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Europa desce ao vermelho. Exposição dos bancos ao imobiliário comercial centra atenções
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quarta-feira.
Europa desce ao vermelho. Exposição dos bancos ao imobiliário comercial centra atenções
Os principais índices europeus encerraram no vermelho esta quarta-feira, com os investidores a avaliarem o impacto da exposição dos bancos ao imobiliário comercial, depois de um alerta do NYCB e, mais recentemente, do KKR Real Estate Finance Trust.
Os investidores continuam a avaliar o "timing" de possíveis cortes de juros pelo Banco Central Europeu.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, desceu 0,23% para 485,63 pontos. A penalizar, com perdas superiores a 1%, estiveram setores como as telecomunicações, o setor mineiro e o de petróleo e gás. O setor da banca desceu 0,87%.
Entre os principais movimentos de mercado esteve o Deutsche Bank, que perdeu quase 6%, depois de o regulador da banca alemão, o BaFin, ter afirmado que está a monitorizar as complicações no imobiliário comercial.
Em sentido oposto, o setor automóvel e da tecnologia estiveram entre os poucos que subiram. Os bons resultados da Ford, que ultrapassou as estimativas dos analistas quanto às contas do quarto trimestre e revelou perspetivas para o presente ano superiores ao esperado, alastraram-se ao Velho Continente.
Os investidores à espera de declarações mais "soft" de responsáveis do Banco Central Europeu saíram desapontados pelas palavras de Isabel Schnabel, membro da comissão do BCE, que afirmou que os últimos dados económicos e as apostas agressivas de cortes de juros pelo mercado indicam que o banco central deve ser paciente.
"As questões micro - particulamente, com os resultados positivos das tecnológicas, está a sustentar o mercado acionista face à mensagem dos bancos centrais", realçou à Bloomberg Alfonso Benito, responsável de investimento da Dunas Capital.
"Os mercados estão apenas a focar-se nos positivos. Mantemo-nos muito, muito cautelosos nas ações, dado que vemos que os riscos não estão incorporados nos preços", acrescentou.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cedeu 0,65%, o francês CAC-40 desvalorizou 0,36%, o italiano FTSEMIB recuou 0,45%, o britânico FTSE 100 perdeu 0,68% e o espanhol IBEX 35 caiu 1,15%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,12%.
Juros agravam-se na Zona Euro com alerta de Schnabel
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravaram-se esta quarta-feira, num dia em que Isabel Schnabel, membro da comissão executiva do Banco Central Europeu (BCE), apelou à cautela dos decisores face ao risco de uma descida das taxas de juro demasiado cedo.
A "yield" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos subiu 3,4 pontos base para 3,107% e a das Bunds alemãs com o mesmo prazo, referência para a região, somou 2,3 pontos para 2,313%.
A rendibilidade da dívida italiana cresceu 3,3 pontos para 3,879%, a da dívida francesa subiu 3 pontos para 2,825% e a da dívida espanhola somou 3,3 pontos para 3,236%.
Fora da Zona Euro, a "yield" das Gilts britânicas agravaram-se 3,9 pontos base para 3,983%.
Queda dos "stocks" de gasolina e destilados nos EUA impulsionam preços do crude
Os preços do petróleo estão a valorizar pela terceira sessão consecutiva, depois de terem sido divulgadas estatísticas que mostraram que os "stocks" de gasolina e destilados nos EUA caíram mais do que esperado.
Estes números pintam um cenário positivo relativamente à procura, um dia depois de o governo norte-americano ter reduzido as perspetivas de produção de crude.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, soma 0,49% para 73,67 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, avança 0,46% para 78,95 dólares por barril.
Os "stocks" de gasolina caíram em 3,15 milhões barris por dia na semana passada, o que compara com estimativas dos analistas de um aumento em 140 mil barris, segundo a Administração de Informação em Energia (IEA, na sigla original, que está sob a tutela do Departamento norte-americano da Energia).
No entanto, os "stocks" de crude aumentaram em 5,5 milhões de barris com a produção a recuperar depois de um onda de frio ter impedido algumas refinarias de funcionarem corretamente.
A IEA reduziu esta terça-feira as perspetivas para 2024 em termos de produção petrolífera nacional e espera que os níveis de dezembro de 2023 só sejam novamente atingidos a fevereiro de 2025.
Ouro avança e dólar recua após fortes ganhos
O ouro está a negociar em alta, com o mercado focado em três leilões de dívida norte-americana que levaram as "yields" das obrigações soberanas norte-americanas a agravarem-se.
Os investidores vão ainda avaliando comentários de membros da Reserva Federal norte-americana que, na sua maioria, têm afastado a possibilidade de cortes das taxas de juro para breve.
O ouro ganha 0,21% para 2.040,35 dólares por onça.
A sustentar os ganhos do metal precioso poderá estar uma descida do dólar, após fortes ganhos nos últimos dias. A penalizar a moeda norte-americana está o facto de os investidores estarem a apontar, embora ligeiramente, para a possibilidade de um corte de juros pela Fed em março.
O dólar desliza 0,03% para 0,9295 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana contra 10 divisas rivais - cede 0,11% para 104,095 pontos.
"Os mercados financeiros estão em processo de recalibrar as expectativas para a política levada a cabo pela Reserva Federal", resumiu à Reuters James Kniveton, analista da Convera.
Wall Street sorri na abertura. NYCB aprofunda queda
Os principais índices em Wall Street estão a valorizar nos primeiros minutos de negociação com os investidores ainda centrados na época de resultados de 2023, bem como a aguardarem declarações de membros da Reserva Federal, à procura de pistas sobre os próximos passos no que toca à política monetária.
O S&P 500, referência para a região, ganha 0,34% para 4.970,95 pontos, o tecnológico Nasdaq Composite avança 0,39% para 15.669,19 pontos e o industrial Dow Jones soma 0,23% para 38.609,09 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, o New York Community Bancorp, que ontem terminou a sessão em mínimos do século, recua 11,55% para 3,72 dólares - mínimos de janeiro de 1997 - depois de o banco ter afirmado que os depósitos aumentaram desde o final do ano passado e que a liquidez permanece "ampla".
A pressionar as ações do banco regional está uma decisão por parte da Moody's que optou por descer o "rating" da instituição de Baa3 para Ba2, o segundo nível mais elevado da categoria de "lixo".
"Os empréstimos 'core' do NYCB no setor do imobiliário comercial, as perdas significativas e imprevistas no seu escritório de Nova Iorque e nos imóveis multifamiliares poderão aumentar a sensibilidade da confiança" dos investidores, escreveram os analistas da Moody's.
Ainda em destaque, a Snap mergulha 31,46%, depois de ter falhado as perspetivas de receitas no quarto trimestre de 2023 e ter revelado um "guidance" abaixo do esperado pelos analistas. A empresa anunciou ainda que vai despedir cerca de 10% da sua força de trabalho.
Já a Ford ganha 3,65%, depois de ter ultrapassado as estimativas dos analistas quanto às contas do quarto trimestre e ter revelado perspetivas para o presente ano superiores ao esperado.
Uma forte época de resultados, juntamente com expectativas de um corte das taxas de juro pela Reserva Federal têm sido os motores de Wall Street. Mas apesar de um sinal de resiliência geral das empresas, os comentários do presidente da Fed, Jerome Powell, de que o banco central precisa de mais dados que comprovem uma descida sustentada da inflação para poder proceder a cortes de juros levou a um reaparecimento de dúvidas no "timing" dos cortes de juros.
Desde os comentários de Powell, vários outros membros se juntaram a esta perspetiva mais cautelosa. Os investidores permanecem atentos ao discurso dos membros da Fed, à procura de uma mudança na retórica.
Taxas Euribor descem a três, a seis e a 12 meses
A Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses face a terça-feira, depois de ter subido nas três sessões anteriores e manteve-se abaixo de 4% nos três prazos.
Com as alterações de hoje, a Euribor a três meses, que baixou para 3,895%, ficou abaixo da taxa a seis meses (3,899%) e acima da taxa a 12 meses (3,656%).
A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, desceu hoje para 3,656%, menos 0,011 pontos que na terça-feira, depois de ter avançado em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Segundo dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a novembro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 37,4% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 36,1% e 23,9%, respetivamente.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, também recuou hoje, para 3,899%, menos 0,023 pontos que na véspera, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses caiu hoje face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,895%, menos 0,037 pontos e depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.
A média da Euribor em janeiro voltou a cair nos três prazos, mas menos acentuadamente do que em dezembro.
A média da Euribor em janeiro desceu 0,010 pontos para 3,925% a três meses (contra 3,935% em janeiro), 0,035 pontos para 3,892% a seis meses (contra 3,927%) e 0,070 pontos para 3,609% a 12 meses (contra 3,679%).
Em dezembro, a média da Euribor baixou 0,037 pontos para 3,935% a três meses (contra 3,972% em novembro), 0,138 pontos para 3,927% a seis meses (contra 4,065%) e 0,343 pontos para 3,679% a 12 meses (contra 4,022%).
Na mais recente reunião de política monetária, em 25 de janeiro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juro de referência pela terceira vez consecutiva, depois de dez aumentos desde 21 de julho de 2022.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 7 de março.
Lusa
Cautela dita abertura mista na Europa
As bolsas europeias abriram mistas, num dia em que os investidores aguardam por pistas sobre a evolução das taxas de juro e estimam o impacto de medidas para impulsionar o mercado na China.
O Stoxx 600, referência para a região, negoceia na linha d'água, estando a valorizar 0,01% para 486,79 pontos. Dos 20 setores que compõem o índice, o automóvel é o que mais ganha (1,28%), enquanto o das telecomunicações é o que mais perde (-0,44%).
Entre as principais movimentações, a TotalEnergies perde 1% para 59,7 euros. Apesar de ter aumentado o dividendo e de anunciar a recompra de 2 mil milhões de ações este trimestre, os títulos não escaparam à queda na abertura.
A petrolífera reportou um lucro anual de 21,4 mil milhões de dólares (19,9 mil milhões de euros ao câmbio atual), mas o lucro ajustado recuou 36% para os 23,2 mil milhões de dólares (21,5 mil milhões de euros).
Nas principais praças europeias, o alemão Dax30 cede 0,17%, o espanhol Ibex 35 desliza 0,48%, o francês CAC-40 ganha 0,11%, o italiana FTSE Mib soma 0,17%, o britânico FTSE 100 desvaloriza 0,09%.
Os investidores vão estar atentos às declarações de Adriana Kugler e Tom Barkin, membros da Reserva Federal (Fed) norte-americana. Amanhã, serão também observadas as palavras de Philip Lane, chefe-economista do BCE. A expectativa é obter pistas sobre a hipótese de um corte dos juros em maio.
Juros aliviam na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a aliviar, o que sinaliza uma maior aposta dos investidores em obrigações. Isto numa altura em que os investidores aguardam por novas pistas sobre o curso da política monetária.
A "yield" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos alivia 1 ponto base para 3,064% e a das Bunds alemãs com o mesmo prazo cede 1 ponto base para 2,279%.
A rendibilidade da dívida italiana e da dívida espanhola perdem 0,9 pontos base para 3,837% e 3,193%, enquanto a da dívida francesa recua 1,2 pontos base para 2,783%.
Fora da Zona Euro, os juros das Gilts britânicas agravam-se 1,3 pontos base para 3,957%.
Euro ganha face ao dólar
O euro está a valorizar ligeiramente face à divisa norte-americana, que perde força numa altura em que diminui a expectativa de um corte dos juros nos Estados Unidos nos primeiros meses deste ano.
A moeda única da Zona Euro sobe 0,08% para 1,0764 dólares.
Isabel Schnabel, membro da comissão executiva do Banco Central Europeu, defende que o Banco Central Europeu (BCE) deve ser paciente antes de começar a aliviar a política monetária.
Numa entrevista ao Financial Times, a responsável disse que a persistente inflação nos serviços, a resiliência do mercado laboral e as tensões no Médio Oriente "desaconselha um ajustamento da política monetária em breve".
"Significa que devemos ser pacientes e cautelosos porque sabemos, também por experiência passada, que a inflação pode voltar a acelerar", afirmou.
Apesar de o BCE também não planear começar a descer os juros em março, a expectativa quanto a uma descida por parte da Reserva Federal (Fed) nos EUA era maior, o que está a levar a um reajustamento de posições.
O dólar ganha também face ao iene (0,05%) e ao franco suíço (0,14%).
Ouro cede mas mantém-se estável nos 2 mil dólares por onça
Os preços do ouro estão a descer, mas o metal precioso mantém-se estável na fasquia dos dois mil dólares por onça.
O ouro spot desvaloriza 0,19% para 2.032,29 dólares por onça.
Depois de ter terminado 2023 com ganhos, à boleia das perspetivas de que a Fed começaria a aliviar os juros no primeiro trimestre deste ano, o ouro acumula perdas de mais de 1% desde o início do ano.
O banco central dos EUA tem deixado claro que mantém uma posição cautelosa e que, apesar de os dados serem positivos, ainda não é claro que a batalha contra a inflação está terminada.
Na terça-feira, Loretta Mester, presidente da Reserva Federal de Cleveland, e Neel Kashkari, presidente da Reserva Federal de Minneapolis, repetiram a mensagem de Jerome Powell, presidente da Fed, ao indicarem que a autoridade monetária precisa de mais dados para confirmar que a inflação não irá acelerar novamente.
Petróleo na linha d'água com aumento de "stocks" nos EUA a ofuscar conflito no Médio Oriente
Os preços do petróleo estão a negociar na linha d'água, numa altura em que os investidores pesam os riscos do conflito no Médio Oriente face ao aumento das reservas nos Estados Unidos.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, ganha 0,08% para 73,37 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, está a ceder 0,04% para 78,56 dólares.
O grupo radical houthis reivindicou ataques a mais dois navios no Mar Vermelho e os Estados Unidos prometeram mais ataques contra as tropas iranianas e aliados na região. Mas, se o conflito aumenta o risco de disrupção, o que dá força ao ouro negro, o aumento da oferta de petróleo está a gerar preocupações.
O relatório da API mostra que as reservas de crude nos EUA subiram em 674 mil barris na semana passada. Os dados oficiais são divulgados esta quarta-feira pela Administração de Informação em Energia.
No acumulado do ano, os ganhos do petróleo são ligeiros. Apesar de a guerra no Médio Oriente e o aumento do custo dos transportes terem impulsionado a matéria-prima, as perspetivas para o mercado e uma série de dados económicos mistos anularam parte da subida.
Europa aponta para ganhos. Ásia fecha mista com mercado à espera de Pequim
As bolsas europeias apontam para um início de sessão em terreno positivo, prolongando o entusiasmo com as contas da BP.
A petrolífera encerrou a negociação de terça-feira em máximos do final de novembro, depois de ter revelado lucros de 15,2 mil milhões de dólares em 2023.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,1%.
Na Ásia, a sessão terminou mista, numa altura em que os investidores esperam para ver se a China irá tomar mais medidas para impulsionar os mercados financeiros e digerem declarações de membros da Reserva Federal (Fed) norte-americana.
Pela China, o Hang Seng, em Hong Kong, caiu 0,33% e o Shanghai Composite valorizou 1,44%. No Japão, o Topix ganhou 0,42% e o Nikkei cedeu 0,11%, numa altura em que os investidores digerem os dados da Toyota e da Mitsubishi. Na Coreia do Sul, o Kospi subiu 1,3%.
As expectativas de medidas para o mercado chinês estão a sustentar os ganhos na Ásia e o recuo das expectativas quanto aos cortes de juros da Fed parecem ter sido incorporadas. Contudo, o efeito pode ser temporário uma vez que tudo isto são medidas temporárias e não resolvem os problemas estruturais que a China está a enfrentar, desde a crise imobiliária à falta de produtividade", afirmou Charu Chanana, analista na Saxo Capital Markets, em declarações à Bloomberg.