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Maioria da Europa fecha no vermelho. Novo Nordisk recupera parte das perdas
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta segunda-feira.
Maioria da Europa fecha no vermelho. Novo Nordisk recupera parte das perdas
Os principais índices europeus fecharam a sessão com a grande maioria a registar perdas, enquanto os investidores pesam os potenciais impactos para o Velho Continente de uma flexibilização monetária mais cautelosa do lado de lá do Atlântico, por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana.
Durante o dia de hoje, a Novo Nordisk - empresa mais valiosa da Europa - voltou aos ganhos, depois de a produtora de medicamentos nórdica ter chegado a afundar quase 30% na passada sexta-feira, devido aos resultados dececionantes dos testes do seu último medicamento para perda de peso, o CagriSema.
O índice Stoxx 600 - de referência para o Velho Continente – avançou 0,14%, para os 502,91 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX desvalorizou 0,18%, o holandês AEX registou perdas de 0,37%, o francês CAC-40 deslizou 0,03%, o espanhol IBEX 35 perdeu 0,28% e o italiano FTSEMIB resvalou 0,08%. A contrariar as perdas esteve o português PSI, que pulou 0,46%.
Entre os setores, a saúde teve um desempenho superior, ao subir 1,41%, impulsionado pela recuperação da Novo Nordisk. A empresa dinamarquesa avançou mais de 5% e recuperou parte das perdas de sexta-feira. A queda no final da semana passada chegou a ter um impacto negativo no valor da empresa em bolsa de cerca de 120 mil milhões de euros.
Por outro lado, o setor das viagens e do lazer caiu mais de 2%. A pressionar esteve a queda superior a 10% da Evolution AB - empresa de produção de software para casas de apostas online –, depois de a Comissão de Jogos do Reino Unido ter iniciado uma análise das operações da empresa em Malta.
Quanto outros movimentos de mercado, a seguradora britânica Direct Line Insurance Group valorizou mais de 4% depois de a também britânica Aviva ter concordado em comprar a empresa, num negócio que avalia a seguradora em cerca de 3,7 mil milhões de libras (4,5 mil milhões de euros ao câmbio atual). A Aviva, por sua vez, avançou 0,52%.
Juros das dívidas soberanas agravam-se em dia negativo para as bolsas europeias
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravaram-se em toda a linha esta segunda-feira, num dia em que também a maioria dos índices europeus se pintaram de vermelho.
As "yields" da dívida portuguesa com maturidade a dez anos avançaram 4 pontos base, para 2,792%, enquanto em Espanha os juros da dívida com o mesmo vencimento subiram 4,5 pontos, para 3,015%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa cresceu 5,9 pontos base, para 3,134%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, agravaram-se em 3,7 pontos, para 2,317%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, subiram 3,7 pontos base para 4,544%.
Dólar sobe com dados da inflação. Euro e libra perdem
O dólar continua a avançar, depois de dados de novembro do índice de despesas de consumo dos particulares (PCE) - divulgados no final da semana passada -, excluindo energia e alimentos, ter aumentado 0,1% face ao mês anterior e 2,8% em termos homólogos. Esta variação em cadeia é a menor desde maio.
Os dados aliviaram algumas preocupações quanto ao ritmo dos cortes nas taxas diretoras por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana no próximo ano, situação que está a impulsionar os ganhos da divisa norte-americana.
O Índice de dólar da Bloomberg – que mede a força da "nota verde" face às principais rivais – sobe 0,57% para os 108,232 pontos.
Face ao iene, o dólar ganha 0,57%, para os 157,200 ienes.
Por cá, o euro desliza 0,35%, para os 1,039 dólares. Já a libra recua 0,42%, para os 1,252 dólares.
Petróleo cai com avanço do dólar e ameaças ao controlo do Canal do Panamá
Os preços do petróleo registam ligeiras quedas, enquanto o dólar segue a ganhar força e os "traders" pesam as declarações feita pelo futuro presidente dos EUA, Donald Trump, que ameaçou reinstituir o controlo norte-americano do Canal do Panamá.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – recua 0,72% para os 68,96 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 0,89% para os 72,29 dólares por barril.
Trump afirmou que o Canal do Panamá - através do qual circula cerca de 2% do abastecimento global de petróleo - está a cobrar taxas "exorbitantes". A afirmação foi posteriormente refutada pelo presidente do Panamá, José Raúl Molino.
"Cada metro quadrado do Canal do Panamá e da área adjacente pertence ao Panamá e continuará a sê-lo", visto que "a soberania e a independência" do país "não são negociáveis", disse Mulino.
Também a China se juntou à discussão e assegurou esta segunda-feira que o canal "é uma grande criação do povo panamiano". A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, acrescentou que o país asiático "sempre respeitou a justa luta do povo panamiano pela soberania" sobre a via de transporte de mercadorias.
Na Europa, o funcionamento do gasoduto Druzhba - que transporta petróleo russo e cazaque para a Hungria, Eslováquia, República Checa e Alemanha - foi retomado depois de ter parado na quinta-feira devido a problemas técnicos numa estação de bombagem russa.
A situação surge depois de Donald Trump ter avançado com um ultimato contra a União Europeia, na qual instou o bloco a aumentar as importações de petróleo e gás dos EUA ou enfrentar tarifas sobre as exportações.
A pesar sobre os preços do "ouro negro" está também o avanço do dólar depois de ter sido evitada a paralisação do governo dos EUA, o que atenuou a atração pelas matérias-primas.
Ouro perde com ganhos do dólar e política monetária da Fed
O ouro segue a perder terreno esta segunda-feira, pressionado por um dólar robusto e os elevados rendimentos do Tesouro dos EUA, enquanto os investidores aguardam por sinais mais claros sobre o rumo a seguir quanto à política monetária da Reserva Federal (Fed) norte-americana para 2025.
O metal amarelo segue a perder 0,40%, para os 2.612,44 dólares por onça.
"O mercado continua a digerir os resultados da reunião do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) da semana passada. Uma trajetória de cortes reduzidos para 2025 está agora em cima da mesa, [assim como] uma provável pausa [nos cortes] em janeiro, talvez março também", disse à Reuters Peter Grant, vice-presidente da Zaner Metals.
Apesar do corte de 25 pontos-base da Fed na semana passada, o sinal de menos reduções em 2025 levou o metal amarelo a atingir os níveis mais baixos desde meados de novembro. Um maior corte costuma impulsionar os preços do ouro, que não paga juros.
O metal amarelo superou vários máximos históricos este ano, com uma valorização de 27% até agora. Isto marca o melhor desempenho anual do ouro desde 2010, impulsionado por compras robustas dos bancos centrais, tensões geopolíticas e flexibilização da política monetária pelos principais decisores de política monetária.
"O próximo grande impacto é a chegada de Trump à presidência (...). Isto tem o potencial de aumentar a volatilidade do mercado e de ser um fator de alta para os preços do ouro", afirmou Michael Langford, diretor de investimentos da Scorpion Minerals, à Reuters.
Donald Trump toma posse a 20 de janeiro. O ouro, considerado um ativo refúgio, tem normalmente um bom desempenho durante épocas de incerteza económica e geopolítica.
Wall Street procura rumo em semana de negociação reduzida
Wall Street abriu a sessão desta segunda-feira dividida, com o Dow Jones a registar perdas e o S&P 500 praticamente inalterado. Os investidores continuam a "digerir" o mais recente corte nas taxas diretoras por parte da Reserva federal (Fed) norte-americana, que optou por uma abordagem de flexibilização monetária mais cautelosa na reunião da semana passada e última de 2025.
O S&P 500 avança 0,05% para os 5.933,83 pontos, enquanto o Nasdaq Composite sobe 0,39% para 19.648,20 pontos. Já o Dow Jones perde 0,30% para 42.690,15 pontos.
Depois de uma semana marcada pela volatilidade, a Câmara dos Representantes e o Senado aprovaram uma legislação provisória no sábado que evitou o encerramento do governo.
Foram aprovados mais de 100 mil milhões de dólares em ajudas a catástrofes naturais e à agricultura, tendo também sido garantido o financiamento do governo norte-americano até meados de março de 2025.
"O facto de se ter evitado o encerramento do governo dos EUA durante o fim de semana também ajudou a aliviar alguma da pressão negativa sobre as ações", referiu à Bloomberg Daniela Hathorn, analista de mercado sénior da Capital.com.
Sobre o caminho futuro de flexibilização monetária, a Fed previu apenas duas reduções das taxas de juro em 25 pontos base para 2025 e aumentou as suas perspetivas quanto à inflação em termos homólogos, um sinal de que a maior economia do mundo estava de boa saúde.
"A reunião [da Fed] da semana passada reforçou a nossa visão de que uma pausa [nos cortes] na reunião de janeiro poderia transformar-se numa pausa prolongada em 2025", disseram os economistas do Deutsche Bank numa nota enviada à Reuters.
Os mercados monetários esperam agora cerca de duas reduções de 25 pontos base em 2025, o que levaria a taxa de referência para um intervalo de 3,75% a 4,0%.
Entre os movimentos de mercado, destaca-se a Qualcomm, que segue a ganhar 2,27% depois de um júri ter considerado que os processadores centrais da produtora de "chips" estão devidamente licenciados ao abrigo de um acordo com a Arm Holdings, sediada no Reino Unido.
Entre as "big tech", a Nvidia pula 2,05%, a Apple ganha 0,28%, a Meta valoriza 1,45% e a Alphabet sobe 0,26%. Já a Microsoft e a Amazon mantêm-se praticamente inalteradas.
Durante esta semana, os principais índices norte-americanos irão encerrar mais cedo na terça-feira e fechar para o Natal na quarta-feira.
Os mercados estão a entrar num período historicamente forte. Desde 1969, os últimos cinco dias de negociação do ano, combinados com os dois primeiros do ano seguinte, produziram um ganho médio de 1,3% no S&P 500. Este período é conhecido como o "Santa Claus Rally", de acordo com o Stock Trader's Almanac, citado pela Reuters.
Europa mista em arranque da semana do Natal. Novo Nordisk dispara mais de 9%
As bolsas europeias negoceiam de forma mista esta manhã, depois de terem registado a pior semana desde setembro e numa altura em que se preparam para uma semana mais curta devido à época festiva.
A esta hora, o "benchmark" para a negociação europeia, Stoxx 600, avança 0,33% para 503,83 pontos, apesar de quase todas as principais bolsas negociarem no vermelho: Madrid cai 0,16%, Frankfurt recua 0,7%, Paris desce 0,16%, Amesterdão desvaloriza 0,45% e Milão perde 0,04%. Só Lisboa e Londres ganham, 0,43% e 0,11%, respetivamente.
O grande destaque vai para a fabricante farmacêutica Novo Nordisk, que recupera do tombo registado na semana passada, após resultados abaixo do esperado nos testes clínicos do seu novo medicamento para a perda de peso, o CagriSema. As ações da farmacêutica já valorizam acima de 9% na sessão de hoje.
Os setores de viagens e lazer e automóvel são os mais penalizados, ambos acima de 1%, o primeiro pressionado pelo mau desempenho da Evolution AB, que foi castigada pelo anúncio das autoridades reguladoras de jogo do Reino Unido de que vão reavaliar as operações em Malta.
O Stoxx 600 deverá fechar o mês com perdas, contrariando a tendência positiva que o mês de dezembro registou nas últimas três décadas. O mercado europeu mostra-se, assim, preocupado com o rumo das taxas de juro nos EUA e com a possibilidade de Donald Trump impor pesadas tarifas às importações de vários países, incluindo europeus.
O resto da semana deverá ser de movimentações ligeiras, com as bolsas encerradas nos dias 25 e 26.
Juros continuam a agravar-se na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a agravar-se no arranque de uma semana que se espera a meio gás devido á época festiva
As "yields" das "Bunds" alemãs, de referência para a região e com maturidade a dez anos, ganham 3,6 pontos base para 2,317%, enquanto os juros da dívida francesa crescem 4,6 pontos base para 3,120%.
Por cá, a "yield" da dívida portuguesa a dez anos agrava-se em 4,0 pontos base para 2,792%. No país vizinho, os juros da dívida espanhola registam uma subida de 4,2 pontos base até aos 3,012%, enquanto as "yields" das obrigações italianas avançam 3,9 pontos para 3,481%.
É fora do bloco europeu que se regista o maior agravamento, com os juros da dívida britânica a avançarem 5,0 pontos base para 4,557%.
Novos dados da inflação dão força ao dólar
O dólar valoriza ligeiramente esta segunda-feira, depois de o índice de preços de gastos com consumo (PCE) - o indicador preferido da Reserva Federal (Fed) dos EUA para medir a inflação - ter registado uma subida modesta, abaixo do esperado. Este dado vem dar mais confiança ao mercado sobre o ritmo dos futuros cortes das taxas de juro.
A esta hora o dólar avança 0,17% contra a moeda europeia, para 0,9604 euros. A moeda americana valoriza ainda contra o iéne e o franco suiço.
Os dados do PCE "deram ao mercado uma boa desculpa para beneficiar" do recente rally do dólar, mas isso não muda as perspetivas da Fed para o próximo ano, disse à Bloomberg o analista da AT Global Markets Nick Twidale."Continuo a achar que há bons motivos para continuar a comprar dólares até ao início do ano", afirmou.
Ouro em alta após PCE encorajador
O ouro valoriza, depois de o indicador preferido da Reserva Federal (Fed) norte-americana para medir a inflação - o índice de preços de gastos com consumo (PCE) - ter ficado abaixo das expectativas. O mercado ainda avalia também a postura cautelosa da Fed no que toca à política monetária para 2025.
A esta hora, o metal precioso avança 0,44% para 2.526,45 dólares por onça.
Em novembro, o PCE aumentou 2,4% em termos homólogos, um valor que ficou abaixo do estimado de 2,5% - um dado que pode encorajar os cortes de juros no próximo ano.
Taxas de juro mais baixas tendem a ser positivas para o ouro, já que este não remunera juros.
Petróleo valoriza com ameaças de Trump sobre Canal do Panamá
O petróleo segue a valorizar, após ter registado uma queda na semana passada, depois de Donald Trump ter ameaçado que os EUA poderão vir a tomar controlo do Canal do Panamá.
O Presidente eleito norte-americano acusou o Panamá de cobrar taxas excessivas pelo uso do Canal e disse que, se o país não administrasse o canal de forma aceitável, exigiria que o aliado americano o entregasse.
A esta hora, o Brent, referência para a Europa, avança 0,44%, para 73,26 dólares por barril, enquanto nos Estados Unidos, o contrato de janeiro do West Texas Intermediate (WTI) ganha 0,59% para 69,87 dólares.
Cerca de 2% do petróleo mundial passa pelo Canal do Panamá. O país já rejeitou as acusações de Trump de que está a cobrar taxas "exorbitantes" para a sua travessia.
As críticas ao Panamá acontecem depois de Trump ter também ameaçado a União Europeia com pesadas tarifas caso o bloco não compre mais petróleo e gás natural aos EUA.