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Petróleo com maior subida semanal em sete anos  

O acordo na OPEP está a ter um forte impacto nas cotações da matéria-prima. Esta sexta-feira corrige de forma ligeira.

Bloomberg
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O petróleo está em queda ligeira na sessão desta sexta-feira, a aliviar de dois dias de fortes ganhos. Ainda assim na bolsa de Londres a matéria-prima está a registar a maior subida semanal em sete anos, reflectido o acordo na OPEP para cortar a produção de petróleo.

O crude em Nova Iorque desce 0,39% para 50,86 dólares e o Brent, que é negociado em Londres, cede 0,74% para 53,54 dólares.

Esta ligeira correcção surge depois de dois dias de fortes ganhos na matéria-prima, depois dos países membros da OPEP e a Rússia terem chegado a acordo para cortar a produção diária em 1,2 milhões de barris.

Trata-se do primeiro corte de produção em oito anos por parte do cartel e foi anunciado numa altura em que muitos investidores já davam como garantido que iria ficar tudo na mesma. Daí que a reacção nos mercados esteja a ser tão expressiva.

O WTI em Nova Iorque avança cerca de 10% na semana, o que representa o ganho mais acentuado em nove meses. No caso do petróleo negociado em Londres, que serve de referência às importações portuguesas, a subida é ainda mais expressiva. Em cinco sessões a matéria-prima avança 13,4%, sendo necessário recuar a Março de 2009 para encontrar um ganho semanal mais expressivo (14%).   

O Brent está agora a negociar no valor mais elevado desde Julho de 2015, tendo superado de forma consolidada a barreira dos 50 dólares.

 

 

 

O acordo da OPEP foi alcançado depois dos preços terem caído cerca de metade do seu valor em dois anos. O cartel aceitou cortar a produção em 1,2 milhões de barris por dia a partir de Janeiro de 2017. A OPEP que pesa um terço da produção mundial é responsável pela produção de 33,8 milhões de barris por dia, que cairá para 32,5 milhões.

A fatia de leão será cortada pela Arábia Saudita, que reduzirá 486 mil barris por dia. Os aliados Emirados Árabes Unidos, Kuweit e Qatar cortarão 300 mil e o Iraque, que insistia numa excepção para produzir mais devido ao cenário de guerra, aceitou um corte de 200 mil barris. O acordo tem ainda a promessa de redução em 4,5% de outros membros, como a Argélia (-50 mil barris), Angola (-80 mil), Equador (-26 mil) e Venezuela (-98 mil).

O corte da OPEP deverá reduzir cerca de 1% da produção global.


O Irão, por seu turno, foi autorizado a subir ligeiramente a produção, face aos níveis de Outubro, o que se traduziu numa vitória de Teerão que reclamava precisamente a possibilidade de aumentar os débitos sob o argumento de que está numa fase de reconquista de mercados depois do fim das sanções que aconteceu em Janeiro.

Além da redução na produção destes membros, houve ainda um acordo com a Rússia, que não é membro da OPEP, para também este país reduzir a produção. Algo que não acontecia há 15 anos.

Alexander Novak, ministro da Energia da Rússia, já assumiu esse corte, no primeiro semestre de 2017, dizendo que a Rússia irá reduzir em até 300 mil barris por dia.  A produção russa atingiu um novo recorde no pós-União Soviética em Outubro, com um crescimento de 1% face a Setembro, atingindo os 11,2 milhões de barris/dia.

Novak, citado pela Reuters, instou países produtores mas que estão fora do bloco da OPEP a juntarem-se aos esforços de redução, nomeadamente países como o Azerbaijão, Cazaquistão, México, Omã, Bahrain. Dos outros países não-OPEP é esperado um corte de 300 mil barris por dia, adicionais à redução russa.

 

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