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Ouro brilha como nunca. Atinge novo recorde e aproxima-se dos 3 mil dólares por onça
Com a guerra comercial entre os EUA e os seus parceiros, em particular a UE, cada vez mais quente, o ouro está a beneficiar da sua posição como um ativo-refúgio.
O clima de incerteza que se tem vivido nos mercados internacionais está a ser o catalisador que o ouro tem vindo a procurar para quebrar o intervalo limitado em que tem negociado nas últimas sessões. Esta quinta-feira, o metal precioso alcançou um novo máximo histórico, numa altura em que a guerra comercial entre os EUA e os seus parceiros, em particular a União Europeia (UE), continua a agravar-se e os investidores apostam cada vez mais em ativos seguros.
O ouro chegou a crescer 1,55% esta quinta-feira para um novo valor recorde de 2.980,13 dólares por onça, depois de ter andado várias semanas à deriva. Só este ano, o metal amarelo já conseguiu avançar mais de 12% e está a menos de 20 dólares de ultrapassar a barreira psicológica dos 3 mil dólares por onça.
A introdução de tarifas e taxas alfandegárias retaliatórias entre os EUA e os seus parceiros comerciais tem sido um dos principais impulsionadores do ouro. Esta quinta-feira, Donald Trump deu mais um passo em frente e decidiu anunciar tarifas de 200% às importações de bebidas alcoólicas oriundas da UE, caso Bruxelas não remova de forma imediata as mais recentes tarifas recíprocas.
O Presidente dos EUA refere-se às taxas alfandegárias no valor de 26 mil milhões de euros que o bloco de países europeus introduziu, por sua vez, em resposta às tarifas norte-americanas de 25% sobre o aço e o alumínio. Com a guerra comercial cada vez mais quente, o prémio de risco sobre o ouro tem vindo a crescer.
O metal precioso deve ultrapassar a barreira dos três mil dólares nos próximos tempos – falta só saber quando é que vai acontecer. Analistas da Allegiance Gold veem mesmo o ouro a chegar aos 3.200 dólares por onça este ano, continuando a beneficiar do clima de incerteza geopolítica e ainda do fantasma da recessão económica nos EUA. Esta quinta-feira, o secretário do Comércio norte-americano Howard Lutnick admitiu que um retrocesso na economia do país "valeria a pena" só para ver as políticas de Trump em ação.