Notícia
Turcos saem à rua em protesto contra a desvalorização da lira
Lira desvalorizou 11% durante o dia de terça-feira e atingiu mínimos históricos. Manifestantes exigem a demissão do governo.
24 de Novembro de 2021 às 10:20
Grupos de cidadãos turcos protestaram terça-feira em várias cidades da Turquia contra o colapso da lira, após perder 11% do seu valor durante o dia e atingir mínimos históricos, exigindo a demissão do governo, informam vários jornais locais opositores.
Dezenas de pessoas marcharam em dois bairros no centro da capital, Ancara, gritando palavras de ordem como "Governo, demissão", enquanto outras batiam com panelas à janela, com a polícia a tentar impedir as manifestações, noticia o jornal Birgün.
A polícia turca dispersou, com gás lacrimogéneo, um protesto de estudantes universitário da Universidade Técnica do Médio Oriente (ODTÜ), tendo detido uma pessoa, disseram participantes nas redes sociais.
Também em Istambul e Izmir houve pequenos protestos nas ruas ao final da tarde, informa o diário Evrensel.
De acordo com Cumhuriyet, a polícia isolou a praça central Taksim, em Istambul, para evitar protestos.
A lira perdeu terça-feira 11% do seu valor, situando-se em 13 unidades por dólar e 14,5 por euro, acumulando assim uma perda de 20% desde a última terça-feira e 37% desde o início do ano.
O colapso começou na tarde de segunda-feira durante discurso do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, no qual defendeu a política de baixar os juros abaixo da inflação, atualmente em 20%, para criar postos de trabalho e atacou aqueles que "sobem os preços sob o falso pretexto do valor do câmbio".
O aumento do custo de vida é evidente no comércio na Turquia, onde alguns empresários afirmam que é necessário alterar os preços "diariamente", uma vez que o custo dos produtos locais depende do mercado do câmbio, porque o país importa muitas matérias-primas, como combustível e energia.
"Tenho de aumentar os preços. Quando o euro estava em oito liras [no verão passado], pedi 3.000 euros emprestados e agora não sei como pagá-los", disse hoje um mecânico de automóveis, apoiante do partido islâmico (AKP), em Ancara, à agência de notícias EFE.
Na semana passada, dois dos maiores partidos da oposição, o social-democrata CHP e o de direita IYI, convocaram eleições antecipadas, marcadas para junho de 2023, mas Erdogan rejeitou o pedido e indicou que iria manter a data.
O antigo primeiro-ministro Ahmet Davutoglu, ex-aliado de Erdogan e desde 2019 líder do pequeno partido extraparlamentar Gelecek (Futuro), reuniu-se hoje com o líder do CHP Kemal Kiliçdaroglu, tendo tuítado que as "eleições antecipadas não são necessárias, mas imediatas" para salvar o país do desastre.
Aydin Ünal, até 2018 deputado do AKP, e durante vários anos responsável por escrever os discursos do presidente turco, disse no Twitter que a Turquia "está à beira do desastre" e pediu para nomear um governador do Banco Central "independente" para instituir uma política económica diferente.
Dezenas de pessoas marcharam em dois bairros no centro da capital, Ancara, gritando palavras de ordem como "Governo, demissão", enquanto outras batiam com panelas à janela, com a polícia a tentar impedir as manifestações, noticia o jornal Birgün.
Também em Istambul e Izmir houve pequenos protestos nas ruas ao final da tarde, informa o diário Evrensel.
De acordo com Cumhuriyet, a polícia isolou a praça central Taksim, em Istambul, para evitar protestos.
A lira perdeu terça-feira 11% do seu valor, situando-se em 13 unidades por dólar e 14,5 por euro, acumulando assim uma perda de 20% desde a última terça-feira e 37% desde o início do ano.
O colapso começou na tarde de segunda-feira durante discurso do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, no qual defendeu a política de baixar os juros abaixo da inflação, atualmente em 20%, para criar postos de trabalho e atacou aqueles que "sobem os preços sob o falso pretexto do valor do câmbio".
O aumento do custo de vida é evidente no comércio na Turquia, onde alguns empresários afirmam que é necessário alterar os preços "diariamente", uma vez que o custo dos produtos locais depende do mercado do câmbio, porque o país importa muitas matérias-primas, como combustível e energia.
"Tenho de aumentar os preços. Quando o euro estava em oito liras [no verão passado], pedi 3.000 euros emprestados e agora não sei como pagá-los", disse hoje um mecânico de automóveis, apoiante do partido islâmico (AKP), em Ancara, à agência de notícias EFE.
Na semana passada, dois dos maiores partidos da oposição, o social-democrata CHP e o de direita IYI, convocaram eleições antecipadas, marcadas para junho de 2023, mas Erdogan rejeitou o pedido e indicou que iria manter a data.
O antigo primeiro-ministro Ahmet Davutoglu, ex-aliado de Erdogan e desde 2019 líder do pequeno partido extraparlamentar Gelecek (Futuro), reuniu-se hoje com o líder do CHP Kemal Kiliçdaroglu, tendo tuítado que as "eleições antecipadas não são necessárias, mas imediatas" para salvar o país do desastre.
Aydin Ünal, até 2018 deputado do AKP, e durante vários anos responsável por escrever os discursos do presidente turco, disse no Twitter que a Turquia "está à beira do desastre" e pediu para nomear um governador do Banco Central "independente" para instituir uma política económica diferente.