Notícia
Richard Branson: o homem que jurou nunca mais depender da banca
A sua carreira começou aos 16 anos, quando desistiu dos estudos para criar uma revista, a Student. Um professor seu disse-lhe que ou acabaria na prisão ou seria muito rico. Acertou na segunda. Aos 23 anos já era milionário.
Nome Richard Branson
Profissão Empreendedor
Idade 66
Como fez fortuna Conseguiu criar um império que conta actualmente com 400 marcas (desde hotéis a seguradoras, passando por uma agência de modelos, pelos media, cosmética, vestuário, serviços financeiros, viagens, etc.), em mais de 30 países, todas sob a égide do Grupo Virgin.
5,0 mil milhões de dólares
Filho de um jurista e de uma hospedeira de bordo, Richard Charles Nicholas Branson nasceu a 18 de Julho de 1950, em Inglaterra. Disléxico, sem grande vontade de prosseguir os estudos, largou o liceu aos 16 anos e lançou uma revista para o meio estudantil, a Student, que desejava tornar uma voz para os jovens activistas.
Quando saiu o primeiro número, em 1968, conta a Entrepreneur que o reitor da Stowe, a escola secundária que Branson tinha frequentado, lhe enviou a seguinte nota: "Parabéns, Branson. Prevejo que acabarás na prisão ou serás milionário". Ambos os vaticínios estavam correctos, se bem que a passagem pela prisão tenha sido breve: a fuga ao fisco, quando vendia discos a preços de desconto, valeu-lhe a detenção, mas prometeu devolver todo o IVA em falta no prazo de três anos, o que aconteceu. A segunda previsão foi a mais exacta: aos 23 anos tornou-se milionário, é hoje um dos britânicos mais ricos e ocupa a 286ª posição da lista da Forbes dos 400 mais ricos do mundo.
O primeiro número da revista foi distribuído gratuitamente, através da angariação de publicidade. No entanto, acabou por nunca render dinheiro e Branson teve a ideia de vender discos por correio a preços de desconto. Se bem o pensou, melhor o fez. Publicitou a ideia na Student e rapidamente transformou este negócio numa actividade lucrativa. Alugou uma loja vazia, num andar por cima de uma sapataria, colocou algumas prateleiras, recrutou a equipa da Student como seus colaboradores e abriu uma loja de discos com desconto.
Em 1973 criou a Virgin Records – e a ideia do nome surgiu do facto de todos os envolvidos serem completamente "virgens" naquele território empresarial. O grande salto desta empresa deu-se quando lançou o amigo e antigo colega de escola Mike Oldfield, cujo tema ‘Tubular Bells’ foi um sucesso de vendas.
Entretanto, em 1984 lançou-se na aventura da aviação, com a fundação da Virgin Atlantic Airways. E a forma como aconteceu foi peculiar, conta o site de biografias IMD. Branson tinha bilhete para um voo que foi cancelado. Assim que soube do cancelamento, conseguiu garantir um fretar um avião e convidou os passageiros do voo cancelado para viajarem com ele, gratuitamente. Em jeito de brincadeira, deixou uma nota escrita à mão, à entrada do avião, onde se lia "Virgin Atlantic Airways – 1º Voo". E resultou, pois alguns dos passageiros desse voo tornaram-se investidores da companhia aérea.
No entanto, esta nova transportadora aérea sofreu muitas pressões e em 1991 foi alvo de uma campanha secreta, por parte da British Airways, para retirar Branson desta área de negócio. Um ano depois, a situação da Virgin Atlantic Airways era tão delicada que os banqueiros credores de Branson o obrigaram a vender a Virgin Records à Thorn-EMI para conseguir dinheiro para manter a companhia aérea no ar. Com perto de um milhão de dólares obtidos com a venda da sua marca de discos, Branson conseguiu salvar o empreendimento da aviação. Conta-se que chorou, rua fora, depois de ter assinado o contrato de venda. E que jurou nunca mais ficar à mercê da banca.
A partir daí, conseguiu criar um império que conta actualmente com 400 marcas (desde hotéis a seguradoras, passando por uma agência de modelos, pelos media, cosmética, vestuário, serviços financeiros, viagens, etc.), em mais de 30 países, todas sob a égide do Grupo Virgin – nome que conseguiu preservar na sua esfera de actuação.
Entre os marcos mais significativos está o lançamento da Virgin Oceanic em 2011, com o intuito de fazer viagens exploratórias às desconhecidas profundezas do mar, bem como a Virgin Galactic – que quer meter o pé no turismo espacial através do fabrico de aeronaves. E já registou o nome comercial Virgin Interplanetary para o caso de as viagens ao espaço se tornarem comercialmente viáveis.
A barba é a sua imagem de marca, é adepto do clube Oxford United e em 2000 foi ordenado cavaleiro, pelo Príncipe de Gales, em honra pelo seu empreendedorismo. Diz que o divertimento é um elemento importante da sua abordagem da vida e dos negócios e é fã da série televisiva Thunderbirds.
Em jovem gostava muito de ver partidas de futebol e críquete. Hoje, além de se ter já aventurado a bater vários recordes do mundo – feito que conseguiu, nomeadamente em 1987, ao tornar-se o primeiro homem a atravessar o Atlântico num balão de ar quente, tendo repetido a façanha em 1991 mas sobre o Pacífico - gosta também muito de kitesurfing para espairecer e em 2012, com 61 anos, tornou-se o homem mais velho a atravessar o British Channel nesta modalidade.
Richard Branson
Participou já em vários filmes – como ‘Volta ao Mundo em 80 dias’ e ‘Casino Royale’ – e séries, entre as quais ‘Friends’. E escreveu uma autobiografia intitulada ‘Losing my virginity’, que se tornou um best-seller.
Também não resiste a uma boa aposta. O que já o fez vestir-se de ‘drag queen’ num voo entre Pert (Austrália) e Kuala Lumpur (Malásia), depois de falhar sobre quem ganharia uma corrida de Fórmula 1. Os carros são uma das suas paixões. E todos os anos recebe, gratuitamente, um Range Rover, como forma de agradecimento da empresa por falar publicamente sobre o facto de ter sobrevivido a um acidente de viação num carro destes.
A nível empresarial, foge aos habituais pradrões: não realiza reuniões do conselho de administração, não sabe mexer num computador, guarda as suas anotações num diário e escreve na mão as ideias que lhe vão chegando, diz a Entrepreneur. Também não tem uma sede centralizada – prefere trabalhar na sua casa de Londres.
É um filantropo assumido e veemente defensor da luta contra o aquecimento global, tendo também co-fundado – com Nelson Mandela e Peter Gabriel – o grupo de defesa dos direitos humanos The Elders em Julho de 2007.