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Pergunta de um milhão de euros: Vão as eleições no Sul da Europa agitar os mercados?

O Verão ficou marcado pela crise chinesa, mas a chegada do Outono não deixará de ser quente nos mercados. A sucessão de actos eleitorais nos países do Sul da Europa promete manter a tensão, mas será suficiente para agitar os investidores? Nuno Serafim, administrador do Millennium Gestão de Activos, responde e explica todos os porquês.

07 de Setembro de 2015 às 11:09
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"A incerteza subjacente aos processos eleitorais tem normalmente, para os mercados e investidores, dois vectores principais: governabilidade, numa primeira linha, e alterações do 'establishment' político/económico, numa segunda", diz Nuno Serafim. Mas, acredita o administrador do Millennium Gestão de Activos, "os mercados continuarão muito mais dependentes da maior ou menor materialização da desaceleração económica chinesa e do seu impacto nas economias ocidentais, do que de factores políticos resultantes das eleições que se avizinham".

"Senão vejamos: a Grécia encaminha-se para o seu segundo acto eleitoral em 2015, já no próximo dia 20 de Setembro, descontando o referendo a 5 de Julho e a eleição parlamentar do presidente Prokopis Pavlopoulos, no dia 18 de Fevereiro", diz. "Com este histórico é mais ou menos consensual admitir que o evento de eleições na Grécia é algo que se tornou recorrente", remata. "E algo recorrente é algo que os mercados tendem obviamente a descontar".

Depois seguir-se-á o "processo eleitoral em Portugal, dia 4 de Outubro, que apesar da distância marginal entre as duas forças políticas que lideram as intenções de voto e a incerteza subjacente do resultado final, não implicam nem alterações do 'establishment' nem grandes desafios de governabilidade, apesar da verborreia normal em campanha eleitoral". Assim sendo, explica Nuno Serafim, "não é expectável que os resultados das eleições em Portugal tenham qualquer impacto estrutural nem nos mercados de acções nem nos 'spreads' de dívida".

Mas e Espanha? "Pela sua dimensão económica e relevância sistémica deverá ser olhada sempre com outra preocupação pelos investidores", diz. "A fragmentação do eleitorado pelas forças políticas tradicionais são factores adicionais de interesse ou incerteza. Mesmo assim, a notável recuperação da economia espanhola (cresceu 3,1% no segundo trimestre) permite ao partido do poder manter-se na liderança das sondagens". Neste sentido, não se esperando situações de ruptura, "é provável que decorra alguma volatilidade de carácter mais persistente do processo eleitoral em Espanha, mas nada realmente estrutural deverá ocorrer", conclui.

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