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Jim Rogers: Bolha da dívida pode estar próxima de rebentar

O investidor acredita que as medidas expansionistas da Fed têm alimentado bolhas especulativas nos mercados de dívida e de acções. Apostou na queda das obrigações mas lembra que já se tem enganado a fazê-lo nos últimos anos.

12 de Setembro de 2012 às 20:09
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Em entrevista ao programa Fast Talk da Reuters, presidente executivo da Rogers Holdings disse ser desfavorável à política monetária implementada pelo presidente da Reserva Federal.

Para o investidor, a terceira ronda de expansão monetária que pode vir a ser anunciada quinta-feira não trará nada de positivo e só vai alimentar as actuais bolhas que identifica no valor das obrigações e das acções.

“É óbvio que isto não vai resolver os problemas. Nunca é bom quando adiamos os problemas”, disse na entrevista à Reuters. “Eles tão a criar bolhas e isso não é bom para nenhum de nós”, acrescentou, não sem dizer que uma alternativa viável para Ben Bernanke seria anunciar a sua demissão.

Para Rogers, os investidores devem adoptar uma estratégia que lhes permita beneficiar do aumento da base monetária que resultado das políticas de emissão de moeda.

Os investidores “têm de jogar o jogo deles [dos responsáveis pelas políticas]. Se eles imprimem moeda comprem activos que se dão bem quando eles imprimem dinheiro” disse, dando como exemplos dois bens cujo valor evolui em linha com a inflação – a prata e o arroz.

Rogers apostou numa desvalorização de obrigações

A bolha que Rogers identifica nas obrigações pode terminar “em breve, mas se me tivesse perguntado há um ano deveria ter dito o mesmo”, disse à entrevistadora Elizabeth Koraka.

“Na sexta-feira apostei na queda das obrigações” com intuito de observar o sucesso da sua estratégia, explicou. Contudo, “nos últimos anos enganei-me duas ou três vezes ao apostar na queda da dívida, por isso não julgue que sei o que estou a fazer”, gracejou, desaconselhando que outros assumam o mesmo risco.

Ben Bernanke devia demitir-se. E Draghi também

Jim Rogers apontou baterias aos responsáveis pelas políticas de resposta à crise mundial – tanto as dos bancos centrais como as dos Governos.

Perante as políticas de aumento das dívidas públicas os bancos centrais devem deixar de imprimir dinheiro e enfrentar a alternativa que lhes resta: demitirem-se. Porquê fazer parte de uma política que aumenta a dívida imprimindo mais notas e moedas, questiona.

Para Jim Rogers não faz sentido proceder à expansão monetária, depreciando a moeda. Os banqueiros centrais devem deixar que se enfrente a realidade, deixando falir quem tem de falir e não adiar a solução dos problemas, argumentou.

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