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Fecho dos mercados: Bolsas europeias e petróleo aliviam sintomas do coronavírus

As bolsas europeias e o petróleo recuperaram das fortes quedas registadas na sessão de ontem. Já o ouro cedeu e os juros das obrigações soberanas subiram dada a redução da procura por ativos de refúgio.

Reuters
28 de Janeiro de 2020 às 17:18
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Os mercados em números
PSI-20 subiu 1,24% para os 5.243,32 pontos
Stoxx 600 valorizou 0,84% para os 417,56 pontos
S&P 500 avança 1,05% para os 3.277,72 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 3,1 pontos base para os 0,33%
Euro desvaloriza 0,09% para os 1,1009 dólares
Petróleo em Londres valoriza 1,08% para 59,96 dólares por barril

Bolsas europeias recuperam após maior queda desde outubro
As praças europeias fecharam em terreno positivo na sessão desta terça-feira, 28 de janeiro, com o Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, a valorizar 0,84% para os 417,56 pontos.

A queda de ontem tinha apagado os ganhos do índice em 2020, mas a situação reverteu-se na sessão de hoje: o Stoxx 600 regista agora uma valorização de 0,4% este ano, até ao momento. 

"Após as fortes perdas de ontem, os índices europeus conseguiram recuperar uma parte das perdas", explicam os analistas do BPI no comentário de fecho, ressalvando que, "mesmo assim, a sessão pautou-se pela prudência dos investidores" numa altura em que se intensifica a divulgação dos resultados das cotadas. Nos próximos dias cerca de 16% das empresas do Stoxx600 vão apresentar as suas contas do quarto trimestre.

O setor que mais impulsionou as ações na Europa foi o automóvel. Após a norte-americana BorgWarner ter chegado a acordo para adquirir a britânica Delphi Technologies - cujas ações subiram hoje mais de 50% - por 1,5 mil milhões de dólares, a finlandesa Nokian Renkaat Oyj, a francesa Faurecia e alemã Continental subiram em bolsa. O setor das telecomunicações e dos seguros também subiram significativamente. 

Na banca, o destaque vai para o Swedbank. Os títulos do banco sueco subiram 7% após este ter revelado que os custos de "compliance" não vão afetar a política de distribuição de dividendos nem o compromisso de manter os custos controlados.

A maioria das praças europeias, com a exceção da bolsa grega, subiram na sessão de hoje, com o índice italiano a destacar-se ao subir mais de 2,5%. Em Lisboa, o PSI-20 encerrou com a maior valorização de 2020. O índice nacional subiu 1,24% para os 5.243,32 pontos. 

Juros italianos continuam a aliviar. Juros portugueses sobem após mínimo de novembro
Os juros italianos a dez anos mantêm a tendência de alívio, tendo chegado a negociar abaixo dos 1%, o que aconteceu pela primeira vez desde novembro. A yield italiana está a descer 0,9 pontos base para os 1,024%. 

Ontem as obrigações italianas reagiram em alta à derrota da Liga de Matteo Salvini numas eleições regionais. A vitória do Partido Democrático, um dos parceiros de coligação do atual Governo, reforçou as perspetivas de estabilidade política no país, apesar da demissão do líder do outro partido da coligação, o Movimento 5 Estrelas, na semana passada. 

No entanto, a maioria das yields dos soberanos europeus está a subir no mercado secundário de obrigações numa sessão marcada pelo regresso parcial dos investidores a ativos de maior risco. 

Os juros portugueses a dez anos, que atingiram na sessão anterior um mínimo de novembro, estão a subir 3,1 pontos base para os 0,33%. O mesmo acontece com os juros gregos a dez anos - sobem 1,4 pontos base para os 1,162% -, que ontem atingiram um novo mínimo histórico. 

Procura por francos suíços em máximos de 2015
O franco suíço continua a beneficiar da "caça" por ativos de refúgios por causa do coronavírus. Segundo a Bloomberg, a procura pela divisa suíça não era tão elevada desde janeiro de 2015, mês em que deixou de manter a taxa de câmbio fixa com o euro que tinha desde 2011, o que provocou a valorização do franco suíço.

O euro está a desvalorizar 0,09% para os 1,1009 dólares.

Petróleo recupera após fortes quedas
O ouro negro continua perto de mínimos de outubro, mas está a recuperar na sessão de hoje tanto em Londres como em Nova Iorque. 

"Dada a incerteza sobre a contenção, a duração e o impacto económico do surto de coronavírus na China, o mercado do petróleo está compreensivelmente a focar-se no efeito negativo que o vírus terá na procura por petróleo, especialmente no combustível para aviões", explica o analista do BNP Paribas, Harry Tchilinguirian, à Bloomberg.

Para tentar contrariar este efeito, a Arábia Saudita, o maior produtor de petróleo do mundo, disse esta semana que estima um "impacto muito limitado" na procura por causa do vírus. Além disso, o país assegurou que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) está preparada para agir caso haja desequilíbrios entre a oferta e a procura. 

Neste momento, o WTI, negociado em Nova Iorque, sobe 1,07% para os 53,7 dólares por barril, ao passo que o Brent, que é transacionado em Londres e que serve de referência para as importações portuguesas, valoriza 1,08% para 59,96 dólares por barril.

Ouro desce após quatro subidas
Os receios relacionados com o coronavírus chinês deram ganhos ao ouro nas últimas quatro sessões, mas o regresso da calma nos mercados está a pressionar o metal precioso dado que a procura por ativos de refúgio diminuiu. Neste momento, o ouro desvaloriza 0,84% para os 1.568,8 dólares por onça.  

Há também a preocupação que a procura por ouro na forma de joias vá cair dado que a época do novo ano chinês, marcada por um elevado consumo, está a ser fortemente condicionada pelas medidas de contenção do Governo chinês. Apesar da queda, o ouro ganha mais de 3% desde o início do ano ao ser beneficiado inicialmente pela tensão entre os EUA e o Irão e agora pelo vírus.
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