Notícia
Europa fecha mista, dólar segue a valorizar e castiga ouro. Juros da dívida em queda
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Europa sem direção mas Stoxx600 recupera de maior queda em três meses
As principais praças europeias dividiram-se entre o verde e o vermelho, mas o índice que reúne as 600 maiores cotadas, o Stoxx600, acabou por mostrar uma subida sólida, de 0,55% para os 358,79 pontos, depois de ter vivido o pior dia em mais de três meses.
Apesar de continuar a pairar a possibilidade de um aumento das restrições face ao crescente número de casos de covid-19, os investidores retomam o fôlego, aproveitando as quebras relevantes nas cotações para comprar mais barato. A incerteza em torno dos estímulos que poderão ser avançados também não é suficiente para refrear a compra.
Madrid e Paris destoam das pares europeias, com quebras de mais de 0,5%. Londres, Frankfurt e Amesterdão mostram ganhos perto de 1%.
Olhando aos setores contemplados no índice europeu, todos seguem em alta, com o de petróleo e gás a destacar-se. Em oposição, o turismo e o setor das matérias primas ficam pelo terreno negativo.
Juros renovam mínimos de março na Zona Euro. Itália em mínimo de quase um ano
Os juros das dívidas públicas no espaço do euro estão novamente em queda nesta terça-feira, com as "yields" dos periféricos a renovarem mínimos de março no prazo a 10 anos e a de Itália a recuar para o valor mais baixo em quase um ano.
As taxas de juro associadas aos títulos soberanos de Portugal e da Espanha caem respetivamente 1,1 e 1,6 pontos para 0,252% (mímimo de 3 de março) e 0,232% (mínimo de 6 de março) na segunda queda seguida.
Já a "yield" referente às obrigações transalpinas com maturidade a 10 anos recua 5,2 pontos base para 0,863%, estando assim em mínimos de 9 de outubro do ano passado. A justificar esta descida acentuada estão os resultados das eleições regionais que decorreram na Itália e que ficaram longe do pretendido pela Liga de Matteo Salvini. Os resultados eleitorais permitiram ao primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, consolidar a sua posição, o que o levou a garantir que ficará em funções como chefe de governo "até 2023".
Em sentido inverso, ao verem reduzido o respetivo valor enquanto ativo de refúgio, os juros correspondentes aos títulos soberanos (bunds) da Alemanha com prazo a 10 anos sobem 2,6 pontos base para -0,505%.
Ouro cai com subida do dólar
O metal amarelo continua a perder terreno, penalizado pela valorização do dólar, que hoje disparou para máximos de seis semanas.
O ouro a pronto (spot) segue a ceder 0,9% para 1.895,38 dólares por onça no mercado londrino.
No mercado nova-iorquino (Comex), os futuros do ouro perdem 0,5% para 1.900,20 dólares por onça.
A apreciação do dólar continua a ser um fator de pressão para o metal precioso, uma vez que é denominado na moeda norte-americana e fica menos atrativo como investimento alternativo.
A nota verde, que é também considerada um ativo de refúgio, escalou hoje para máximos de seis semanas face a um cabaz de moedas de referência, diminuindo assim a procura por ouro.
Euro recua para mínimo de quase dois meses contra o dólar
A moeda única europeia transaciona em queda pelo terceiro dia consecutivo face ao dólar, estando nesta altura a depreciar 0,55% para 1,1706 dólares, o que significa que negoceia nos mercados cambiais em mínimos de 27 de junho relativamente à divisa norte-americana.
Por seu turno, o dólar valoriza pela segunda sessão seguida no índice da Bloomberg que mede o comportamento da moeda norte-americana contra um cabaz composto pelas principais divisas mundiais, estando o dólar em mínimos de 27 de julho neste índice.
Esta valorização do dólar acontece no dia em que o presidente da Fed de Chicago, Charles Evans, admitiu que as taxas de juro diretoras na maior economia mundial, e que persistem em níveis próximos de zero, poderão aumentar antes ainda da meta para a taxa de inflação ser alcançada.
Petróleo recupera fôlego depois de fortes quedas
As cotações do "ouro negro" estão hoje a recuperar, depois de ontem terem registado quedas na ordem dos 5%.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em outubro – cujo contrato expira hoje – segue a somar 0,59% para 39,54 dólares por barril.
Já o contrato de novembro do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, sobe 0,87% para 41,80 dólares.
A ajudar à retoma das cotações está o facto de muitos analistas considerarem que as novas restrições decorrentes da covid-19 terão um impacto limitado na procura de combustível.
Os mercados estiveram nervosos com a perspetiva de nova queda da procura de combustível em países como o Reino Unido, onde o governo dirá às pessoas para voltarem a trabalhar a partir de casa e irá impor novas restrições aos pubs, bares e restaurantes. Mas hoje os ânimos melhoraram.
"Atendendo a que as novas restrições deverão ser mais localizadas, a retoma da procura por petróleo deverá manter-se, se bem que a um ritmo mais lento", comentou à Reuters um analista petrolífero da UBS, Giovanni Staunovo.
Na segunda-feira, os investidores mostraram-se bastante preocupados com o aumento dos casos de coronavírus em mercados de relevo. França viu o número de infeções crescer, Itália introduziu mais testes obrigatórios, Espanha pediu ao exército para ajudar e a Alemanha descreveu a situação como preocupante.
Wall Street em leve alta com suporte do setor tecnológico
Os três principais índices dos Estados Unidos abriram a sessão desta terça-feira em alta, com o setor tecnológico a apoiar a recuperação após as robustas quedas de ontem.
Por esta altura, o Dow Jones ganha 0,15% para os 27.183,61 pontos e os S&P 500 avança 0,46% para os 3.296,73. Já o tecnológico Nasdaq Composite soma 0,55% para os 10.838,88 pontos.
Ainda assim, o receio de que uma forte segunda vaga de contágio do coronavírus e o contínuo impasse do Governo para o anúncio de um novo apoio orçamental para a economia está a travar maiores ganhos.
Hoje, os holofotes da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos estarão apontados para o presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, quando estiver a justificar perante os congressistas a atuação recente da Fed na promoção da recuperação económica no país.
De acordo com o texto do testumunho que vai apresentar nesta terça-feira perante o Comité dos Serviços Financeiros, um dos focos de Powell estará na necessidade do Congresso chegar a um consenso para um novo pacote orçamental que proteja as pequenas e médias empresas, uma vez que considera que só o seu Main Street Lending Program - um programa de empréstimos às companhias - está a revelar-se insuficiente.
Juros de Portugal em mínimos de mais de seis meses
Os juros da dívida portuguesa estão a cair pela segunda sessão consecutiva para mínimos do dia 4 de março deste ano, para valores pré-pandemia (0,257%).
Esta é também a tendência registada no resto da região europeia, com a taxa de referência de Itália a perder 1,3 pontos base para os 0,903% e os juros de Espanha recuarem 0,6 pontos base para os 0,242%.
Na Alemanha, os juros a dez anos estão estáveis nos -0,531%.
Alta do dólar leva ouro abaixo dos 1.900 dólares
A alta do dólar continua a penalizar o ouro, com o metal precioso a negociar abaixo dos 1.900 dólares na segunda sessão em terreno negativo.
No mercado à vista em Londres o ouro desvaloriza 0,66% para 1.899,92 dólares. Ontem o metal precioso já tinha negociado abaixo do patamar dos 1.900 dólares, mas recuperou no final da sessão. Desde meados de agosto que o metal precioso não fecha abaixo desta fasquia. O ouro alcançou máximos históricos acima dos 2.000 dólares este verão.
Depois da tempestade, a bonança: Europa recupera da maior queda em três meses
As bolsas europeias abriram a sessão desta terça-feira em alta, a corrigir do seu pior dia em mais de três meses, precipitado pelo avanço da segunda vaga de propagação do coronavírus.
O índice de referência para o continente, o Stoxx 600, ganha 0,25% para os 357,70 pontos, com praticamente todas as bolsas em alta. A única exceção é o espanhol IBEX, que ainda recupera do grande impacto sofrido ontem pelo setor da banca, após a divulgação dos FinCEN Files.
Entre os setores, destaca-se pela positiva o tecnológico, que lidera os ganhos com uma subida de 1,38%, e também para o automóvel (+0,6%). Em contraciclo está a banca, com uma desvalorização de 0,25%.
A suportar o otimismo geral estão os comentários de Jerome Powell, líder da Reserva Federal dos Estados Unidos, que se mostrou otimista com a recuperação da economia do país.
Hoje, o banco central da Suécia - o Riksbank - anunciou que iria manter as taxas de juro perto de zero e continuar com o seu programa de compra de ativos para continuar a suportar a economia local.
Preços do petróleo indefinidos com ameaça à procura
Os preços da matéria-prima estão a seguir caminhos distintos na Europa e nos Estados Unidos, mas ambos perto da "linha de água", numa altura em que a procura por petróleo em todo o mundo está a ser ameaçada pela segunda vaga de propagação de coronavírus.
Por esta altura, o Brent - que serve de referência para Portugal - ganha 0,27% para os 41,55 dólares por barril e o norte-ameriano WTI perde 0,1% para os 39,27 dólares. Ontem, ambos os ativos registaram as maiores quedas em quase duas semanas.
As novas restrições no Reino Unido e os alertas de que os Estados Unidos podem estar prestes a viver um novo ciclo de forte contágio de coronavírus fizeram recuar os investidores na sessão de ontem, juntamente com o excesso de inventários nos Estados Unidos.
Debaixo de olho está também a tempestade tropical Beta, que poderá afetar as regiões do Texas e Louisiana, no Golfo do México. Ainda assim, não são esperadas interrupções à atividade das empresas petrolíferas.
Euro desce pela terceira sessão
O dólar continua a ganhar força com os investidores a procurarem abrigo na moeda norte-americana numa altura em que a pandemia está a agravar-se sobretudo no continente europeu. Na sessão de ontem, de queda acentuada nos mercados acionistas, o euro perdeu mais de 0,5% face ao dólar e esta terça-feira, apesar da alta das bolsas, está a cair mais 0,37% para 1,1727 dólares.
Jerome Powell disse ontem que a economia norte-americana está a melhorar, mas que tem ainda um longo caminho pela frente até à plena recuperação do impacto da pandemia de covid-19. O presidente da Reserva Federal dos EUA adiantou que a resposta económica ao coronavírus reduziu as consequências da recessão induzida pela pandemia mas sugeriu que o Congresso vai provavelmente precisar de gastar mais dinheiro para apoiar algumas partes da economia que continuam em dificuldades.
"Muitos indicadores económicos revelam uma acentuada melhoria", sublinha o presidente da Fed no texto do testumunho que vai apresentar terça-feira perante o Comité dos Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes. Apesar dessa melhoria, "tanto o emprego como a atividade económica geral continuam bastante abaixo dos níveis anteriores à pandemia e o caminho que temos pela frente continua a ser altamente incerto", refere.
PSI-20 recupera de mínimo de maio e três sessões em queda
O PSI-20 abriu a subir 0,38% para 4.174,4 pontos, recuperando de três sessões seguidas a fechar em terreno negativo.
O índice português tinha fechado ontem a recuar mais de 2%, para mínimos de maio, numa sessão de fortes quedas nas bolsas devido ao receio de novas medidas restritivas de confinamento, numa altura em que a pandemia está a agravar-se na Europa.
Hoje a sessão é de recuperação nas bolsas europeias e na praça portuguesa a maioria das cotadas negoceia em alta, destando-se as que foram mais castigadas nas últimas sessões. É o caso da Galp Energia, que soma 1,4% para 8,55 euros.
O BCP avança 0,8% para 8,77 euros e a EDP valoriza 0,46% para 4,193 euros.
A Mota-Engil ganha 0,67% para 1,206 euros. A JB Capital Markets (JBCM) iniciou ontem a cobertura da Mota-Engil, à qual atribuiu uma recomendação de "comprar" e um preço-alvo de 2 euros por ação, conferindo-lhe um potencial de valorização de 66,94%.
O presidente da Reserva Federal dos EUA, Jerome Powell, disse que a resposta económica ao coronavírus reduziu as consequências da recessão induzida pela pandemia mas sugeriu que o Congresso vai provavelmente precisar de gastar mais dinheiro para apoiar algumas partes da economia que continuam em dificuldades.
Futuros da Europa corrigem das fortes quedas de ontem. Ásia seguiu má prestação de Wall Street
Os futuros do Euro Stoxx 50 - índice que agrupa as 50 maiores cotadas da Europa - estão a valorizar 0,7% na pré-abertura da sessão desta terça-feira, apontando assim para um início em alta entre as bolsas do "velho continente", depois de ontem terem registado as maiores quedas de há vários meses.
Ainda assim, esta não é a tendência que os futuros de Wall Street seguem, uma vez que o medo relativo à segunda vaga da propagação do coronavírus e a falta de entendimento no Congresso para um novo apoio orçamental à economia local estão a deixar os investidores de pé atrás.
Durante a madrugada em Lisboa, este foi também o cenário registado na sessão asiática. Na Coreia do Sul o índice de referência perdeu 2,7%, enquanto que em Hong Kong e na China as desvalorizações foram menos expressivas (-0,6% e -0,5%, respetivamente). No Japão a negociação esteve encerrada devido a feriado.
Para além do lado sanitário e do não acordo para nova ajuda orçamental, as tensões entre a China e os Estados Unidos estão a ter peso na negociação global, com as mais recentes dúvidas sobre se a proposta da Oracle sobre a TikTok conseguirá ter aprovação dos governos de ambos os países.