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UE emite 15 mil milhões no segundo leilão para financiar plano de recuperação. A 5 anos a taxa foi negativa

Bruxelas voltou hoje ao mercado para levantar 15 mil milhões de euros com que irá financiar uma pequena parte do seu plano de recuperação. Até ao final deste ano prevê emitir 80 mil milhões em dívida, ficando a faltar 45 mil milhões depois de hoje.

Reuters
29 de Junho de 2021 às 18:21
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A União Europeia (UE) emitiu mais 15 mil milhões de euros num duplo leilão realizado nesta terça-feira, que marca a segunda chamada ao mercado por parte da instituição para financiar o NextGenerationEU, o programa de recuperação económica desenhando para a região sair da crise provocada pela covid-19. 

De acordo com Bruxelas, nesta operação foram colocados 9 mil milhões de euros na emissão com maturidade a cinco anos (julho de 2026) e uma taxa de juro negativa nos -0,335%, com a procura a superar os 88 mil milhões de euros, ou seja, cerca de mais de 10 vezes face à oferta. Esta taxa representa uma subida de 22 pontos base face à "yield" das obrigações alemães (Bund) com a mesma maturidade.

Além deste leilão com um vencimento a um prazo mais curto, a UE conseguiu colocar mais 6 mil milhões de euros na emissão com maturidade a 30 anos (julho de 2051), com uma "yield" de 0,732%. Também aqui os investidores disseram "presente", com a procura a atingir os 83 mil milhões de euros, quase mais 14 vezes do que a oferta. Em termos de comparação, a taxa de juro aqui definida é 39,9 pontos base acima dos juros germânicos com a mesma maturidade. 

À imagem do que se verificou na primeira emissão, em que Bruxelas colocou 20 mil milhões de euros mas a procura excedeu os 140 mil milhões, também nesta segunda tranche houve uma corrida por parte dos investidores, com a procura total a chegar perto dos 170 mil milhões de euros, mais de 11 vezes face à oferta. 

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Esta é a segunda vez que a Comissão vai aos mercados para obter empréstimos ao abrigo da NextGenerationEU e, mais uma vez, recebemos um forte voto de confiança dos nossos investidores. Fico contente com o facto de o dinheiro angariado hoje ajudar a construir um ambiente mais ecológico, digital e resiliente na Europa", diz Johannes Hahn, comissário europeu para o orçamento e a administração, num comunicado partilhado por Bruxelas. 

Esta operação traduz-se da seguinte forma: os investidores vão emprestar à Comissão Europeia 9 e 6 mil milhões de euros durante os próximos 5 e 30 anos , respetivamente, para financiarem o seu pacote de apoio orçamental. Em troca, recebem o juro que está adjacente a esta operação. No caso da emissão a 30 anos recebem uma taxa de 0,732%, mas na maturidade mais curta estão a pagar (-0,335%) à UE para lhe emprestar dinheiro. 

A emissão foi conduzida pelos bancos Credit Agricole, Deutsche Bank, JP Morgan, UniCredit e Goldman Sachs, com o BBVA e o Erste Bank a atuarem como co-condutores. 

UE já levantou 35 mil milhões
A UE levantou até ao momento 35 mil milhões de euros para financiar a recuperação económica na região, depois de a primeira emissão ter sido a maior alguma vez realizada em termos institucionais na Europa e o valor mais alto que Bruxelas alguma vez angariou de uma só vez.

Os fundos serão utilizados para os primeiros pagamentos ao abrigo do programa orçamental, incluindo o Mecanismo de Recuperação e Resiliência e vários programas orçamentais da UE financiados pela NextGenerationEU. O primeiro uso dos fundos que foram levantados até ao momento ocorreu ontem, dia 28 de julho, com a Comissão Europeia a investir 800 milhões de euros no REACT-EU (Assistência de Recuperação para a Coesão e os Territórios da Europa, em português).

Até ao final de julho deste ano está prevista mais uma emissão de dívida intermediada por uma série de bancos - que recebem por angariarem investidores que entrem na operação - por parte da Comissão Europeia. O financiamento do cheque orçamental extraordinário desenhado por Bruxelas irá decorrer até 2026, sendo que se seguirá uma série de outros leilões de dívida até essa data. 

Estima-se que até dezembro deste ano seja emitida dívida no valor de 80 mil milhões de euros, o que equivale a cerca de 10% do montante definido no Fundo de Recuperação. 
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