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Rússia diz que petróleo chegará aos 300 dólares se Ocidente banir importações

Os preços do crude estão em máximos de 2014 e muito perto dos seus recordes de sempre. O Brent superou hoje os 133 dólares por barril.

Riade diz não ter pressa em recuperar o milhão de barris/dia de corte adicional da sua quota de produção.
Karim Sahib/AFP
08 de Março de 2022 às 19:56
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Os países ocidentais poderão ter que lidar com preços do petróleo acima dos 300 dólares por barril e com o potencial encerramento do gasoduto Rússia-Alemanha Nord Stream 1 se os governos concretizarem as ameaças de deixar de importar energia russa, declarou o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, numa mensagem na televisão estatal.

 

Os preços do crude estão em máximos de 2014 e muito perto dos seus recordes de sempre.

 

Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a somar 3,86% para 127,96 dólares por barril, depois de já ter estado a disparar 8,07% – altura em que tocou nos 133,15 dólares.

 

Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, avança 3,64% para 123,75 dólares por barril. Na sessão de hoje já esteve a escalar 8,41% para 129,44 dólares.

 

Recorde-se que o Brent atingiu um máximo histórico de 147,50 dólares a 11 de julho de 2008. Já o recorde de sempre do WTI, estabelecido no mesmo dia, foi de 147,27 dólares.

 

O escalar da ofensiva russa na Ucrânia e as sanções económicas que têm estado a ser impostas a Moscovo têm alimentado a subida dos preços do petróleo, que hoje foi adicionalmente alimentada pelo anúncio dos EUA de proibição das importações de energia russa.

 

Os Estados Unidos anunciaram a proibição, com efeitos a partir de hoje, da importação de produtos petrolíferos e gasíferos provenientes da Rússia. Entretanto, o Reino Unido está a pensar fazer o mesmo, mas só para o petróleo russo, deixando o gás de lado.

 

Perante isto, Novak declarou, citado pela CNN Business, que "a escalada dos preços será imprevisível". "Poderá chegar aos 300 dólares por barril, se não mais", advertiu.

 

Novak sublinhou que a Europa precisará de mais de um ano para substituir o volume de petróleo que recebe da Rússia e que terá de pagar preços substancialmente mais elevados.

 

"Os políticos europeus têm de ser honestos com os seus cidadãos e consumidores relativamente ao que os espera", acrescentou o responsável russo.

Segundo Novak, "é perfeitamente claro que uma rejeição do petróleo russo levará a consequências catastróficas para o mercado mundial".

 

"Se vocês quiserem rejeitar o fornecimento de energia da Rússia, força. Estamos preparados para isso. Sabemos para onde poderemos redirecionar esses volumes", disse ainda.

 

Novak lembrou que a Rússia, que fornece 40% do gás europeu, está a cumprir plenamente as suas obrigações, mas que está no direiro de retaliar contra a União Europeia depois de a Alemanha ter suspendido, no mês passado (aquando da invasão da Ucrânia), a certificação do gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha através do Báltico.

Os preços do crude também estiveram a ser sustentados na sessão de hoje pelos atrasos nas conversações do Irão com os EUA e os seus aliados europeus em torno do acordo nuclear. Recorde-se que, havendo boa resolução, deverá haver um levantamento das sanções às vendas de petróleo iraniano.

 

A contribuir esteve também o facto de a petrolífera Shell ter anunciado que vai suspender as compras à Rússia. A Shell estava a ser bastante criticada por ter comprado crude russo a preço de desconto já depois do início da ofensiva na Ucrânia.



(notícia atualizada às 20:07)

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