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Invista no par da China e Japão

A economia da China, que ultrapassou a do Japão em 2010, continua a crescer a um ritmo impressionante. É uma oportunidade de investimento para os investidores ocidentais e, especialmente, para as firmas japonesas.

09 de Março de 2011 às 11:19
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A ordem económica mundial está a mudar muito depressa. No início de 2010, ficou a saber-se que a China ultrapassou a Alemanha na lista dos maiores exportadores mundiais. No ano passado, a economia chinesa vendeu 1.125 mil milhões de euros de bens e serviços ao estrangeiro, segundo as estimativas da Central Intelligence Agency. Mais recentemente, confirmou-se o que já se esperava há algum tempo: o produto interno bruto da China ultrapassou o do Japão em 2010.

Os números oficiais do governo de Hu Jiantao, o presidente da República Popular da China, contabilizam um produto de 4,5 biliões de euros em 2010, ficando, por isso, no segundo lugar das maiores economias a seguir aos Estados Unidos da América. Esse segundo lugar perdurará por muito anos. A PricewaterhouseCoopers estima que só em 2032 é que a China baterá os EUA. Em 2050, o PIB da China será 35% maior do que o dos EUA e 575% maior do que o do Japão, calculam os consultores.

Japão continua ser chave
A velocidade de crescimento da China está a criar pressões inflacionistas que o governo local quer controlar. No início de Fevereiro, a autoridade monetária chinesa elevou pela terceira vez as taxas de juro de referência e os analistas acreditam que as subidas não se ficarão por aqui. Um conjunto de economistas auscultados pela agência Bloomberg estima uma taxa de inflação superior a 5% em Janeiro passado.

No Japão, vive-se exactamente o oposto: os últimos dados do PIB mostraram uma contracção real do PIB. O governo do país procura estimular o crescimento, embora se verifiquem sinais de dificuldade. A PricewaterhouseCoopers estima uma taxa de crescimento anual de 1% até 2050. Porém, no Japão há oportunidades para os investidores de todo o mundo que procuram uma população rica (o PIB per capita japonês é equivalente a dez vezes o chinês). É o caso, por exemplo, da Apple: os indicadores iniciais de vendas do iPad, um computador táctil de pequenas dimensões, salientam a boa recepção no país asiático.

Aposte sem sair do lugar
Ainda que se encontrem muitas firmas chinesas nas bolsas norte-americanas e que a oferta nacional de fundos de acções chinesas seja vasta, os investidores não precisam de abandonar as suas aplicações actuais para beneficiarem da evolução dessas economias. "O rápido crescimento dos mercados de consumo nas principais economias emergentes associado a uma classe média em expansão fornecerá um grande número de oportunidades às empresas ocidentais que se estabelecerem nesses mercados", explica John Hawksworth, o director da PricewaterhouseCoopers responsável pelo relatório sobre a economia global em 2050. Além de ser o maior exportador, a China é o segundo maior importador de bens, segundo a Organização Mundial de Comércio.

Muitas firmas ocidentais já se posicionaram para liderarem no mercado chinês, como é o caso da norte-americana Wal-Mart Stores e da francesa Carrefour no retalho, da Yum! Brands e da McDonald's nos restaurantes e da Volkswagen que lidera no segmento automóvel. No entanto, os principais beneficiados da explosão económica chinesa poderão não estar no Ocidente: as empresas do Japão são as principais fornecedoras externas da China.







Dois mercados a não ignorar

Tóquio está a perder relevo no panorama internacional, mas Xangai posiciona-se agora entre as maiores bolsas mundiais

Os investidores que procuram diversificar as suas carteiras globalmente não podem passar ao lado das praças financeiras da China e do Japão. Embora o Japão esteja a perder importância no contexto dos mercados de acções, a bolsa de Tóquio continua a ser a terceira mais valiosa do mundo, apenas atrás da bolsa de Nova Iorque e do grupo Nasdaq OMX. Nos últimos cinco anos, as acções cotadas em Tóquio deixaram de representar um décimo de todas as companhias cotadas no mundo para representarem 6,71% da capitalização bolsista mundial, segundo a Federação Mundial de Bolsas.

Nesses cinco anos, as praças de Xangai e de Hong Kong saíram do quase anonimato (representavam cerca de 3% do valor bolsista global) para se colocarem na sexta e sétima posição, absorvendo quase 10% do mercado mundial.

A vasta oferta das bolsas chinesas e nipónicas, que se traduz no elevado número de títulos listados, é uma das razões para os investidores já não tirarem os olhos dessas praças. Tóquio tem quase tantas empresas listadas como Nova Iorque. Qualquer uma das bolsas de Hong-Kong, Osaca e Shenzhen (uma zona económica especial alguns quilómetros a norte de Hong-Kong) tem mais companhias que as quatro praças europeias da Euronext.

Embora poucos intermediários financeiros europeus forneçam acesso directo às bolsas asiáticas, os investidores conseguem negociar mais de 140 títulos de companhias chinesas e japonesas através das praças norte- -americanas. A oferta é muita, a começar pela PetroChina, que vale 185 mil milhões de euros, o triplo do valor de mercado de todas as sociedades cotadas na Euronext lisboeta.






Gestores de fundos conseguem extrair mais rendimento da bolsa

Ainda que os índices de acções de Tóquio e de Xangai estejam em dificuldade para granjear ganhos para os investidores, muitos fundos de investimento conseguem ganhos de dois dígitos.

Numa altura em que as acções de todo o mundo acumularam ganhos médios de 20% ao longo dos últimos 12 meses, o desempenho das bolsas chinesas e nipónicas não surpreende. O índice Nikkei 225, que serve de referência à praça de Tóquio, avançou 6%, enquanto o índice compósito de Xangai perdeu quase 5%. Mesmo assim, muitos gestores de fundos especializados nestas regiões conseguiram arrancar ganhos na ordem dos 20%.

É o caso de Gigi Chan, a gestora da britânica Threadneedle, que conseguiu levar o fundo de acções chinesas que está à sua guarda a render 22,88% no último ano. Tal como muitos outros fundos da classe, o Threadneedle Greater China Equities não investe apenas em títulos da China Continental. Aliás, Gigi Chan coloca perto de 60% dos activos do produto em sociedades de Hong-Kong e de Taiwan, em especial na Taiwan Semiconductor Manufacturing, o maior fabricante independente de semicondutores, e na BOC Hong Kong, a sociedade que controla a subsidiária de Hong-Kong do Bank of China. Desde que foi lançado em Fevereiro de 2003, o fundo rendeu 180%.

Os gestores dos fundos de acções japonesas dificilmente conseguem evitar uma quebra do mercado accionista nipónico, porque a economia local é muito coesa e dependente dos sectores financeiro e industrial. Mesmo confiando a maior parte do dinheiro a esses negócios, o gestor do Fidelity Japan Advantage, Ronald Slattery, garantiu o primeiro lugar no pódio. O fundo rendeu 27,10% nos últimos 12 meses concentrando-se em empresas de grande dimensão, com especial destaque para o Mitsubishi UFJ Financial, o Sumitomo Mitsui Financial, a Toyota Motor e a Honda Motor.




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