Notícia
Europa consegue terceiro ganho mensal seguido, apesar de queda diária. Juros de Portugal aliviam de máximos
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Europa termina dia em queda, mas ganha pelo terceiro mês seguido
A maioria das ações europeias terminou a sessão desta sexta-feira em queda, com os resultados das empresas e os dados do setor do minério a fazerem oscilar a cotação das empresas.
O Stoxx 600 - índice que agrupa as 600 maiores cotadas da Europa - perdeu 0,3%, mas conseguiu uma valorização de 1,8% no mês de abril.
No setor das empresas de extração de minério, as empresas tiveram dificuldades em manter-se no "verde", depois de os dados da China mostrarem uma quebra na procura pelos materiais. Empresas como a Anglo American ou a Rio Tinto terminaram o dia em queda.
Ainda assim, os bons resultados da farmacêutica AstraZeneca levaram a cotação da empresa para um ganho de quase 4%. Por outro lado, os números do Barclays fizeram com que as ações do banco caíssem até 7,5% durante a sessão de hoje.
Este é o terceiro ganho mensal consecutivo para o índice de referência para o "velho continente", depois de ter atingido os máximos a meio do mês.
Juros de Portugal sobem pela sétima sessão
Os juros da dívida portuguesa estão a subir pela sétima sessão consecutiva, prolongando a tendência de agravamento que está a levar as yields para máximos de julho do ano passado. Nesta altura, os juros associados às obrigações a dez anos avançam 0,1 pontos base para 0,474%.
Em Espanha o agravamento é igualmente de 0,1 pontos base para 0,472%, enquanto na Alemanha a tendência é inversa, com os juros a deslizarem 0,9 pontos para -0,204%.
Dólar sobe após comentários da Fed
O dólar está a acelerar os ganhos face às principais congéneres, depois de o presidente da Fed de Dallas ter admitido que os sinais de tomada de risco excessiva nos mercados financeiros mostram que é altura de o banco central dos Estados Unidos começar a debater a redução do seu programa massivo de compra de ativos.
"Estamos agora num ponto em que estou a ver excessos e desequilíbrios nos mercados financeiros", disse Robert Kaplan durante um evento virtual esta sexta-feira. "Estou muito atento a isso, e é por isso que acho que na primeira oportunidade será apropriado começarmos a falar sobre o ajuste dessas compras".
O dólar avança 0,2% face às principais congéneres enquanto a moeda única europeia desce 0,59% para 1,2049 dólares.
Ouro com tendência mista e paládio em recordes
Os preços do metal amarelo estão a negociar em terreno misto, ao passo que o paládio atingiu um máximo histórico.
O ouro a pronto (spot) segue a ceder 0,21% para 1.767,50dólares por onça no mercado londrino.
Já no mercado nova-iorquino (Comex), os futuros do ouro somam 0,21%, para 1.771,80 dólares por onça.
O metal precioso está a corrigir em na Europa mas mantém a tendência positiva nos EUA devido sobretudo à depreciação do dólar – que torna o ouro mais barato para quem negoceia noutras moedas.
No acumulado de abril, o ouro segue com um ganho em torno de 3,5%, a caminho assim do melhor mês desde dezembro passado.
Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do UBS, recorda numa nota de research hoje divulgada que a mini-escalada nas obrigações governamentais dos Estados Unidos (o que faz descer os juros da dívida) sustentada por uma Reserva Federal paciente e a subsequente debilidade do dólar têm sustentado o ouro nos últimos tempos.
No entanto, sublinha o UBS na análise a que o Negócios teve acesso, um aumento das taxas de juro reais nos EUA deverá desencadear mais saídas de dinheiro dos Exchange Traded-Funds (ETF, produtos negociados em bolsa, cujo principal objectivo é replicar o desempenho de um determinado índice, commodity ou cabaz de ativos), pelo que os analistas do banco suíço antecipam que o preço do ouro caia para o patamar dos 1,600 dólares por onça em finais deste ano.
"Assim, reiteramos que os investidores devem proteger os seus ativos estratégicos contra uma queda adicional dos preços", salienta o relatório do UBS.
Paládio em recordes
Já o paládio chegou ao patamar dos 3.000 dólares pela primeira vez na sua história, impulsionado pelos receios de uma escassez deste metal precioso bastante procurado pelas fabricantes automóveis para utilização nos tubos de escape para neutralizar as emissões.
O paládio segue a ganhar 0,8% para 2.976,49 dólares por onça, depois de já ter estado a negociar nos 3.007,73 dólares.
Os preços deste metal precioso acumulam uma subida de mais de 20% desde 16 de março, dia em que a maior produtora, a russa Nornickel, anunciou que a inundação de duas das suas minas iria reduzir a oferta.
"O paládio apresenta um défice estrutural há 10 anos. Vimos os inventários nos armazéns a caírem para níveis muito baixos", comentou Giovanni Staunovo à agência Reuters. Segundo o analista, este rally poderá prosseguir, especialmente se as vendas de automóveis começarem a melhorar.
Petróleo cede terreno com receios em torno da Índia e Brasil
O "ouro negro" segue a negociar em baixa, depois de três sessões a subir, devido sobretudo aos receios de que os confinamentos na Índia e Brasil para travar a covid-19 penalizem a procura.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em junho recua 2,11% para 63,64 dólares por barril.
Já o contrato de junho do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, cede 1,82% para 67,31 dólares.
Os preços estão a perder terreno depois de ontem terem atingido máximos de seis semanas, numa sessão em que muitos investidores estão a proceder à tomada de mais-valias.
Os receios de que um alargamento dos "lockdowns" na Índia e no Brasil, onde têm aumentado fortemente os casos de covid, ofuscaram o panorama otimista projetado para o verão em matéria de procura por combustível e de retoma económica mundial.
Nos últimos dias, recorde-se, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a Agência Internacional de Energia (AIE) e analistas do UBS e do Goldman Sachs previram um aumento expressivo da procura por crude no segundo semestre deste ano.
Wall Street faz uma pausa depois dos recordes
As bolsas norte-americanas abriram em baixa, com os investidores a fazerem uma pausa para respirar depois dos novos máximos históricos.
O Dow Jones segue a ceder 0,50%, para se fixar nos 33.889,40 pontos.
Já o Standard & Poor’s 500 recua 0,54%, para 4.188,86 pontos, depois de ontem ter estabelecido um novo máximo histórico nos 4.218,78 pontos.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite desvaloriza 0,50% para 13.997,51 pontos. Durante a sessão de ontem tocou num nível nunca antes visto, nos 14.211,57 pontos.
Wall Street segue assim a corrigir, com os investidores a fazerem uma pausa para respirar depois da vaga de resultados robustos e dos bons dados económicos anunciados esta semana – que levaram a que o S&P 500 e o Nasdaq atingissem novos recordes.
O rally nas grandes tecnológicas, depois dos seus impressionantes resultados trimestrais, colocou os três grandes índices norte-americanos a caminho de ganhos semanais.
O Nasdaq segue rumo ao sexto mês consecutivo de saldo positivo, ao passo que o Dow e o S&P500 estão a caminho do terceiro mês seguido de subidas.
Bolsas europeias sobem pelo terceiro mês seguido
As bolsas europeias negoceiam em alta ligeira, a contrariar a tendência negativa das praças asiáticas, com os investidores de olhos postos nos dados económicos e nos resultados das empresas.
O Stoxx600 soma 0,23% para 439,77 pontos e caminha para fechar hoje o mês com um ganho acima de 2%. Abril será assim o terceiro mês seguido de valorizações para as ações europeias, que atingiram máximos históricos em meados deste mês, à boleia de sinais mais evidentes de recuperação robusta da economia global e dos resultados das empresas.
O Eurostat revela hoje a estimativa rápida para a inflação de abril e a primeira leitura do PIB da Zona Euro no primeiro trimestre, sendo que a França deu já o mote positivo. O gabinete de estatística francês anunciou esta manhã que o PIB cresceu 0,4% no primeiro trimestre, superando assim as estimativas dos economistas, que apontavam para uma estagnação.
No que diz respeito aos resultados, hoje também há uma bateria de números para analisar e a tendência é sobretudo positiva. A Astrazeneca anunciou lucros acima do espera e as ações da farmacêutica disparam 3,76% na bolsa de Londres. Os ganhos no Stoxx600 estão a ser liderados pela Signify, que também anunciou resultados acima do esperado.
Na banca a tendência é de queda devido aos resultados negativos apresentados pelo Barclays, que está a cair em bolsa (-6,01%). O BBVA (-0,92%) e o Credit Suisse (-0,44%) também negoceiam em terreno negativo depois de terem apresentado resultados.
Em Lisboa o PSI-20 sobe pela terceira sessão (+0,25% para 5.096,02 pontos), apoiado nos ganhos do BCP (+2,05%), Sonae SGPS (0,7%) e Galp Energia (0,44%).
Juros de Portugal aliviam de máximos de junho
As taxas de juro das obrigações soberanas europeias estão a corrigir da forte alta das últimas sessões, que foi motivada pelo regresso dos receios com a escalada da inflação, numa altura em que a economia global reforça os sinais de recuperação robusta.
A yield das obrigações portuguesas a 10 anos desce 0,2 pontos base para 0,471%, depois de na quinta-feira ter tocado em máximos de junho na sexta sessão seguida em alta.
Na dívida de referência europeia, a taxa das bunds a 10 anos desce 0,9 pontos base para -0,203%.
Os investidores do mercado da dívida soberana estão de olhos postos na divulgação do PIB da Zona Euro referente a ao primeiro trimstre, bem como da estimativa rápida para a inflação de abril.
Petróleo alivia de máximos mas sobe na semana
O petróleo está a recuar esta sexta-feira, mas o desempenho negativo não é suficiente para impedir mais uma semana de ganhos para a matéria-prima, que tem tirado partido das perspetivas mais animadoras para a procura numa altura em que a economia global dá sinais positivos com uma recuperação robusta.
Com os mercados em queda de forma generalizada, sobretudo nas ações e matérias-primas, o Brent em Londres cede 0,66% para 68,11 dólares. O WTI, em Nova Iorque, recua 0,77% para 64,51 dólares, depois de ontem ter superado os 65 dólares pela primeira vez desde meados de março.
A contribuir para sustentar os preços nas últimas sessões estão as previsões otimistas para a procura, os dados económicos robustos nos EUA e o dólar em baixa – fatores que ofuscam os receios quanto ao impacto do aumento de casos de covid-19 no Brasil, Índia e Japão.
Nos últimos dias, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a Agência Internacional de Energia (AIE) e analistas do UBS e do Goldman Sachs previram um aumento expressivo da procura por crude no segundo semestre deste ano.
Aperto do reguladores às tecnológicas castiga bolsas asiáticas
Depois dos máximos históricos em Wall Street e dos bons resultados da Amazon, as bolsas asiáticas resvalaram para o vermelho pressionadas pela ação dos reguladores chineses, que avançaram com novas medidas contra as tecnológicas do país.
O SCI de Pequim cedeu 0,5% e o Hang Seng de Hong Kong caiu 1,5%, com os índices a serem pressionados pelo facto de os reguladores chineses terem imposto uma série de restrições às unidades financeiras de 13 tecnológicas chinesas, entre elas a Tencent e a ByteDance. Em Tóquio o Nikkei caiu 0,91%, enquanto os índices das bolsas da Coreia do Sul (Kospi) e Austrália (S&P/ASX) terem perdido também perto de 1%.
As bolsas norte-americanas fecharam ontem em máximos históricos e depois do fecho a Amazon anunciou resultados acima do esperado, mas os futuros sobre o S&P500 estão a perder terreno (-0,3%) e as bolsas europeias também devem abrir em queda. Em sentido inverto o Twitter anunciou resultados abaixo do esperado e as suas ações afundaram no "after hours".
Os investidores estão hoje atentos aos dados do PIB da Zona Euro do primeiro trimestre, sendo que a França já revelou que a sua economia cresceu 0,4%, surpreendendo pela positiva. O foco está também nos resultados das empresas, com destaque hoje para o BBVA, Barclays, Eni e Astrazeneca.