Notícia
Putin muda regras de pagamento do gás russo para contornar sanções dos EUA
Em novembro, Washington anunciou restrições a cerca de cinquenta bancos russos, incluindo o Gazprombank, o braço financeiro do gigante do gás Gazprom, com o objetivo de limitar as receitas orçamentais russas provenientes da venda de hidrocarbonetos.
05 de Dezembro de 2024 às 22:15
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou esta quinta-feira um decreto que permite aos clientes estrangeiros que compram gás pagarem através de outros bancos além do Gazprombank, o único autorizado nesta matéria desde 2022, mas atualmente alvo de sanções dos EUA.
A 21 de novembro, Washington anunciou restrições a cerca de cinquenta bancos russos, incluindo o Gazprombank, o braço financeiro do gigante do gás Gazprom, com o objetivo de limitar as receitas orçamentais russas provenientes da venda de hidrocarbonetos.
Na prática, estas novas sanções, anunciadas apenas algumas semanas antes do final do mandato de Joe Biden, impedem o Gazprombank de processar quaisquer novas transações financeiras ligadas a contratos de energia estrangeiros que envolvam o sistema financeiro norte-americano.
Em abril de 2022, Vladimir Putin assinou um decreto que obrigava os compradores estrangeiros de gás russo a abrir uma conta no Gazprombank e a pagar em rublos, como forma de reforçar a moeda nacional face às pesadas sanções ocidentais.
Esta quinta-feira, o dirigente russo flexibilizou esta regra em resposta às últimas sanções, embora não tenha ficado imediatamente claro a que outros bancos (não sancionados) seriam efetuados os pagamentos.
O anúncio do Tesouro dos EUA levou a um enfraquecimento do rublo, que já era muito volátil há três anos e está agora no seu ponto mais fraco em relação ao dólar e ao euro desde março de 2022.
O Banco Central da Rússia (BCR) fixou a sua taxa de câmbio para sexta-feira em 103,4 rublos por dólar e 109,8 rublos por euro.
Na prática, uma moeda mais fraca significa que as exportações da Rússia são mais baratas nos mercados mundiais, mas também significa que os russos têm de gastar mais para importar bens do estrangeiro, o que suscita o receio de alimentar a inflação, que já atinge um nível elevado de 8,5%.
O ministro das Finanças russo, Anton Silouanov, tentou dar um tom tranquilizador, apesar do contexto delicado.
"A situação está a estabilizar-se, os agentes económicos na Rússia que negoceiam com o estrangeiro estão a encontrar formas de regularizar as suas contas", declarou, citado pela agência noticiosa Tass, garantindo que "dentro de uma ou duas semanas, ou mais, tudo voltará ao normal".
A Hungria, liderada pelo primeiro-ministro Viktor Orban, o mais próximo aliado do Kremlin no seio da UE, tinha dito na quarta-feira que tinha pedido a Washington para conceder ao Gazprombank uma "isenção" para pagamentos estrangeiros relacionados com a compra de gás natural russo.
A Hungria continua dependente de Moscovo, importando cerca de dois terços do seu gás da Rússia, mas muitos outros países europeus tomaram a decisão, desde fevereiro de 2022, de encontrar outros fornecedores de energia, em represália pelo ataque de Moscovo à Ucrânia.
A 21 de novembro, Washington anunciou restrições a cerca de cinquenta bancos russos, incluindo o Gazprombank, o braço financeiro do gigante do gás Gazprom, com o objetivo de limitar as receitas orçamentais russas provenientes da venda de hidrocarbonetos.
Em abril de 2022, Vladimir Putin assinou um decreto que obrigava os compradores estrangeiros de gás russo a abrir uma conta no Gazprombank e a pagar em rublos, como forma de reforçar a moeda nacional face às pesadas sanções ocidentais.
Esta quinta-feira, o dirigente russo flexibilizou esta regra em resposta às últimas sanções, embora não tenha ficado imediatamente claro a que outros bancos (não sancionados) seriam efetuados os pagamentos.
O anúncio do Tesouro dos EUA levou a um enfraquecimento do rublo, que já era muito volátil há três anos e está agora no seu ponto mais fraco em relação ao dólar e ao euro desde março de 2022.
O Banco Central da Rússia (BCR) fixou a sua taxa de câmbio para sexta-feira em 103,4 rublos por dólar e 109,8 rublos por euro.
Na prática, uma moeda mais fraca significa que as exportações da Rússia são mais baratas nos mercados mundiais, mas também significa que os russos têm de gastar mais para importar bens do estrangeiro, o que suscita o receio de alimentar a inflação, que já atinge um nível elevado de 8,5%.
O ministro das Finanças russo, Anton Silouanov, tentou dar um tom tranquilizador, apesar do contexto delicado.
"A situação está a estabilizar-se, os agentes económicos na Rússia que negoceiam com o estrangeiro estão a encontrar formas de regularizar as suas contas", declarou, citado pela agência noticiosa Tass, garantindo que "dentro de uma ou duas semanas, ou mais, tudo voltará ao normal".
A Hungria, liderada pelo primeiro-ministro Viktor Orban, o mais próximo aliado do Kremlin no seio da UE, tinha dito na quarta-feira que tinha pedido a Washington para conceder ao Gazprombank uma "isenção" para pagamentos estrangeiros relacionados com a compra de gás natural russo.
A Hungria continua dependente de Moscovo, importando cerca de dois terços do seu gás da Rússia, mas muitos outros países europeus tomaram a decisão, desde fevereiro de 2022, de encontrar outros fornecedores de energia, em represália pelo ataque de Moscovo à Ucrânia.