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«Splits» trazem novo ânimo ao mercado nacional

O fenómeno mais recente da nossa praça financeira, o «stock split», é «per si» suficiente para catapultar a Bolsa para uma subida sustentada.

08 de Outubro de 1999 às 16:54
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O fenómeno mais recente da nossa praça financeira, o «stock split», é «per si» suficiente para catapultar a Bolsa para uma subida sustentada. Esta é a opinião expressa por 67,9% dos leitores do Canal de Negócios em consulta realizada entre segunda-feira e o final do dia de hoje. Por outro lado cerca de 32% dos participantes não acredita que com as operações de «split» já realizadas e com as que se avizinham o mercado pode ganhar algum do ânimo perdido nos últimos meses, isto num universo de quase 2.334 votantes.

Na sua essência o «stock split» não é mais do que um mecanismo de engenharia financeira, que permite a desmultiplicação do valor nominal das acções não se alterando o valor dos activos da empresa. Assim no caso de um «split» na ordem de dez para um, um investidor que detenha uma acção cotada a 100 euros (20.048 escudos) passará a deter 10 acções cotadas a 10 euros (2.004 escudos) cada, no entanto o valor total mantêm-se inalterado. Reforçando esta ideia um analista refere que «o valor criado por um “split” é zero».

A generalidade dos analistas da nossa praça é da opinião que esta expectativa criada em torno dos «splits» é uma questão psicológica, dado que em termos fundamentais nada se altera. Contudo, «este processo tem efeitos positivos e em todos os mercados onde se realizaram, os investidores reagem bem» salienta um analista contactado pelo Canal de Negócios. Na realidade existe um aumento da liquidez no mercado, um aumento do numero de acções e por consequência uma maior visibilidade dos títulos. Outro aspecto relevante prende-se com o facto de se verificar um diluir do preço por acção, o que favorece a entrada dos pequenos investidores no mercado. No entanto, «o premiar do efeito liquidez não faz muito sentido numa altura em que um investidor já pode comprar uma só acção de determinada empresa» explica outro analista.

Nesta onda de «splits», o título a dar «o pontapé de saída» foi o Banco Português do Atlântico que no dia 22 de Setembro realizou a desmultiplicação do valor nominal das suas acções na ordem de cinco por um. O banco presidido por Jardim Gonçalves que antes do «split» tinha registado uma valorização de 4%, subiu nas sessões subsequentes cerca de 10%. A liquidez dos títulos foi também outro dos indicadores financeiros que disparou. Nos últimos três meses antes do «split», o BPA movimentava em média pouco mais de 400 mil títulos por dia. Contudo, depois do «split» passou a transaccionar em média mais de um milhão de acções por sessão.

Na sequência do que havia feito o BPA também o Banco Português de Investimento (BPI) realizou no dia 6 de Outubro o seu «share split» na ordem de cinco por um, sendo que os benefícios não foram tão evidentes. Os investidores anteciparam os ganhos, apostando em comprar o título nas sessões que antecederam a realização do «split», o que permitiu uma valorização de 8% nas sessões anteriores e no dia do «split» perder cerca de 3%.

Considerando que «todas as empresas que integram o PSI20 irão recorrer à desmultiplicação para puxarem as cotações dos seus títulos para cima», um analista afirma, no entanto, que «o mais atractivo será o papel da Telecel». Recorde-se que operadora móvel anunciou um «stock split» de dez por um, o que lhe vai permitir aumentar em muito a sua liquidez. Não existe, no entanto, nenhum prazo estipulado, esperando-se que se realize antes do final do ano.

O Banco Comercial Português, a Brisa, a Portugal Telecom e a Colep são outras das empresas que já anunciaram que iriam realizar o seu «share split» contudo ainda não foram definidas datas em concreto.

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