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Robinhood treme com ameaça ao modelo de negócio nos EUA

Supervisor dos EUA pondera limitar o modelo de negócio que permite à corretora oferecer serviços sem comissões aos clientes. Títulos reagiram em forte baixa em Wall Street.

A aplicação Robinhood popularizou os investimentos em ações, nomeadamente     as apostas na queda das cotações. Agora são os seus clientes que apostam contra a sua ação.
Peter Foley/EPA
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A Robinhood e os principais rivais tremeram em Wall Street com a perspetiva de terem o negócio penalizado nos EUA por proibições regulatórias. O presidente da U.S. Securities and Exchange Commission (SEC), Gary Gensler, admitiu que uma proibição total no modelo de negócio payment for order flow (PFOF) está "em cima da mesa", em entrevista à Barron's.

As ações da Robinhood tombaram 6,9% para 43,64 dólares, enquanto as concorrentes Charles Schwab e Virtu Financial desvalorizaram 3,2% e 3,8%, respetivamente. O PFOF é um modelo de negócio no qual as corretoras enviam as ordens dos clientes para empresas de trading e recebem um pagamento, o que poderá resultar num "conflito de interesses", segundo Gesler.

O método é uma das principais fontes de receita para a Robinhood e é a forma como a plataforma de trading (que ficou popular entre millennials) consegue oferecer serviços sem comissões aos clientes. Tem gerado, no entanto, controversia não só junto do regulador, mas em todo o setor financeiro.

Não é a primeira vez que a SEC alerta para este modelo de negócio, tendo noutras ocasiões apontado que há várias opções que poderão ser introduzidas para tornar a estratégia mais clara e rigorosa.

No seguimento do caso da GameStop, em janeiro, a SEC obrigou a Robinhood a limitar a negociações de certos ativos e o CEO da fintech, Vlad Tenev, foi levado ao U.S. House Financial Services Committee em fevereiro. Na altura, os legisladores criticaram igualmente o potencial conflito de interesses que advém da aplicação de "payment for order flow". Mas a empresa tem contestado.

"Consideramos que o "payment for order flow" é mais vantajoso para os nossos clientes do que a antiga estrutura de comissões. Permite aos investidores investirem montantes mais reduzidos sem terem de se preocupar com comissões", afirmou o CFO, Jason Warnick, antes da estreia da empresa em bolsa, no mês passado. Sublinhou, no entanto, que caso o modelo mude tanto a corretora lowcost como toda a indústria terá capacidade de se adaptar.
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