, que no prazo a 10 anos caem 1,6 pontos base para os 0,230%. Os investidores têm procurado refúgio nas obrigações alemãs (bunds) em alturas de maior turbulência, o que leva à queda dos juros.
Euribor sobem para máximos de seis meses
A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, subiu hoje 0,002 pontos para -0,312%. Também a taxa a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez a 6 de Novembro de 2015, aumentou 0,001 pontos para -0,244%. A 12 meses, a Euribor pulou 0,003 pontos para -0,131%.
Os novos patamares nestes três prazos constituem máximos de seis meses.
França quebra euro e China sustenta dólar
A nota verde está a negociar em alta, invertendo o movimento de queda que se observou horas antes, impulsionada por relatos de que a China poderá decidir-se por um corte das tarifas aduaneiras à importação de carros norte-americanos. O euro, por seu lado, fragilizou com os receios de que o plano orçamental do presidente francês, Emmanuel Macron, possa levar a que o défice do país viole as regras europeias ao superar os 3% do PIB e leve a um corte do ‘rating’ da dívida soberana de França.
O euro segue a ceder 0,34% para 1,13 18 dólares.
OPEP e Líbia sustentam petróleo
As cotações do "ouro negro" seguem em alta, animadas pelo renovado optimismo em torno dos cortes de produção anunciados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e pelos seus aliados (como a Rússia), já que se espera que esta redução da oferta reequilibre o mercado. O facto de o maior campo petrolífero (El-Sahrara, no deserto de Murzuq) da Líbia continuar encerrado, depois de um grupo armado ter forçado a sua suspensação, está também a ajudar à valorização desta matéria-prima nos principais mercados internacionais.
O West Texas Intermediate (WTI) para entrega em Janeiro segue a somar 2,29% para 52,17 dólares por barril. Também o Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – segue no verde, com os preços do contrato para entrega em Fevereiro a ganharem 1,37% para 60,79 dólares.
Preço do açúcar sobe mas ainda ronda mínimos de uma década
Os preços do açúcar estão a caminho do melhor trimestre do último ano, mas os produtores europeus continuam a viver os efeitos da crise nesta matéria-prima agrícola, sublinha a Bloomberg. Mesmo com esta recente recuperação, os preços dos futuros do açúcar permanecem em torno de mínimos de 10 anos devido ao excesso de oferta. Isso levou a que hoje houvesse vários "profit warnings" por parte de empresas que estimam que não vão atingir os resultados projectados, como é o caso da francesa Tereos e da alemã Nordzucker.
As cotações do açúcar do açúcar refinado sobem 7,6% desde o início do actual trimestre, mas ainda estão a metade do preço a que negociavam há cerca de dois anos.