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OPEP+ deve manter em maio atual nível de corte da oferta

Os stocks de petróleo diminuíram significativamente nos primeiros dois meses do ano, mas os novos confinamentos estão a desacelerar o recurso aos inventários, tendo a OPEP+ já revisto em baixa o crescimento da procura estimado para este ano.

Há um conjunto de razões que estão a levar várias matérias-primas a valoriza    ções. O petróleo é um exemplo.
Jason Lee/Reuters
01 de Abril de 2021 às 09:30
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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (o chamado grupo OPEP+) reúnem-se esta quinta-feira para debater as quotas de produção para maio, esperando-se que mantenham o esforço de redução da oferta com o intuito de sustentar os preços.

 

Com as cotações a subirem no início deste ano, a OPEP+ estava a contar poder começar a reduzir de forma mais visível o seu esforço de retirada de crude do mercado, mas, com os novos confinamentos na Europa, isso não deve estar para breve. As cotações do Brent, que chegaram a atingir os 71 dólares em inícios de março, o valor mais alto desde o início da pandemia, rondam agora os 63 dólares.

 

Além do menor consumo decorrente dos confinamentos, outro motivo para cautela é o aumento das exportações iranianas, que também tem pesado nos preços. Teerão conseguiu aumentar as suas vendas para fora nos últimos meses, apesar das sanções de que é alvo por parte dos EUA.

 

Recorde-se que há três membros da OPEP isentos do esforço de corte da produção devido aos apuros com que as suas economias se deparam. São eles o Irão, a Líbia e a Venezuela.

 

No início do ano, a oferta de petróleo da OPEP+ aumentou em 500.000 barris por dia. Entretanto, na reunião de janeiro – os encontros para avaliação das quotas de produção passaram a ser mensais – foi acordado um ligeiro aumento da produção em fevereiro e março, a ser feito pela Rússia e pelo Cazaquistão. Ficou definido que entrariam em fevereiro mais 75.000 barris por dia no mercado, 10.000 à conta do Casaquistão e os restantes por parte da Rússia. No caso daqueles dois países foi também acertada nessa altura a quota de março, com um aumento na mesma proporção.


O cartel anunciou então que o volume de petróleo que iria retirar voluntariamente do mercado passaria dos 7,2 milhões de barris diários em janeiro para 7,125 milhões de barris por dia em fevereiro e depois para 7,05 milhões de barris por dia em março. Mas a Arábia Saudita mais do que compensou o crude adicional no mercado com um corte unilateral extra de um milhão de barris por dia, ajudando assim a encaixar a maior entrada de ouro negro proveniente do Casaquistão e da Rússia.

 

Ontem, a OPEP+ reviu em baixa de 300.000 barris por dia as previsões para o crescimento da procura este ano. As estimativas apontam agora para um aumento da procura na ordem dos 5,6 milhões de barris diários. "Atendendo a este panorama pessismista, o mais provável é que as quotas da OPEP+ se mantenham como estão durante mais um mês", comentou à Reuters um analista do Commerzbank, Eugen Weinberg.

 

Recorde-se que foi em dezembro de 2016 que foi assinada a "declaração de cooperação" entre a OPEP e outros grandes produtores não membros do cartel para uma retirada concertada de crude do mercado a partir de janeiro de 2017 de modo a fazer subir os preços, cooperação que se mantém até hoje.

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