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Fecho dos mercados: Bolsas regressam às descidas e juros afundam de olho no BCE

As praças europeias quebraram a maior série de ganhos em 19 meses, numa sessão marcada pela forte correcção dos juros da periferia do euro.

Reuters
16 de Fevereiro de 2017 às 17:25
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Os mercados em números

PSI-20 somou 0,03% para 4.628,85 pontos

Stoxx 600 cedeu 0,37% para 370,10 pontos

S&P 500 desce 0,22% para 2.344,14 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal cai 10,5 pontos base para 3,982%

Euro ganha sobe 0,6% para 1,0664 euros

Petróleo desce 0,91% para 55,24 dólares por barril em Londres

Bolsas interrompem série de sete dias de subidas

As praças do Velho Continente caíram pela primeira vez em oito dias, interrompendo a maior série de ganhos em 19 meses. O índice europeu Stoxx 600 baixou 0,37%, penalizado pela desvalorização das acções do sector do retalho e da indústria. As principais praças do Velho Continente registaram descidas em torno de 0,5%, depois de ontem terem tocado em máximos de um ano. Já as bolsas dos EUA também seguem a perder valor, apesar de já terem chegado a fixar um novo recorde na abertura da sessão.

Por cá, o PSI-20 conseguiu evitar as perdas, ao avançar 0,03%. A suportar a negociação esteve a Nos. A operadora subiu 1,49% para 5,321 euros. Em alta fechou ainda a Galp. A petrolífera avançou 0,11% para 13,71 euros, enquanto a EDP somou 0,18% para 2,855 euros. A travar os ganhos esteve o BCP. O banco, que na última sessão valorizou mais de 2%, caiu 0,74% para 0,1474 euros.

Juros de Portugal abaixo de 4%

Os juros da dívida pública dos países periféricos estão a registar fortes descidas, depois de ter sido revelado que o Banco Central Europeu (BCE) está disposto a flexibilizar a aplicação de algumas regras que condicionam a compra de obrigações, para ajudar a manter a sua política de estímulos sem precedentes. Os relatos da reunião mensal do BCE de Janeiro, citados pela Bloomberg, mostram que a autoridade monetária admite que "desvios limitados e temporários" da chave de capital "são possíveis e inevitáveis" para garantir que o programa de alívio quantitativo pode ser implementado tal como foi anunciado.

Esta possibilidade sustentou uma correcção dos juros da periferia do euro. Os juros das obrigações portuguesas a dez anos desceram 10,5 pontos base para 3,982%, enquanto em Espanha, no mesmo prazo, a queda foi de 8,0 pontos para 1,603%. Em Itália, a ‘yield’ associada a estes títulos aliviou 8,6 pontos para 2,156%, e na Alemanha, 2,4 pontos para 0,349%.

Euribor estáveis a três meses

As taxas Euribor mantiveram-se hoje a três meses, subiram a seis e desceram para novos mínimos a nove e 12 meses em relação a quarta-feira. A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, manteve-se hoje em -0,328%, contra -0,329%, actual mínimo registado pela primeira vez em 17 de Janeiro. A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez em 06 de Novembro de 2015, foi hoje fixada em -0,239%, mais 0,002 pontos do que na quarta-feira e contra o actual mínimo de -0,244%, registado pela primeira vez em 26 de Janeiro. A 12 meses, a Euribor, que desceu para valores abaixo de zero pela primeira vez em 05 de Fevereiro de 2015, caiu hoje para -0,106%, novo mínimo de sempre e menos 0,002 pontos do que na quarta-feira.

Euro ganha terreno ao dólar

A moeda única europeia segue a valorizar face ao dólar. O euro sobe 0,6% para 1,0664 euros, no dia em que foram divulgados os relatos relativos à última reunião do BCE. Apesar da subida da inflação, o consenso no Conselho de Governadores é que as medidas anunciadas em Dezembro do ano passado, que prolongaram o programa alargado de compra de activos até final de 2017, apesar de a um ritmo menor a partir de Abril, continuam a ser essenciais para a economia da Zona Euro. E a instituição admite mesmo flexibilizar as regras para a compra de obrigações soberanas.

Reservas continuam a pressionar petróleo

Os preços do petróleo seguem a cair nos mercados internacionais. O Brent do Mar do Norte, negociado em Londres, desce 0,91% para 55,24 dólares por barril, enquanto o WTI, em Nova Iorque, perde 0,51% para 52,84 dólares. A determinar a correcção das cotações continua a subida das reservas. Os "stocks" aumentaram em 9,53 milhões de barris na semana passada para 518,1 milhões, o valor mais elevado desde que estes dados começaram a ser coligidos em 1982. A subida das reservas foi também superior ao estimado pelos analistas sondados pela Bloomberg, que previam um acréscimo de 3,5 milhões de barris.

Ouro em alta

Os preços do ouro seguem a valorizar pela segunda sessão consecutiva. O metal precioso sobe 0,2% para 1.236,43 dólares por onça. Apesar da expectativa em torno da subida de juros nos EUA seja desfavorável para o metal, os maiores números da inflação beneficiam o investimento em ouro, uma vez que a matéria-prima pode ser usada como um escudo contra a subida generalizada dos preços.

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