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Grupo de milionários com 74 mil milhões contra taxas sobre as gestão de fortunas

Um relatório mundial de milionários mostrou que um terço dos indivíduos se mostrou contra os impostos cobrados sobre a gestão das suas fortunas.

Miguel Baltazar
11 de Julho de 2020 às 18:00
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Mesmo antes do colapso dos mercados este ano, os clientes mais ricos estavam insatisfeitos com as taxas cobradas pelas gestoras das suas fortunas.

Um terço dos indivíduos com mais de 1 milhão de dólares em ativos que podem ser investidos manifestaram essa insatisfação em 2019, segundo o Relatório Mundial de Património de 2020 da Capgemini SE. Esse desconforto deve intensificar-se, numa altura de volatilidade nos mercados.

O relatório, que inquiriu mais de 2.500 pessoas, descobriu que aproximadamente uma em cinco planeia trocar a sua principal gestora de patrimónios no próximo ano, citando como maior razão as taxas elevadas cobradas por essas instituições.

É mais um sinal de pressão sobre o setor, que enfrenta o surgimento de concorrentes digitais além dos clientes resistentes aos custos. A maioria dos investidores não estava satisfeita com a qualidade das informações personalizadas recebidas e cerca de três quartos dos entrevistados considerariam propostas de prestadores não tradicionais, como as grandes empresas de tecnologia.

O descontentamento aumenta mesmo enquanto os ricos ficam mais ricos. O relatório estima que o património líquido dos indivíduos ricos subiu para 74 mil milhões de dólares no final de 2019, uma subida de 8,7% em relação a 2018, e comparando com os 46 mil milhões de dólares de dezembro de 2012.

A população mundial de milionários é de quase 20 milhões de pessoas, incluindo 183.400 indivíduos que têm um património líquido superior a 30 milhões de dólares. O contingente de milionários somava 18 milhões em 2018 e 12 milhões em 2012.

Pela primeira vez desde 2012, a região Ásia-Pacífico não liderou o crescimento de fortunas no ano passado, mas sim a América do Norte. Só os EUA tinham 5,9 milhões de milionários no final de 2019, face aos 5,3 milhões em 2018 e mais do que qualquer outro país. Em segundo lugar veio o Japão, com 3,4 milhões de milionários, seguido por Alemanha, China e França.

Os ricos deram preferência a investimentos no mercado acionista nos dois primeiros meses de 2020, alocando 30% dos seus ativos em ações, 17% em renda fixa, 15% em imóveis, 13% em investimentos alternativos e 25% como dinheiro em caixa.

O relatório apontou algumas áreas promissoras de crescimento para o setor de gestão de fortunas. Indivíduos com menos de 40 anos são muito mais dispostos a pagar por serviços de valor agregado, como assessoria para investimentos imobiliários e planeamento tributário. Investimentos sustentáveis são outro ponto de atenção, especialmente para os investidores mais ricos.

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