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Abertura dos mercados: Bolsas europeias prolongam perdas. Petróleo e euro em alta

As bolsas europeias estão a prolongar as perdas de ontem, apesar de terem arrancado a sessão em alta. Já o petróleo está em recuperação assim como o euro.

Miguel Baltazar
25 de Fevereiro de 2020 às 09:33
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Os mercados em números
PSI-20 cede 0,24% para os 5.184,73 pontos
Stoxx 600 desce 0,11% para os 411,42 pontos
Nikkei desvalorizou 3,34% para os 22.605,41 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos aliviam 0,8 pontos base para os 0,23%
Euro sobe 0,11% para os 1,0866 dólares
Petróleo em Londres ganha 0,37% para 56,51 dólares por barril

Bolsas europeias prolongam perdas
As bolsas europeias estão sem direção definida numa altura em que os investidores aguardam por mais dados para avaliar o potencial impacto económico da propagação do coronavírus Covid-19. O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, está a descer 0,11% para os 411,42 pontos nesta terça-feira, 25 de fevereiro, após ter caído ontem mais de 3,5% e apagado os ganhos acumulados em 2020.

Na Europa, as bolsas arrancaram a sessão em alta, corrigindo ligeiramente face às perdas generalizadas da sessão de ontem. No entanto, agora a maior parte das bolsas está novamente em terreno negativo, prolongando as quedas. O setor automóvel e o da banca são os que estão a puxar o índice para o vermelho.

Neste momento, o número de infetados com o coronavírus Covid-19 já ultrapassou os 80 mil a nível mundial, aumentando os receios de uma pandemia que, para já, a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda diz não verificar-se.

Com o agravamento da situação a nível internacional, as empresas continuam a ajustar as suas expectativas. A norte-americana United Airlines deixou de dar garantias sobre o lucro que tinha previsto, referindo o impacto financeiro do coronavírus. Já a Mastercard reviu em baixa a previsão de crescimento da receita no primeiro trimestre.

O PSI-20 segue a desvalorizar 0,24% para os 5.184,73 pontos, apesar de ter arrancado a sessão em alta. Durante a madrugada, as bolsas japonesas desceram mais de 3%, após terem estado fechado nas últimas sessões. 

Juros japoneses em mínimos de novembro
Após terem estado fechados nas últimas sessões, os mercados japoneses abriram hoje e estão a incorporar as mexidas ocorridas nos EUA e na Europa. Assim, a "yield" associada às obrigações japonesas a dez anos está a cair para mínimos de novembro por causa dos receios relativos ao impacto económico do coronavírus. 

Os juros no prazo de referência estão a cair 4 pontos base para os -0,1%, um nível que não era alcançado desde 28 de novembro. Esta é uma tendência que já tinha ocorrido nas obrigações europeias como as alemãs e as portuguesas, por exemplo, com a exceção de Itália em que os juros subiram. 

A expectativa dos investidores é que os bancos centrais possam ter de baixar os juros diretores para contrariar o choque económico que possa vir do coronavírus. Haruhiko Kuroda, governador do Banco do Japão, disse ontem que estará preparado para agir se for necessário.

Os juros portugueses a dez anos sobem 0,8 pontos base para os 0,23% e os juros italianos no mesmo prazo avançam 1,6 pontos base para os 0,981%. 

Euro sobe pela terceira sessão
A divisa europeia está a subir pela terceira sessão consecutiva face ao dólar. O euro sobe 0,11% para os 1,0866 dólares.

No entanto, as perspetivas futuras da divisa europeia não são animadoras: por um lado, há a expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) possa descer os juros face a uma desaceleração provocada pelo coronavírus, apesar de o economista-chefe Philip Lane ter afastado esse cenário na sexta-feira; por outro lado, a instabilidade política na Alemanha com a sucessão de Angela Merkel em aberto é uma incerteza que pesa e deverá continuar a pesar no euro.

Petróleo recupera da maior queda em sete semanas
O "ouro negro" está a recuperar da maior queda em quase sete semanas. Ontem, em linha com as bolsas, o petróleo registou fortes quedas dada a preocupação que existe sobre a procura futura (e presente) por combustível. Pela primeira vez numa década, a procura por petróleo vai encolher no primeiro trimestre de 2020.

Além disso, especula-se sobre os desenvolvimentos do lado da oferta numa altura em que ainda não há acordo para aumentar ou prolongar os cortes de produção impostos pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), de acordo com o ministro da Energia da Arábia Saudita. Na próxima semana, a OPEP vai reunir-se.

No entanto, a confiança transmitida pelo ministro saudita de que haverá um esforço conjunto para ultrapassar os desafios atuais está a dar alguma força ao barril. 

O WTI, negociado em Nova Iorque, soma 0,12% para os 51,49 dólares por barril, ao passo que o Brent, que é transacionado em Londres e que serve de referência para as importações portuguesas, valoriza 0,37% para 56,51 dólares por barril.

Ouro acalma após máximos de janeiro de 2013
Após ter atingido máximos de mais de sete anos, o metal precioso está a ceder. Na sessão de hoje, algum apetite por risco regressou com as bolsas a subirem no início de sessão, tendência entretanto invertida. 

Ontem o ouro tinha beneficiado da maior procura por ativos de refúgio. Desde que o coronavírus passou a ser um dos assuntos centrais nos mercados que o metal precioso tinha vindo a subir gradualmente, acumulando um ganho de mais de 7% desde o início do ano. 

Hoje o ouro está a perder 0,38% para os 1.653,06 dólares por onça - após cinco sessões consecutivas em alta -, mas a Bloomberg refere que a queda poderá ser temporária dado que os ETF ("exchange-traded funds") de ouro continuam a ver entrada de investimento para níveis recorde.
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