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"Instabilidade política e económica" leva investidores a queixarem-se mais à CMVM

Os fundos de investimento, ao contrário do sucedido nos semestres anteriores, foram o produto de investimento mais reclamado, representando 40% do total de reclamações.

O regulador do mercado de capitais português esclareceu que podem ser admitidas à negociação na bolsa de Lisboa as chamadas SPAC.
Alexandre Azevedo
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O número de reclamações recebidas na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) no primeiro semestre de 2022 aumentou 7% face ao mesmo período do ano passado. Segundo o supervisor, a subida está relacionada com o trimestre negativo que se viveu nas bolsas.

"Para este crescimento pode ter contribuído, em grande medida, o clima de incerteza e as descidas de preço em várias classes de ativos, fenómenos resultantes do crescimento da instabilidade política e económica a nível mundial, sobretudo a partir do início do conflito na Ucrânia, e que provocaram desvalorizações em instrumentos financeiros detidos pelos investidores", refere a CMVM em comunicado.

Em cerca de um terço das reclamações concluídas as entidades reclamadas atenderam a pretensão do investidor (31%), mas em 61% dos processos a CMVM concluiu que o reclamante não tinha razão. "Nestas situações a CMVM prestou informação aos investidores sobre as regras aplicáveis aos casos objeto de reclamação", diz o supervisor.

Em todos os casos em que a CMVM considerou que assistia razão ao investidor, a entidade reclamada satisfez a pretensão do reclamante, tal como acontecia em 2021.

Investidores não entendem que podem perder dinheiro com fundos
Os fundos de investimento, ao contrário do sucedido nos semestres anteriores, foram o produto de investimento que mais foi alvo de reclamações, representando 40% do total, o que corresponde a um crescimento de 17 pontos percentuais em relação ao período homólogo.

"Este aumento de reclamações aparenta estar associado à evolução dos mercados acionista e obrigacionista no primeiro semestre do ano, aos quais os fundos de investimento estão expostos. Em sentido inverso, o peso das reclamações associadas a ações registou uma queda de 11 pontos percentuais (33% vs 44% no período homólogo)", explica a CMVM.

A qualidade da informação prestada foi de longe o assunto mais reclamado (39% vs 22% no período homólogo). Este facto está em grande parte relacionado com o investimento em fundos de investimento e um menor conhecimento dos investidores sobre a possibilidade de perda de capital neste tipo de produto, uma vez que a grande maioria dos fundos de investimento têm risco de capital e estão sujeitos às flutuações dos ativos que compõem a sua carteira.

"Na verdade, apesar da análise das reclamações se concluir em geral que a informação de produto é disponibilizada aos investidores e os mesmos confirmarem que conhecem as características dos fundos de investimento em que vão investir, nas reclamações é alegado desconhecimento quanto à possibilidade de perda de valor neste investimento apontando para a necessidade de reforço da literacia financeira sobre fundos de investimento", acrescenta a CMVM.
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