Notícia
Automóvel, construção e energia dão gás à Europa. Petróleo dispara e juros voltam a aliviar
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Juros prolongam alívios na Zona Euro
As taxas de juro das dívidas públicas desceram novamente no espaço da moeda única na sessão desta sexta-feira, beneficiando agora da garantia dada pela líder do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, de que apesar do agravamento dos riscos inflacionistas, a autoridade monetária europeia vai manter em vigor o programa de compra de dívida adotado em resposta à pandemia pelo menos até março.
A "yield" referente às obrigações soberanas de Portugal com prazo a 10 anos recuou 1,7 pontos base para 0,555%, descida acompanhada pelos juros associados aos títulos de dívida da Espanha e da Itália que desceram respetivamente 1,6 e 2,3 para 0,554% e para 1,033%. Estas três "yields" recuaram pelo segundo dia seguido para mínimos de 12 de maio.
Já a taxa de juro correspondente às obrigações soberanas da Alemanha (bunds) caiu 1,9 pontos base para -0,131%.
Europa termina semana no verde, com Lisboa e Londres em contraciclo
As principais praças europeias terminam a semana quase generalizadamente em terreno positivo, com os investidores focados nas perspetivas de retoma da economia devido aos processos de desconfinamento em curso em vários países do velho continente.
Esta semana foi a vez de o Reino Unido dar mais um passo no desconfinamento, com a reabertura de restaurantes, hotéis e a possibilidade de regresso às viagens não essenciais. As viagens reservadas pelos britânicos têm animado o turismo de vários países da Europa - Portugal incluído.
Na última sessão da semana, o Stoxx 600, o índice que agrupa as 600 maiores cotadas, avançou 0,63% para 444,68 pontos, impulsionado pelos setores automóvel, construção e energia. Já as empresas ligadas a atividades de mineração registaram a maior queda na sessão desta sexta-feira.
Numa semana que fica marcada pela volatilidade, o índice europeu avançou 0,4%.
Nos principais índices da Europa ocidental, as praças fecharam em terreno positivo, à exceção de Lisboa, Londres e Atenas. O alemão Dax avançou 0,4%, o francês CAC-40 subiu 0,7% e o espanhol IBEX ganhou 0,9%. Destaque ainda para o índice italiano, que ganhou 1,1%.
Já a bolsa de Lisboa fechou a sessão a desvalorizar 0,16%, a de Londres cedeu 0,02% e em Atenas a queda foi de 3,06%.
Ouro cai ao fim de seis sessões
O preço do ouro está em queda ao fim de seis sessões consecutivas de ganhos. Ainda assim, esta deve ser a terceira semana consecutiva de escalada de preço.
A onça de ouro perdia esta sexta-feira 0,12% do seu valor, baixando para os 1.874,94 dólares.
Na raiz das flutuações estão os sinais de recuperação economica. As quebras nos pedidos de subsidio de desemprego são sinal disso, ao que acresce o levantamento de restrições pelos Estados Unidos e o consequente retomar da atividade.
Principais moedas da Europa perdem força
As duas principais divisas da Europa, o euro e a libra esterlina, estão a perder terreno para o rival norte-americano. A moeda única europeia está a perder 0,33% face ao dólar, para 1,2188 dólares. Esta sexta-feira, em Lisboa, a presidente do Banco Central Europeu alertou para a "incerteza" no processo de recuperação económica, garantindo também que o apoio do BCE poderá ser usado até março de 2022.
Já no caso da libra esterlina, apesar de estar a cair 0,17% perante o dólar, para 1,4166 dólares, esta divisa está a caminho da terceira semana de ganhos. As previsões sobre a recuperação da economia britânica apontam para uma possível retoma, animadas pelo aumento da procura com a reabertura de restaurantes e hotéis no país.
Do outro lado do Atlântico, o índice que mede o desempenho do dólar avança 0,18%.
Petróleo sobe mais de 2% com perspetiva de aumento da procura
O "ouro negro" segue a ganhar terreno, depois de três sessões consecutivas no vermelho.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em julho avança 2,84% para 63,70 dólares por barril.
Já o contrato de julho do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, soma 2,29% para 66,60 dólares.
A contribuir para o otimisto está a expectativa de uma retoma da procura, devido à recuperação económica que se começa a observar com a reabertura das economias depois dos lockdowns devido à pandemia.
Apesar do ânimo de hoje, a par com o cenário positivo nos mercados acionistas, os preços do petróleo estão a caminho de um saldo semanal negativo, com uma queda de cerca de 3% (a maior descida semanal desde março), numa altura em que os investidores se preparam para o regresso das exportações iranianas de crude – isto após Teerão e as potências mundiais terem realizado progressos em torno de um acordo nuclear, o que poderá levar ao levantamento das sanções impostas ao país.
Wall Street reforça subidas com perspetiva de bons dados económicos
As bolsas norte-americanas abriram em terreno positivo, depois de ontem terem registado a primeira subida da semana.
O Dow Jones segue a somar 0,48%, para se fixar nos 34.246,32 pontos. Isto depois de a 10 de maio ter estabelecido um máximo histórico nos 35.091,56 pontos.
Já o Standard & Poor’s 500 avança 0,49%, para 4.179,68 pontos. No dia 7 de maio fixou um valor nunca antes atingido, nos 4.238,04 pontos.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite valoriza 0,54% para 13.609,30 pontos.
A contribuir para o otimismo está a expectativa de que os dados relativos aos índices dos gestores de compras (PMI) da IHS Markit, dos serviços e indústria, tenham melhorado substancialmente em maio.
Euro perde fôlego face ao rival norte-americano
Depois de ter assumido uma tendência ascendente nas últimas sessões, o euro está hoje a perder algum terreno para o rival dólar dos EUA, aliviando dos máximos de fevereiro atingidos ontem.
Hoje, a moeda única da União Europeia está a depreciar 0,12% para os 1,2213 dólares.
Ouro ganha na semana, mas perde mais de 1% hoje
O ouro está a caminho do seu terceiro ganho semanal consecutivo, à boleia da subida da inflação, evidenciando assim o seu caráter de ativo de refúgio.
Hoje, o metal precioso está a perder 1,28% para os 1.873,13 dólares por onça, uma vez que os investidores se mostram menos preocupados com a subida de preços, olhando antes para o corte de restrições de circulação em todo o mundo.
Juros de Portugal voltam a cair para os 0,5%
Os juros da dívida soberana dos países da Zona Euro estão a cair nesta sexta-feira, em linha com o registado no Tesouro norte-americano, aliviando assim dos fortes ganhos consentidos depois das minutas da Reserva Federal dos EUA revelarem que a hipótese de uma redução dos estímulos vai ganhando força.
A ajudar o mercado de dívida na região está o facto de os investidores se refugiarem nestes ativos, uma vez que são considerados mais seguros, numa altura em que ainda é incerta a próxima atuação dos bancos centrais.
Em destaque seguem os juros de Portugal com maturidade a dez anos, que estão novamente a cair 3 pontos base para os 0,542%, caindo de máximos de junho do ano passado, ou seja, de quase um ano, atingidos no início da sessão de ontem.
No resto da região o sentimento é semelhante, com quedas registadas em Itália (4 pontos base) e em Espanha (2,6 pontos base). A Alemanha, que serve de referência para o bloco central, vê os juros do seu "bund" perderam 1,8 ponto base para os -0,130%.
Brent a caminho da maior queda semanal desde março
Os preços do petróleo estão a caminho da maior queda semanal desde março, com o mercado a preparar-se para uma perspetiva de maior fluxo de petróleo iraniano, numa altura em que o país se aproxima, de novo, de um acordo nuclear.
O preço do Brent em Londres, e que serve de referência para Portugal, estão a cair 0,05% para os 65,08 dólares por barril, depois de ter desvalorizado mais de 6% nas últimas três sessões.
O presidente do Irão, Hassan Rouhani, disse que as potências mundiais aceitaram que as principais sanções contra seu país seriam levantadas, embora ainda existam vários pontos de discórdia para resolver.
Em contraciclo está o norte-americano WTI (West Texas Intermediate) que valoriza 0,24% para os 62,09 dólares por barril.
Europa em leve alta com investidores a olharem para recuperação da economia
As bolsas europeias estão a negociar em leve alta nos primeiros minutos de negociação nesta sexta-feira, com os investidores a olharem com mais atenção para a recuperação económica nas maiores economias, numa altura em que o nível de restrições diminuiu.
Por esta altura, o Stoxx 600 - índice que agrupa as 600 maiores cotadas da região - sobe 0,29% para os 443,16 pontos, com o setor das fabricantes automóveis a liderar os ganhos. Entre as empresas destaca-se a Richemont, fabricante de joelharia de luxo, que subiu 6,2% depois de ter superado as estimativas de vendas.
As ações europeias estão a terminar uma semana marcada por um grande grau de volatilidade, com os investidores a acumularem os receios sobre a inflação com o otimismo numa recuperação económica mais ágil do que o previsto inicialmente.
As principais nações europeias tomaram medidas nos últimos dias para suspender algumas restrições à circulação, com Itália a eliminar o toque de recolher obrigatório e França a reabrir restaurantes para refeições ao ar livre.
O Stoxx 600 acumula uma valorização de cerca de 10% neste ano, liderado por setores cíclicos, como bancos e fabricantes automóveis.
Futuros apontam para sessão indefinida na Europa
Os futuros das ações dos Estados Unidos e Europa apontam para uma sessão sem um rumo definido nos mercados acionistas, numa altura em que os investidores pesam a possibilidade de uma redução dos estímulos monetários na maior economia do mundo, num contexto em que a recuperação ainda continua ameaçada por uma série de fatores, incluindo o aumento de número de casos de covid-19 em várias regiões do mundo.
Na sessão asiática também não houve uma tendência definida, com as ações a caírem na China e Hong Kong e a subirem no Japão. O Hang Seng de Hong Kong desceu 0,2%, o chinês Shanghai Composite desvalorizou 0,5%, o sul-coreano Kospi perdeu 0,3% e o japonês Topix subiu 0,4%.
A recuperação da economia global, o risco de um aumento significativo na inflação e os surtos de covid-19 em algumas partes do mundo continuam a moldar os movimentos do mercado. Por enquanto, o otimismo em torno do crescimento é uma espécie de reduto para os investidores, ainda que as últimas atas da Fed tenham sinalizado a possibilidade de um debate próximo sobre a redução do estímulos excecionais que reforçaram uma série de ativos.
"No geral, ainda estamos virados para o risco", disse Adrian Zuercher, diretor de alocação de ativos globais do UBS, na Bloomberg Television, acrescentando que a distribuição da vacina e a reabertura da economia "devem levar a subidas nos mercados de ações".