Nuno Amado | O BCP deverá ter registado o quarto trimestre consecutivo de prejuízos. Margem financeira e crédito malparado pressionam contas do banco.

BCP, BES e EDP estão entre as empresas do PSI-20 que esta semana prestam contas ao mercado acerca do primeiro trimestre. Os resultados vão concentrar as atenções dos investidores da bolsa de Lisboa, numa semana em que no resto da Europa estarão em foco as declarações de vários líderes europeus sobre o futuro para a união monetária. A semana termina com um encontro dos ministros das Finanças e responsáveis dos bancos centrais do G7, na capital londrina.

O BCP deverá confirmar esta segunda-feira que fechou o primeiro trimestre com prejuízos. Será o quarto trimestre consecutivo de resultados negativos para o banco liderado por Nuno Amado, e a maioria dos analistas antevê um prejuízo em redor de 150 milhões de euros, com a margem financeira sob pressão e um aumento das provisões contra crédito malparado.

A margem financeira e as provisões devem também penalizar os resultados trimestrais do BES, que são divulgados terça-feira. No entanto, segundo o CaixaBI, o BES conseguirá terminar o trimestre com um resultado líquido positivo, de 4,3 milhões de euros. A confirmar-se, será uma redução de mais de 60% nos lucros do banco, em comparação com o primeiro trimestre de 2012.

Depois dos bancos, a época de resultados prossegue na quarta-feira, com os números da EDP Renováveis, Impresa e Altri. Quinta-feira será, contudo, o dia mais preenchido da semana, com as contas trimestrais da EDP, Novabase, Zon Multimédia, Sonae e Sonae Indústria. A EDP tem também agendada para esta semana a assembleia geral de accionistas, esta tarde.

Numa semana em que não se esperam dados económicos relevantes para o resto da Europa, o enfoque nesse plano vai para o índice de gestores de compras (PMI) para o sector dos Serviços na Zona Euro, esta segunda-feira, e para o índice de clima económico na Zona Euro elaborado pelo instituto alemão IFO.

Acompanhadas de perto esta segunda-feira serão as declarações de Mario Draghi numa Universidade da capital italiana e do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, que irá discursar sobre integração europeia e estabilidade nos mercados. Nota também para a presença de Jeroen Dijsselbloem, o presidente do Eurogrupo, no Parlamento Europeu e, também amanhã, para a conferência da Comissão Europeia subordinada ao tema "Mapa para uma união monetária profunda e genuína".

As intervenções dos líderes europeus poderão ditar o tom dos mercados de dívida pública na Zona Euro. Isto numa altura em que as taxas de juro das obrigações do Tesouro português renovam mínimos de dois anos e meio e se aproximam de níveis que poderão tentar o IGCP a fazer uma emissão de dívida a 10 anos. A taxa nesse prazo caiu para 5,50% na sexta-feira.