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Abertura dos mercados: Europa segue pisadas de Wall Street e atinge máximos. Petróleo recupera mais de 1%

Os investidores estão com maior apetite por risco, o que está a beneficiar a negociação bolsista. Também o petróleo segue em alta, recuperando de mínimos de um ano.

Reuters
Tiago Varzim tiagovarzim@negocios.pt 11 de Fevereiro de 2020 às 09:30
Os mercados em números
PSI-20 avança 0,3% para os 5.297,89 pontos
Stoxx 600 sobe 0,65% para os 427,41 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 1,2 pontos base para os 0,301%
Euro desvaloriza 0,1% para os 1,0906 dólares
Petróleo em Londres sobe 1,52% para 54,08 dólares por barril

Bolsas europeias seguem pisadas de Wall Street e atingem máximos 
As bolsas europeias sobem nesta terça-feira, 11 de fevereiro, após a queda de ontem. Esta subida segue-se a novos máximos em Wall Street e às valorizações das bolsas asiáticas durante esta madrugada - o Nikkei está fechado por ser feriado no Japão. 

"Perante a incerteza gerada pelo coronavírus e o receio de não acompanharem o recente rally dos índices acionistas, para muitos investidores ações como a Apple, a Microsoft, a Amazon, etc., apresentam uma boa combinação de segurança (devido à sua dimensão) e crescimento de lucros", escrevem os analistas do BPI no comentário de bolsa. 

Hoje os investidores deverão dividir as atenções entre vários temas. O presidente da Fed, Jerome Powell, irá discursar no Congresso e a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, testemunha no Parlamento Europeu. Ambos poderão dar pistas sobre a evolução futura da política monetária nos EUA e na Zona Euro, que tem sido um fator determinante para a evolução das bolsas. 

Já a época de resultados deverá continuar a ditar a evolução das cotadas que mostram os seus números ao mercado numa altura em que o foco continua a estar na propagação do coronavírus e o seu potencial impacto económico, principalmente na China onde muitas fábricas continuam fechadas. Apesar disso, a China está a registar um declínio nas novas infeções, com um estudo a apontar para o pico deste surto para o final de fevereiro.

Além disso, hoje realizam-se as primárias dos democratas no estado de New Hampshire, após Pete Buttigieg ter ganhado a maioria dos delegados no Iowa, à frente de Bernie Sanders, Elizabeth Warren e Joe Biden que, até agora, eram os três principais candidatos. 

O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, segue a valorizar 0,65% para os 427,41 pontos, negociando em máximos históricos. Já o PSI-20 - que arranca a época de resultados hoje, após o fecho, com a divulgação das contas da Navigator de 2019 - sobe 0,3% para os 5.297,89 pontos. 

Juros da dívida pública sobem após três quedas
Os juros associados às obrigações portuguesas no mercado secundário estão a subir 1,2 pontos base para os 0,301%, após três sessões consecutivas em queda.

O mesmo acontece noutros soberanos como a Alemanha - a yield sobe 1,9 pontos base para os -0,393% - ou Itália. Esta subida é justificada pelo regresso do apetite pelo risco dos investidores, o que tende a prejudicar a negociação de ativos de "refúgio" como as obrigações soberanas. 

Euro cede pela sétima sessão consecutiva
O euro está a desvalorizar 0,1% para os 1,0906 dólares, atingindo um mínimo de 2 de outubro. Esta é a sétima sessão consecutiva em que a divisa europeia perde terreno face à divisa norte-americana, o que representa o maior ciclo de perdas desde novembro de 2016. 

A outra face da moeda é que o dólar está em máximos do final de novembro quando comparado com um cabaz das principais divisas (Bloomberg Dollar Spot Index). Segundo a Bloomberg, o mercado das divisas foi mais permeável aos receios do vírus, levando à valorização de divisas de "refúgio" como o dólar.

Dependendo do discurso de Powell e do sentimento dos investidores face à evolução do coronavírus, o dólar poderá entrar numa correção em breve, antecipa a agência de informação financeira.

Petróleo recupera mais de 1% após mínimos de um ano
O "ouro negro" está a recuperar de mínimos de um ano, subindo mais de 1%. A contribuir para esta subida está a notícia de que os principais produtores de petróleo - empresas como a Vitol, Royal Dutch Shell e a Litasco - estão a tentar conter o petróleo em reservatórios no mar para diminuir o excesso de oferta de petróleo. 

A queda da procura de petróleo sente-se principalmente na China, a segunda maior economia do mundo, dado o processo de quarentena que está em vigor em várias cidades. A proibição de viagens está a deixar os importadores chineses de petróleo com excesso de reservas. 

Apesar de não estar marcada, há a expectativa - confirmada pelo ministro da Energia do Cazaquistão - de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) agende uma reunião extraordinária para voltar a discutir o impacto do coronavírus no mercado petrolífero no final deste mês. 

Neste momento, o WTI, negociado em Nova Iorque, sobe 1,33% para os 50,23 dólares por barril, ao passo que o Brent, que é transacionado em Londres e que serve de referência para as importações portuguesas, valoriza 1,52% para 54,08 dólares por barril.

Ouro desce após quatro sessões de ganhos
O regresso do apetite por risco tirou gás ao ouro que tinha estado a subir nas últimas quatro sessões. Com Wall Street em máximos, as bolsas asiáticas e as europeias a subir, o metal precioso está a ceder terreno nesta sessão: perde 0,16% para os 1.569,71 dólares por onça.  

Ainda assim, o investimento mundial em ETFs (exchange-traded funds) focados em ouro atingiu um novo recorde, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg. 

Na sessão de hoje, o sentimento dos investidores em relação ao ouro poderá mudar com o discurso do presidente da Fed, Jerome Powell, uma vez que a política monetária é um dos principais fatores, através da sua influência no dólar, que afeta a atratividade do ouro.
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