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EUA ponderam boicote total ao alumínio russo. Preços disparam

O Mercado Londrino de Metais também está a pensar impedir o armazenamento de metais russos em toda a sua rede mundial, o que sustenta igualmente os preços e deixa as empresas muito apreensivas.

Reuters
12 de Outubro de 2022 às 19:40
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A Administração de Joe Biden está a ponderar aplicar um boicote total ao alumínio russo, em resposta à escalada militar da Rússia na Ucrânia, avançou a Bloomberg.

 

Segundo a agência, que cita fontes próximas desta tomada de decisão, a Casa Branca está a pensar numa proibição total, elevando as tarifas alfandegárias para níveis tão punitivos que acabarão por se traduzir num boicote efetivo – ou então sancionando diretamente a Rusal International PJSC, a empresa russa que produz este metal industrial.

 

Os ataques comandados pelo Kremlin, com recurso a mais de 100 mísseis, mataram pelo menos 26 pessoas na Ucrânia desde segunda-feira – dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou aquilo a que chamou de ataques retaliatórios contra a Ucrânia depois de Kiev ter feito explodir uma ponte na Crimeia.

 

Com o anúncio da possibilidade deste boicote norte-americano, os preços do metal de base dispararam, tendo encerrado a somar 4,14% para 2.328,5 dólares por tonelada no mercado londrino, depois de terem chegado a escalar mais de 5% – e reduzindo assim a queda anual para 24,1%.

 

Recorde-se que as cotações do alumínio caíram quase 50% face ao recorde atingido em março (nos 4.100 dólares), logo a seguir à invasão da Ucrânia pela Rússia. Desde então, os receios de uma recessão económica global e um abrandamento da atividade industrial têm penalizado os metais de base.

 

As empresas do setor do alumínio – como a Alcoa, nos EUA – têm advertido os investidores para o facto de os altos custos da energia e das matérias-primas, aliados à queda dos preços do metal, estarem a pressionar as suas margens.

 

O efeito LME

 

A impedir maiores quedas do metal nos últimos dias esteve também o facto de o Mercado Londrino de Metais (LME) ter dito que está a avaliar um eventual boicote ao fornecimento de metais industriais provenientes da Rússia – o que, a acontecer, levaria a novas disrupções na oferta.

 

Uma possível proibição de metais russos no LME seria um acontecimento sísmico para esta indústria, retirando do maior mercado mundial algumas das maiores empresas mundiais do setor, refere a Bloomberg.

 

O LME tem ainda de tomar uma decisão, mas na passada quinta-feira, 6 de outubro, lançou um processo formal de debate, com a duração de três semanas, quanto à possibilidade de banir os metais russos – potencialmente a partir do próximo mês.

 

Na prática, esse boicote significaria que os metais provenientes da Rússia – país que é responsável por cerca de 9% da produção global de níquel, 5% da de alumínio e 4% da de cobre – deixariam de poder ser enviados para os armazéns da rede LME em todo o mundo (que guarda os metais que são entregues fisicamente quando os contratos de futuros expiram).

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