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Petróleo em queda apesar de paragem de produção na Líbia

As interrupções no fornecimento de crude na Líbia e os sucessivos ataques no Mar Vermelho fizeram o preço do petróleo oscilar. A tendência é de desvalorização, mas os mercados estão atentos ao risco.

Houthi Military Media/Handout via Reuters
04 de Janeiro de 2024 às 17:29
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A principal região produtora de petróleo tem vivido verdadeiros dias de tensão. Na Líbia, manifestantes provocaram perturbações em mais um campo de produção de petróleo e estão agora encerrados El-Feel e Sahara, com capacidade de fabricar mais de 300 mil barris por dia. Este último campo tem sido alvo frequente de protestos políticos.

 

Também no Mar Vermelho, os militantes Houthis alegaram ter atacado mais um navio mercante durante esta semana, isto depois de o Irão ter afirmado que as explosões que mataram quase 100 pessoas, num "ato terrorista", no centro do país foram para punir a sua posição contra Israel. Tanto os Estados Unidos como Israel dizem não terem qualquer tipo de envolvimento na situação.

 

A instabilidade é acompanhada de perto e com cautela pelos comerciantes de petróleo, após um período de pessimismo sentido no início do ano, que pesou sobre o valor do "ouro negro". As preocupações com a procura de crude estão a ser compensadas com os crescentes riscos geopolíticos.

 

No trimestre anterior, o valor do petróleo caiu 20%, ao mesmo tempo que a produção proveniente de fontes não pertencentes à OPEP+ (incluindo os Estados Unidos) aumentava, com tendência para ultrapassar a procura, como afirmam os analistas do banco Morgan Stanley.

 

"O equilíbrio entre oferta e procura é um pouco mais fraco do que em 2023, mas não fundamentalmente diferente", referem em comunicado. "No futuro próximo, suspeitamos que a OPEP ainda estará disposta a sofrer mais perdas de quota de mercado para apoiar os preços."

 

Depois de um início de ano ligeiramente mais fraco e devido à delicada situação geopolítica, analistas afirmam à Bloomberg que poderá haver um aumento entre três e quatro dólares do preço do barril após o aumento das tensões no Mar Vermelho, que fez mudar as rotas utilizadas pelos petroleiros de forma prolongada.

 

Segundo o Bloomberg, o barril de Brent deverá permanecer entre os 70 e os 90 dólares por causa da elevada capacidade e oferta flexível da OPEP+, mas também devido ao baixo risco de recessão e às compras estratégicas de reservas pela China e pelos Estados Unidos.


Esta quinta-feira, 4 de janeiro, os preços do petróleo têm oscilado e estão agora em queda, revertando a subida registada ontem de 3% após as explosões no Irão.

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* Texto editado por Pedro Curvelo

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