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"A preferência recai sobre acções com forte remuneração accionista"

O gestor do Banif IB está optimista para o sector petrolífero e dos produtos de bens alimentares, onde existe exposição aos emergentes. Leia a entrevista com Jorge Guimarães.

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O gestor do Banif IB está optimista para o sector petrolífero e dos produtos de bens alimentares, onde existe exposição aos emergentes. Leia a entrevista com Jorge Guimarães.

Depois de um ano de fortes valorizações, 2010 vai ser mais difícil em termos de estratégia de investimento?
Vai ser um ano de retornos positivos, mas não tão positivos como foi 2009. No ano passado, os fundos em Portugal renderam entre 35% a 45%. Em 2010, as rendibilidades deverão ser mais baixas e vai ser um ano mais volátil. No ano passado, os investidores privilegiaram as empresas com maior risco e maior exposição ao ciclo económico. Provavelmente, em face da menor expectativa de retornos, este ano vamos assistir ao mercado a privilegiar empresas com perfis mais sólidos e melhor remuneração accionista.
De um modo geral, para que sectores está mais optimista para este ano?
Continuo optimista para o sector petrolífero, porque combina valorizações atractivas, exposição ao crescimento dos mercados emergentes, remuneração accionista interessante e alguma alavancagem na possível subida do petróleo. Esta conjugação de factores, associada à segurança de "cash flows", é muito importante.
Outro sector que é bastante interessante é o sector dos produtores de bens alimentares. São empresas bastante resistentes, têm boa remuneração accionista. Além disso, em termos históricos, apresentam níveis de valorização interessantes.

E em termos nacionais?
A Galp é uma das minhas empresas preferidas. Neste momento, a análise será mais quem tem exposição doméstica e quem não tem, e prefiro claramente as empresas com alavancagem ao ciclo económico global. A Galp, como referi atrás, a Altri, a Jerónimo Martins e a Portugal Telecom representam esse tipo de empresas com maior exposição internacional.

A exposição aos mercados emergentes parece ser mesmo um dos pontos fundamentais...
Isso é uma tendência de longo prazo. O crescimento da economia global é liderado pelos mercados emergentes. E não é por acaso que as empresas portuguesas com exposição ao Brasil são das empresas preferidas dos investidores. A exposição aos emergentes continuará a ser um factor determinante, mesmo que tenha as suas correcções. Mas, o crescimento está nas economias emergentes, e é aí que as empresas se devem focar.

No ano passado, a Banif Acções Portugal encerrou o ano com fortes valorizações. Qual foi a aposta para obter este desempenho?
A principal razão para esse desempenho foi a "performance" do mercado português face à Europa. Inicialmente, o fundo teve uma postura mais defensiva em face de todas as incertezas. Depois, à medida que o ano foi avançando, começámos a tomar posições em empresas mais cíclicas, como a Galp, a Sonae SGPS, a Mota-Engil e o BCP. A posição maior no fundo, ao longo do ano, provavelmente foi a Galp, mas o maior determinante do desempenho do fundo foi mesmo o excelente desempenho do mercado accionista português.

A estratégia de investimento mantém-se?
Neste momento, estamos com um posicionamento relativamente cauteloso, de preferência clara por empresas com maior exposição a mercados internacionais, tanto defensivas, como cíclicas. A maior posição do fundo ainda é a Galp. Mas a estratégia neste momento resume-se a uma preferência por acções com forte remuneração accionista, ou que obtenham a maior parte das suas receitas fora do mercado português.


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