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Mercado global de fusões e aquisições cresce em 2024 mas em Portugal recua

Nos primeiros onze meses do ano, Portugal registou um queda de 46% no valor das operações, que se ficou pelos 1,91 mil milhões de euros, de acordo com um estudo da Bain.

GettyImages
12 de Dezembro de 2024 às 12:17
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Apesar de se perspetivar um crescimento de 15% no mercado global de fusões e aquisições (M&A) até ao final de 2024, Portugal está em contraciclo com esta tendência. Nos primeiros onze meses do ano, o país registou um queda de 46% no valor das operações com um "target" português, que se cifrou nos 1,91 mil milhões de euros, e uma redução de 28% no número de operações registas, que se ficaram pelas 90.

Estas são algumas das conclusões do estudo "Look Back at M&A in 2024: Dealmakers Adapt as the Market Idles", que a consultora norte-americana Bain acaba de publicar. A empresa indica ainda que o valor de operações de M&A que partiram de empresas portuguesas para empresas estrangeiras situou-se perto dos 950 milhões de euros nos primeiros 11 meses de 2024 – menos um quarto do valor que se tinha registado no período homólogo.

De acordo com Álvaro Pires, partner da Bain, "os setores com maior preponderância nos negócios 'inbound' - manufatura e serviços avançados - e 'outbound' – energia e recursos naturais - recuaram ambos perto de 50%". Entre as maiores operações do ano, a Bain destaca a aquisição da Auto Estradas do Douro Litoral pela First Sentier Investors, cuja transação ultrapassou os 400 milhões de euros no terceiro trimestre, e da Vision-Box pela Amadeus IT Group, que se ficou pelos 320 milhões nos primeiros três meses do ano.

Mercardo global volta a valores de metade da década de 2010

Enquanto em Portugal a trajetória é descendente, o mercado global de fusões e aquisições continua a crescer e deverá atingir os 3,5 biliões de dólares até ao final do ano – um valor que já não se registava desde meados da década de 2010. Por sua vez, o volume de transações deverá subir 7%, revertendo assim a tendência de queda registada desde 2022.

A Bain começa por explicar que "o ano foi marcado por uma adaptação cuidadosa, com os 'players' a ajustarem-se às novas realidades das taxas de juro mais altas e ao intenso escrutínio regulatório". Neste contexto, o "private equity" e o capital de risco conseguiram recuperar terreno, prevendo-se que o valor das transações cresça 29% e 30% em relação a 2023, respetivamente.

Já o "corporate" M&A deve avançar 12% no total do ano, registando um crescimento constante em todas as regiões. "A atividade nas áreas da energia e recursos naturais, indústrias e serviços financeiros, e um crescimento notável no retalho e telecomunicações contribuíram para esses ganhos. Por seu lado, a tecnologia e as ciências da vida e saúde, típicos pilares de M&A, permanecem bem abaixo dos níveis históricos", lê-se no estudo.

O estudo da consultora indica ainda um ligeiro aumento dos "players" que recorreram à Inteligência Artificial generativa em 2024. Os utilizadores relatam mais valias na utilização desta tecnologia, indicando que permitiu reduzir o esforço manual, acelerar prazos e reduzir custos – uma tendência que a Bain prevê que continue em 2025.

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