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Afinal, o que querem os sauditas na Tesla?

A Tesla deverá em breve decidir se avança com uma análise mais aprofundada sobre a possibilidade de saída de bolsa. Até lá, os accionistas vão dizendo de sua justiça.

Trumplandia: o país (des)encantado - Em 2017 nascerá um movimento na Califórnia de oposição a Donald Trump e, em 2020, nomes como Elon Musk e Sheryl Sandberg poderão liderar uma aliança contra a administração. A tensão entre ambas as partes trará desafios às acções da Google, do Facebook e da Apple.
Reuters
Negócios 11 de Agosto de 2018 às 22:23
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Na última semana, Elon Musk surpreendeu, mais uma vez, tudo e todos. E não foi com novos lançamentos. Foi com um tweet em que admitia retirar a Tesla da bolsa.

Num dos vários tweets que publicou acerca do assunto, o CEO da Tesla escreveu: "Estou a considerar fazer da Tesla uma empresa de capital fechado, a um preço de 420 dólares por acção. Financiamento assegurado". De acordo com o mesmo, a "única razão pela qual isto (retirar a Tesla de bolsa) não é certo é porque está dependente do voto dos accionistas". 

Posteriormente, acrescentou, pela mesma via, que contava com muitos dos accionistas actuais, os quais esperava que se mantivessem na administração depois de se avançar com a saída dos mercados. 

Nessa altura, nove accionistas da Tesla confirmaram à Bloomberg que já tinham conhecimento das intenções de Musk desde a semana passada, dizendo que houve várias reuniões e que estariam a ser dados os "passos apropriados" para avaliar esta hipótese. Mas quanto a questões de financiamento, não se alongaram: Musk "abordou os financiadores para que isso ocorresse", declararam apenas.

Este sábado a Reuters acrescentou outro accionista decisivo nesta decisão. Uma fonte próxima do fundo saudita Public Investment Fund (PIF) disse não haver qualquer interesse em financiar a saída de bolsa da Tesla, naquela que seria a retirada de mercado mais cara de sempre72 mil milhões de dólares. 

Essa mesma fonte garantiu mesmo que o fundo não estava envolvido em qualquer financiamento. Até porque não avançaria num negócio desses sem saber a posição do Softbank. A Reuters já noticiou que o SoftBank não está, de momento, a tentar qualquer negócio para a Tesla, dado o seu envolvimento na rival GM Cruise.

Os investidores e analistas apontavam o PIF, que detém perto de 5% da Tesla, como possível financiador.  

Já no domingo, 12 de Agosto, surgiu a informação de que o fundo de riqueza soberana da Arábia Saudita pode afinal estar mesmo interessado neste potencial negócio.

Fontes conhecedoras dos planos do fundo disseram à Bloomberg que o PIF está em conversações que poderão levar a que se torne um investidor de relevo na Tesla, no âmbito das ambições de Musk de a tornar uma empresa de capital fechado. 

De acordo com as mesmas fontes, o PIF está a analisar de que forma poderá envolver-se no potencial negócio, tendo iniciado conversações com Musk ainda antes do seu tweet de 7 de Agosto.

"O PIF vê o seu investimento na Tesla como uma via estratégica para a Arábia Saudita - maior produtora mundial de crude - se proteger contra as oscilações no preço do petróleo", sublinharam as mesmas fontes à Bloomberg.


A administração da Tesla vai tomar uma decisão sobre se contrata assessorias e se faz uma análise formal nos próximos dias, avançou a Reuters.

Certo é que Elon Musk já foi processador pelos seus tweets. Segundo a Reuters, na sexta-feira a Tesla e o seu CEO foram alvo de uma acção de um investidor que alega que os tweets de Musk defraudaram os accionistas num esquema alegadamente de manipulação do preço das acções, desde que a 7 de Agosto Musk escreveu sobre a possibilidade de sair de bolsa.

(notícia actualizada às 20:35 de domingo, 12 de Agosto, com novas informações)

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