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Fecho dos mercados: Europa recua perante avanço do Covid-19. Ouro em máximos de sete anos
Os principais mercados europeus terminaram a última sessão da semana a cair, com os receios da propagação do surto Covid-19 a levarem os investidores a recearem ativos de maior risco.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 0,45% para 5.397,00 pontos
Stoxx 600 perdeu 0,49% para 428,07 pontos
S&P500 cai 0,78% para 3.347,05 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 0,3 pontos base para 0,230%
Euro avança 0,65% para 1,0855 dólares
Petróleo em Londres cai 1,84% para 58,22 dólares o barril
Europa teme propagação de coronavírus
Os principais mercados europeus terminaram o dia a cair e esse sentimento refletiu-se na prestação do agregador Stoxx 600, que reúne as 600 maiores cotadas da Europa, e que findou a sessão desta sexta-feira, dia 21 de fevereiro, a desvalorizar 0,49% para 428,07 pontos.
A causar este sentimento tumultuoso nos mercados está a propagação do coronavírus para fora do território chinês. Hoje, o governo de Pequim divulgou um aumento nos casos de pessoas infetadas com o surto Covid-19 e fora da China, a Coreia do Sul registou 100 novos casos, enquanto mais de 80 pessoas foram diagnosticadas com o coronavírus no Japão.
Em destaque pela negativa estiveram os setores energético, o da banca e o automóvel - as vendas de carros afundaram 92% na China.
Em Lisboa, o índice PSI-20 desvalorizou 0,45% para os 5.387 pontos, contando 11 cotadas no vermelho contra apenas seis no verde e uma inalterada. Os pesos pesados Galp e BCP puxam o índice para terreno negativo e a Nos destaca-se na liderança das quebras.
Juros da Zona Euro sobem com dados económicos favoráveis
Os juros de dívida das economias da Zona Euro assumiram uma postra ascendente, num dia em que a primeira estimativa do índice PMI alemão, que mede a saúde dos principais setores da economia germânica, mostrou que o setor privado na Alemanha conseguiu recuperar, ofuscando uma má prestação do setor industrial.
Posto isto, a taxa de juro a dez anos da Alemanha afastou-se de mínimos de quatro meses, ao subir 1,3 pontos base para os -0,434%. Por cá, a "yield" portuguesa com a mesma maturidade a subiu 0,3 pontos base para os 0,230%.
Euro forte afasta-se de mínimos
A moeda única da União Europeia aprecia 0,65% para os 1,0855 dólares, afastando-se de mínimos de quase três anos. A catalisar este momento positivo estiveram os dados positivos do PMI tanto na Zona Euro, onde está em máximos de seis meses, como na Alemanha, em que o indicador para a indústria transformadora está em máximos de 13 meses.
Este é um sinal mais forte de que a recessão no setor industrial alemão poderá estar a acabar, mas os dados ainda não são definitivos.
A ganhar está também a libra, que beneficia com os dados económicos positivos no Reino Unido, e avança 0,7% para os 1,2966 dólares.
Petróleo afunda com vírus
Os preços do petróleo terminaram o dia a desvalorizar, num dia em que o Instituto de Finanças Internacionais (IFF, na sigla em inglês) anteviu uma queda superior ao previsto na procura por petróleo na China e em outros países asiáticos.
O Brent, negociado em Londres e referência para Portugal, desvaloriza 1,84% para os 58,22 dólares por barril e o norte-americano WTI acompanha esta tendência e deprecia 1,22% para os 53,22 dólares.
Ouro em máximos de sete anos
Quem tem beneficiado com a preocupação causada pelo coronavírus é o ouro, que aproveitou uma nova onda de receio - devido à forte propagação para fora da China - para valorizar para valores máximos desde 2013. Por esta altura, o metal precioso avança 1,31% para os 1.640,76 dólares por onça.
Isto acontece porque o ouro é considerado um ativo de refúgio. Ou seja, em dias de maior turbulência externa, passa a ser um foco para quem quer investir.