Notícia
Ibersol - Abrandamento e escalada das “commodities” ameaçam expansão
As matérias-primas têm estado no centro da actualidade e não pelas melhores razões. Os preços não param de subir e haverá, com certeza, empresas a ver os seus resultados penalizados. Uma destas companhias é a Ibersol, cujo negócio na área da restauração s
As matérias-primas têm estado no centro da actualidade e não pelas melhores razões. Os preços não param de subir e haverá, com certeza, empresas a ver os seus resultados penalizados. Uma destas companhias é a Ibersol, cujo negócio na área da restauração sente o impacto destes aumentos. Por outro lado, a manter-se o abrandamento económico a sua actividade será também afectada.
Ao resumir a sua actividade à restauração, a Ibersol aumenta a sua exposição ao ciclo económico e às subidas nos preços das “commodities” relacionadas com a alimentação. E a actual conjuntura pode penalizar a expansão da empresa e reduzir a margem EBITDA. Segundo as estimativas do Caixa BI, nos próximos quatro anos, esta irá situar-se nos 15,5% e irá descer até 15% daí em diante.
No entanto, nem tudo são preocupações para a companhia liderada por António Leal Teixeira e Pinto de Sousa. A empresa opera em Portugal e Espanha marcas fortes e populares, demonstrando uma grande facilidade em gerir um grande número de cadeias.
“As possibilidades de expansão são uma importante fonte de criação de valor e acreditamos que estas poderiam ser alcançadas com uma estratégia mais agressiva”, refere o analista Sérgio Gaspar, numa nota de investimento divulgada na semana passada. O responsável acredita que eventuais mudanças no “portfolio” da empresa permitir-lhe-iam crescer nos conceitos principais, fechar as marcas não rentáveis, expandir a actividade a conceitos fora do seu “portfolio” actual, tais como o segmento de comida saudável que pode constituir uma oportunidade interessante.
Este analista sublinha ainda que a “Ibersol não tem concorrentes próximos em dimensão ou em negócio, se considerarmos apenas Portugal” e “tem uma posição bem estabelecida” no mercado nacional.
Depois da oferta pública de aquisição (OPA) lançada sobre a Telepizza em 2006, a actividade de consolidação da companhia de restauração acalmou. Contudo, aquando da apresentação dos resultados anuais relativos a 2007, a Ibersol adiantou que acompanharia “eventuais oportunidades de consolidação em Portugal e em Espanha”.
Na mesma data, foi também anunciado o plano de expansão para 2008, onde está prevista a abertura de 28 restaurantes, dos quais 22 em Portugal e os restantes em Espanha. A equipa de “research” do BPI, numa nota de análise de Março, sublinha que “a Ibersol apresentou um plano de expansão mais conservador para 2008” quando comparado com as suas estimativas de 27 aberturas em Portugal e dez em Espanha.
O facto de não integrar o PSI-20 afecta a sua visibilidade e, desta forma, o volume negociado. No entanto, o Caixa BI que considera o dividendo distribuído pela empresa de “claramente sem atractivo”, acredita que proximamente será possível à Ibersol aumentar a remuneração, o que constituiria um novo estímulo sobre a acção.
Ibersol detém 10% em acções próprias
Estrutura accionista da empresa.
Fonte: Última nota de investimento emitida pelo Caixa BI.
Acções perdem 32,35% em 2008
Evolução do título desde o início do ano.
Fonte: Bloomberg.
2008 não tem sido um ano fácil para os mercados accionistas e a Ibersol acompanha a trajectória descendente desenhada pelos títulos. Penalizada pela fraca liquidez negociada e pela reduzida capitalização bolsista, esta empresa acumula uma descida superior a 32% desde o início do ano. Por outro lado, o facto de se encontrar exposta ao ciclo económico e as fortes subidas nos preços das matérias-primas também contribuem para este desempenho.
Escalada das “commodities” penaliza margens em 2007
Fonte: Bloomberg e Ibersol.
A Ibersol registou uma redução da margem EBITDA de 16,7% em 2006, para 15,9%, em 2007. A subida nos preços das matérias-primas relacionadas com a alimentação contribuiu para esta quebra.