Ainda a terminar o curso de Gestão e Administração de Empresas, na Universidade Católica Portuguesa, António Horta Osório entrou no Citibank em Portugal em 1987. Foi nesta instituição financeira que o banqueiro ficou responsável pela secção de mercados de capitais, dando os primeiros passos na área. O gestor português passou depois pelo Goldman Sachs em Nova Iorque e em Londres.

António Horta Osório foi convidado em 1993 por Emilio Botín (que faleceu em 2004), pai de Ana Botín, para se juntar ao Grupo Santander. Foi então que o banqueiro e gestor criou de raiz o Banco Santander de Negócios Portugal, onde ocupou o cargo de presidente executivo. Tinha apenas 29 anos. À frente do grupo em Portugal, é convidado a acumular as mesmas funções no Brasil.

Com a compra do Totta e do Crédito Predial à Caixa Geral de Depósitos, no desfecho do processo de venda do grupo financeiro de António Champalimaud, António Horta Osório é nomeado presidente executivo dos quatro bancos, em 2000, depois fundidos no Banco Santander Totta. O gestor português ficou na liderança da instituição financeira durante seis anos. Londres seria o próximo destino.

António Horta Osório chegou a Londres em 2006. Foi nesse ano que assumiu a presidência executiva do banco Abbey National, que adquiriu dois anos depois os bancos Alliance & Leicester e Bradford & Bingley. Estas entidades acabaram por se juntar numa única instituição financeira, o Santander UK. De junho de 2009 a março de 2011, o banqueiro português foi administrador não executivo do Banco de Inglaterra.

O gestor foi nomeado presidente executivo do Lloyds Banking Group em março de 2011, a convite do governo britânico. Um mandato que acabou por se prolongar por dez anos e durante o qual colocou o banco novamente no caminho dos lucros e do pagamento de dividendos aos acionistas. Isto além de ter devolvido todo o dinheiro injetado no Lloyds e dado mais 900 milhões de libras ao Tesouro britânico.

Horta Osório vai assumir a partir deste sábado, 1 de maio, o cargo de "chairman" do Credit Suisse, o primeiro estrangeiro a fazê-lo. Deixará de ter funções executivas, como tem acontecido até agora, mas terá poderes mais substanciais do que é habitual noutras cotadas em Portugal e noutros países. O banqueiro vai acumular estas funções com as de presidente do conselho de administração da farmacêutica portuguesa Bial.