O índice de referência da Euronext Lisbon registou em Novembro o ganho mensal mais acentuado desde Janeiro. Nos últimos 30 dias, o PSI-20 acumulou uma subida de 3,55%.

Dos vinte títulos que integram o PSI-20, apenas dois – ParaRede e Reditus – apresentaram quedas em Novembro e o BCP encerrou este período inalterado. Metade das empresas que integram o índice apresentaram contas este mês.

A queda de 3,45% registada pela ParaRede em Novembro acaba por encontrar explicação no facto de ter sido a única a apresentar prejuízos na actividade desenvolvida nos primeiros nove meses do ano.

E a ausência de valorização do BCP no último mês poderá estar relacionada com o facto de ter sido um dos dois bancos seleccionados para a aquisição da Banca Comerciala Romana, o que, segundo diversos analistas implicaria a necessidade da instituição financeira portuguesa proceder a um aumento de capital.

A Altri foi o papel que mais se apreciou no último mês, ao acumular 14,02%. A «holding», que em Março resultou da cisão da Cofina, tem conseguido atrair os investidores e é uma das cotadas com melhor desempenho acumulado este ano.

Segue-se a Media Capital que, em Novembro, acumula uma valorização de 9,55%. O capital da empresa de media continua a ser disputado entre espanhóis e alemães, aumentando o pendor especulativo do papel. As últimas movimentações dão conta de um reforço da RTL no capital do grupo liderado por Miguel Pais do Amaral, para 32,2%. Mas Pais do Amaral tem ainda a opção de alienar aos espanhóis da Prisa mais 12 a 13,33% do capital da Media Capital, Por enquanto, os espanhóis detêm 33% da dona da TVI.

A principal rival, a Impresa, registou no último mês um ganho de 2,58%. A queda das audiências da cadeia de televisão SIC tem sido um factor penalizador do papel. A empresa apresentou ontem o "guidance" para 2006 no "Investors Day" estimando um crescimento de 3% nas receitas totais para os 270,2 milhões de euros.

A Semapa, que encerrou o período de apresentação de resultados na segunda-feira, apreciou 8,77% em Novembro. O grupo apresentou lucros de 29 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano e as vendas ascenderam a 1,12 mil milhões de euros, o que levou os analistas do Millennium bcp a reverem hoje em alta o preço-alvo para as acções, passando dos anteriores 6,45 euros para 7 euros.

A Portugal Telecom acumulou 3,05% no último mês, mas acaba por se colocar no grupo das dez cotadas que menos apreciaram, fortemente pressionada pelo abrandamento da sua actividade móvel tanto em Portugal como no Brasil.